quinta-feira, 1 de junho de 2017

ARENGA 425


Embora pareça impossível ante comportamento tão estúpido, existe sabedoria na massa bruta de povo, sim. O fato de ela não aparecer deve-se à ação incessante do atualmente integrado inclusive por filósofos alugados que através de uma verborragia nojenta tergiversa sobre as causas da violência, sem, evitando, entretanto, fazer menção à acumulação de riqueza cujo contraponto é a acumulação de pobreza, cujo contraponto é a origem principal da violência. A única coisa que falta é se perceber haver algo de muito errado em se dar maior prioridade às brincadeiras do que aos assuntos dos quais depende o futuro dos filhos. Mas este comportamento estúpido não se deve à desinteligência. Deve-se ao incessante martelamento que castiga a mente sobre esportes e a importância social atribuída aos esportistas. É aí que se encontra a chave do problema que outro não é senão o ANALFABETISMO POLÍTICO para o qual contribui de forma decisiva a religiosidade ao convencer da desnecessidade de se raciocinar sobre o que se ouve, o que faz através de mil e uma artimanhas como ensinar que os mistérios de Deus são para ser aceitos, mas nunca pare serem discutidos. É tão eficiente a farsa da religiosidade que até mesmo pessoas dotadas de conhecimento científicos não conseguem livrar-se do preconceito contra o que diz a ciência sobre a realidade de independer a natureza de uma ideia anterior que a criasse. Na mitologia grega há mais realismo do que na religiosidade porque lá, Deus já teria encontrado a natureza feita. A intervenção divina teria sido apenas arrumar as coisas já existentes. É o que diz no grandioso livro MITOLOGIA, de Thomas Bulfinch, na página 23: “Antes de serem criados o mar, a terra e o ar, todas as coisas apresentavam um aspecto a que se dava o nome de Caos – uma informe e confusa massa, mero peso morto, no qual, contudo, jaziam latentes as sementes da coisas. A terra, o mar e o ar estavam todos misturados; assim, a terra não era sólida, o mar não era líquido e o ar não era transparente. Deus e a natureza intervieram finalmente e puseram fim a essa discórdia, separando a terra do mar e o céu de ambos”. No futuro (se a humanidade não se destruir antes que haja um futuro), a juventude vai admirar-se com a infantilidade desta inocente juventude inteiramente alheia à realidade da vida que ensinam seus filhos a necessidade das igrejas em detrimento de conhecimentos sobre a necessidade de participar coletivamente das decisões sobre seu destino, além da realidade insofismável de depender o bem-estar individual e coletivo exclusivamente da correta aplicação do erário, o que será impossível enquanto a monumental riqueza pública estiver sob a responsabilidade de uma administração tida como melhor apenar por não haver outra pior. Nenhuma lógica há em se conformar com o pior em vez de procurar o melhor, e esse melhor jamais acontecerá sem a participação dos interessados em sua elaboração. Há riqueza suficiente no mundo para não haver miséria e é necessário que se pense a respeito em vez de se pensar em igreja e campo de futebola.

O maior passo que humanidade dará não será o de chegar à lua, mas aquele que a levará ao conhecimento de ter sua atividade tornada equivalente à atividade do cavalo puxador de carroça: trabalhar, comer, descomer e reproduzir. Este fabuloso acontecimento fará com que a humanidade poque o arrocho, poque a cia e lance a carga no chão (frase socialmente monumental do poeta Elomar Figueira). E fará isso porque absolutamente ninguém aceita bancar o bobo. Se a humanidade faz papel de boba, tal fato deve-se exclusivamente ao fato de não saber ela disso em função da atividade nefasta o pão e circo e da religiosidade. Algum dia, entretanto, o número daqueles que já perceberam esta realidade inteiramente desconhecida em épocas anteriores superará o número dos que a desconhecem. Como o destino da sociedade humana é indicado pela maioria, quando se der a reviravolta da falsidade para a sinceridade, aí a inteligência anestesiada nas pessoas pelo pão e circo e a religiosidade será colocada na latrina sob forte descarga é a verdade assumirá o lugar da mentira, e o mundo passará a ser agradável, e não haverá tanto choro, e a juventude não será mais estúpida, e os assuntos principais não serão futebola, emprego/desemprego, bolsa de valores, sistema financeiro, lucro de bancos, agribiuzinesse, cotação de dólar, inflação, economia e economistas, e as pessoas famosas serão aquelas que contribuem de alguma forma para a paz e o bem-estar social, coisas assim. Há motivo para que se possa esperar ação inteligente da massa bruta de povo porque foi de lá que surgiu a ideia de que mesmo nas coisas ruins pode-se encontrar algo de bom. Pois esta profecia está a se concretizando porque a situação de caos absoluto a que chegou a administração pública na sociedade brasileira mostrará à juventude do resto do mundo a grande idiotice que é deixar sob a responsabilidade de apenas algumas pessoas os recursos de cuidar da sociedade. O mal cheiro exalado pela podridão da política desta república de banana servira para quebrar a letargia da juventude de outras plagas para a necessidade da alfabetização política que levará incontestavelmente à conclusão de estar sendo conduzida por falsos líderes porque é inteiramente impossível haver em seres ainda tão brutos quanto os seres humanos elevação espiritual indispensável ao líder verdadeiro. 

Aí estão gastos astronômicos de guerras, pesquisas espaciais, mega construções de torres de babel, monumentais riquezas individuais mostradas na revista Forbes, enquanto miséria, doenças desassistidas, aparato religioso, sofrimentos e choros grassam mundo a fora. Tal descompasso escancara a realidade de estar sendo muitíssimo mal empregada a riqueza do mundo, o que se deve à ação de falsos líderes. A palavra POLÍTICA foi resumida exclusivamente à atividade de gerenciar os recursos públicos. Entretanto, primeiramente, do seu sentido também fazia parte a noção de COLETIVIDADE uma vez que teve origem na palavra POLIS com que os gregos denominavam CIDADE, lugar onde viviam muitas pessoas. Se não vem ao caso especular sobre as causas das quais resultou a situação de se encontrar tão deturpada atualmente a atividade política, faz-se, entretanto, extremamente necessário especular sobre as consequências dessa modalidade de ser a responsabilidade sobre a riqueza pública deixada a cargo de fulano ou beltrano por estar sobejamente demonstrada a irresponsabilidade desses fulanos e beltranos. Se os rios viraram condutores de bosta, as matas viraram dinheiro, o ar causa doença nos pulmões e a comida causa câncer, tudo isto é consequência da loucura de ficar a coletividade a trabalhar para produzir a riqueza que entrega a seres humanos moralmente deformados como são todos os seres humanos sem exceção porquanto aprendem desde o berço a cultura da deslealdade indispensável à competição incompatível com a irmandade necessária à vida em sociedade. Ricardo Noblat diz no jornal O Globo que a democracia brasileira acabou. Entretanto, em nenhuma parte do mundo, a democracia deixará de ser capenga enquanto limitar o significado da primeira parte da palavra, aquela que se refere a povo, apenas ao ato de votar porque o voto, em função do analfabetismo político, é produto da indução a erro também promovida pelo pão e circo e a religiosidade da qual resulta bancada evangélica, juventude católica, e candidatos fazendo pose para fotografia ao lado de jogador de futebola como meio de angariar votos. Evidente, portanto, necessário buscar uma forma na qual o dinheiro público vise a satisfação das necessidades de todos indistintamente porque é para isto que existe inteligência, atributo maior com que a natureza brindou o ser humano. Há de se acordar para a necessidade de não se deixar orientar pelo pão e circo que ajuda os gatos pingados do grupinho de um por cento da humanidade a escravizar os noventa e nove por cento restantes de seus irmão, fazendo através de mil e uma artimanhas com que eles se esfalfem para produzir a riqueza da qual não desfrutam.

Não terá final feliz o resultado da anulação da inteligência dos seres humanos através do hipnotismo midiático levado a efeito pelos escravizadores da humanidade através do pão e circo que produz nos escravizados a uma apatia tão grande que as notícias sobre mortes, doenças e infelicidades são acompanhadas de notícias sobre campeonatos esportivos e seus executores, pobres rebotalhos mentais em termos de sociabilidade elevados à categoria de “famosos” e “celebridades”.  É por isso que a juventude do mundo inteiro deve deixar estes párias sociais e voltar seu embevecimento para a atitude de meditar sobre o exemplo ora dado ao mundo pela política brasileira reduzida a infinitas acusações e negações de canalhices, enquanto a justiça tergiversa e se deixa levar pela antissocialidade de advogados seduzidos pele cultura do enriquecimento tornando-se nada mais do que cúmplices dos ladrões do erário. Não se pode ficar indiferente a esta insanidade social. A ninguém parece incomodar o cinismo dos defensores dos ladrões de gravata. Quando um desses ladrões foi flagrado numa gravação recebendo dois milhões, seu advogado malabarista procurou justificar aquele roubo dizendo tratar-se de um empréstimo e que houve uma DESCONTEXTUALIZAÇÃO das palavras de seu cliente, portanto, injustamente acusado de roubar a sociedade, quando a verdade é ter roubado. Pensem, jovens do mundo, esta república de banana lhes mostra a realidade de ter sido a política transformada em fonte de malefícios em vez de benefícios, sua finalidade primeira. Se não é tão escancaradamente desvirtuada em outras sociedades a administração pública a ponto de ser considerado normal que advogados enriqueçam às custas do empobrecimento social, nem por isso a política de lá deixa de ter a mesma finalidade da política de cá de facilitar a situação de exploração de noventa e nove por cento da humanidade pelo grupinho antissocial de um por cento que fomenta o pão e circo que incentiva o analfabetismo político de modo tão estupefaciente que os enganadores do povo ora impedidos pela Operação Lava Jato de se tornarem portadores da chave do cofre que guarda o erário, estão promovendo artimanhas para fazer do menino Luciano Huck presidente da república, um presidente tão faz-de- conta quanto a rainha da Inglaterra porque, na verdade, as decisões estariam a cargo dos mesmos de sempre que manipulariam os cordões da marionete do pão e circo transformada em presidente desta república de banana. Inté. 

      

 

 

 

 

 

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