Embora
pareça impossível ante comportamento tão estúpido, existe sabedoria na massa
bruta de povo, sim. O fato de ela não aparecer deve-se à ação incessante do
atualmente integrado inclusive por filósofos alugados que através de uma
verborragia nojenta tergiversa sobre as causas da violência, sem, evitando,
entretanto, fazer menção à acumulação de riqueza cujo contraponto é a
acumulação de pobreza, cujo contraponto é a origem principal da violência. A
única coisa que falta é se perceber haver algo de muito errado em se dar maior
prioridade às brincadeiras do que aos assuntos dos quais depende o futuro dos
filhos. Mas este comportamento estúpido não se deve à desinteligência. Deve-se
ao incessante martelamento que castiga a mente sobre esportes e a importância
social atribuída aos esportistas. É aí que se encontra a chave do problema que
outro não é senão o ANALFABETISMO POLÍTICO para o qual contribui de forma
decisiva a religiosidade ao convencer da desnecessidade de se raciocinar sobre
o que se ouve, o que faz através de mil e uma artimanhas como ensinar que os
mistérios de Deus são para ser aceitos, mas nunca pare serem discutidos. É tão
eficiente a farsa da religiosidade que até mesmo pessoas dotadas de
conhecimento científicos não conseguem livrar-se do preconceito contra o que
diz a ciência sobre a realidade de independer a natureza de uma ideia anterior
que a criasse. Na mitologia grega há mais realismo do que na religiosidade
porque lá, Deus já teria encontrado a natureza feita. A intervenção divina teria
sido apenas arrumar as coisas já existentes. É o que diz no grandioso livro
MITOLOGIA, de Thomas Bulfinch, na página 23: “Antes de serem criados o mar, a terra e o ar, todas as coisas
apresentavam um aspecto a que se dava o nome de Caos – uma informe e confusa
massa, mero peso morto, no qual, contudo, jaziam latentes as sementes da
coisas. A terra, o mar e o ar estavam todos misturados; assim, a terra não era
sólida, o mar não era líquido e o ar não era transparente. Deus e a natureza
intervieram finalmente e puseram fim a essa discórdia, separando a terra do mar
e o céu de ambos”. No futuro (se a humanidade não se destruir antes que
haja um futuro), a juventude vai admirar-se com a infantilidade desta inocente
juventude inteiramente alheia à realidade da vida que ensinam seus filhos a
necessidade das igrejas em detrimento de conhecimentos sobre a necessidade de
participar coletivamente das decisões sobre seu destino, além da realidade
insofismável de depender o bem-estar individual e coletivo exclusivamente da
correta aplicação do erário, o que será impossível enquanto a monumental
riqueza pública estiver sob a responsabilidade de uma administração tida como
melhor apenar por não haver outra pior. Nenhuma lógica há em se conformar com o
pior em vez de procurar o melhor, e esse melhor jamais acontecerá sem a
participação dos interessados em sua elaboração. Há riqueza suficiente no mundo
para não haver miséria e é necessário que se pense a respeito em vez de se
pensar em igreja e campo de futebola.
O maior passo
que humanidade dará não será o de chegar à lua, mas aquele que a levará ao
conhecimento de ter sua atividade tornada equivalente à atividade do cavalo
puxador de carroça: trabalhar, comer, descomer e reproduzir. Este fabuloso
acontecimento fará com que a humanidade poque o arrocho, poque a cia e lance a
carga no chão (frase socialmente monumental do poeta Elomar Figueira). E fará
isso porque absolutamente ninguém aceita bancar o bobo. Se a humanidade faz
papel de boba, tal fato deve-se exclusivamente ao fato de não saber ela disso
em função da atividade nefasta o pão e circo e da religiosidade. Algum dia,
entretanto, o número daqueles que já perceberam esta realidade inteiramente
desconhecida em épocas anteriores superará o número dos que a desconhecem. Como
o destino da sociedade humana é indicado pela maioria, quando se der a
reviravolta da falsidade para a sinceridade, aí a inteligência anestesiada nas
pessoas pelo pão e circo e a religiosidade será colocada na latrina sob forte
descarga é a verdade assumirá o lugar da mentira, e o mundo passará a ser agradável,
e não haverá tanto choro, e a juventude não será mais estúpida, e os assuntos
principais não serão futebola, emprego/desemprego, bolsa de valores, sistema
financeiro, lucro de bancos, agribiuzinesse, cotação de dólar, inflação,
economia e economistas, e as pessoas famosas serão aquelas que contribuem de
alguma forma para a paz e o bem-estar social, coisas assim. Há motivo para que
se possa esperar ação inteligente da massa bruta de povo porque foi de lá que
surgiu a ideia de que mesmo nas coisas ruins pode-se encontrar algo de bom.
Pois esta profecia está a se concretizando porque a situação de caos absoluto a
que chegou a administração pública na sociedade brasileira mostrará à juventude
do resto do mundo a grande idiotice que é deixar sob a responsabilidade de
apenas algumas pessoas os recursos de cuidar da sociedade. O mal cheiro exalado
pela podridão da política desta república de banana servira para quebrar a
letargia da juventude de outras plagas para a necessidade da alfabetização
política que levará incontestavelmente à conclusão de estar sendo conduzida por
falsos líderes porque é inteiramente impossível haver em seres ainda tão brutos
quanto os seres humanos elevação espiritual indispensável ao líder
verdadeiro.
Aí estão gastos
astronômicos de guerras, pesquisas espaciais, mega construções de torres de
babel, monumentais riquezas individuais mostradas na revista Forbes, enquanto
miséria, doenças desassistidas, aparato religioso, sofrimentos e choros grassam
mundo a fora. Tal descompasso escancara a realidade de estar sendo muitíssimo
mal empregada a riqueza do mundo, o que se deve à ação de falsos líderes. A
palavra POLÍTICA foi resumida exclusivamente à atividade de gerenciar os recursos
públicos. Entretanto, primeiramente, do seu sentido também fazia parte a noção
de COLETIVIDADE uma vez que teve origem na palavra POLIS com que os gregos
denominavam CIDADE, lugar onde viviam muitas pessoas. Se não vem ao caso
especular sobre as causas das quais resultou a situação de se encontrar tão
deturpada atualmente a atividade política, faz-se, entretanto, extremamente
necessário especular sobre as consequências dessa modalidade de ser a
responsabilidade sobre a riqueza pública deixada a cargo de fulano ou beltrano por
estar sobejamente demonstrada a irresponsabilidade desses fulanos e beltranos.
Se os rios viraram condutores de bosta, as matas viraram dinheiro, o ar causa
doença nos pulmões e a comida causa câncer, tudo isto é consequência da loucura
de ficar a coletividade a trabalhar para produzir a riqueza que entrega a seres
humanos moralmente deformados como são todos os seres humanos sem exceção
porquanto aprendem desde o berço a cultura da deslealdade indispensável à
competição incompatível com a irmandade necessária à vida em sociedade. Ricardo
Noblat diz no jornal O Globo que a democracia brasileira acabou. Entretanto, em
nenhuma parte do mundo, a democracia deixará de ser capenga enquanto limitar o
significado da primeira parte da palavra, aquela que se refere a povo, apenas ao
ato de votar porque o voto, em função do analfabetismo político, é produto da
indução a erro também promovida pelo pão e circo e a religiosidade da qual
resulta bancada evangélica, juventude católica, e candidatos fazendo pose para
fotografia ao lado de jogador de futebola como meio de angariar votos. Evidente,
portanto, necessário buscar uma forma na qual o dinheiro público vise a
satisfação das necessidades de todos indistintamente porque é para isto que
existe inteligência, atributo maior com que a natureza brindou o ser humano. Há
de se acordar para a necessidade de não se deixar orientar pelo pão e circo que
ajuda os gatos pingados do grupinho de um por cento da humanidade a escravizar
os noventa e nove por cento restantes de seus irmão, fazendo através de mil e
uma artimanhas com que eles se esfalfem para produzir a riqueza da qual não
desfrutam.
Não terá
final feliz o resultado da anulação da inteligência dos seres humanos através
do hipnotismo midiático levado a efeito pelos escravizadores da humanidade através
do pão e circo que produz nos escravizados a uma apatia tão grande que as
notícias sobre mortes, doenças e infelicidades são acompanhadas de notícias
sobre campeonatos esportivos e seus executores, pobres rebotalhos mentais em
termos de sociabilidade elevados à categoria de “famosos” e “celebridades”. É por isso que a juventude do mundo inteiro
deve deixar estes párias sociais e voltar seu embevecimento para a atitude de
meditar sobre o exemplo ora dado ao mundo pela política brasileira reduzida a
infinitas acusações e negações de canalhices, enquanto a justiça tergiversa e
se deixa levar pela antissocialidade de advogados seduzidos pele cultura do
enriquecimento tornando-se nada mais do que cúmplices dos ladrões do erário.
Não se pode ficar indiferente a esta insanidade social. A ninguém parece
incomodar o cinismo dos defensores dos ladrões de gravata. Quando um desses
ladrões foi flagrado numa gravação recebendo dois milhões, seu advogado
malabarista procurou justificar aquele roubo dizendo tratar-se de um empréstimo
e que houve uma DESCONTEXTUALIZAÇÃO das palavras de seu cliente, portanto,
injustamente acusado de roubar a sociedade, quando a verdade é ter roubado.
Pensem, jovens do mundo, esta república de banana lhes mostra a realidade de
ter sido a política transformada em fonte de malefícios em vez de benefícios,
sua finalidade primeira. Se não é tão escancaradamente desvirtuada em outras
sociedades a administração pública a ponto de ser considerado normal que
advogados enriqueçam às custas do empobrecimento social, nem por isso a
política de lá deixa de ter a mesma finalidade da política de cá de facilitar a
situação de exploração de noventa e nove por cento da humanidade pelo grupinho
antissocial de um por cento que fomenta o pão e circo que incentiva o
analfabetismo político de modo tão estupefaciente que os enganadores do povo
ora impedidos pela Operação Lava Jato de se tornarem portadores da chave do
cofre que guarda o erário, estão promovendo artimanhas para fazer do menino
Luciano Huck presidente da república, um presidente tão faz-de- conta quanto a
rainha da Inglaterra porque, na verdade, as decisões estariam a cargo dos
mesmos de sempre que manipulariam os cordões da marionete do pão e circo
transformada em presidente desta república de banana. Inté.
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