sábado, 3 de junho de 2017

ARENGA 426


Quando éramos crianças na fazenda Córrego do Caboclo onde nascemos, no Município de Itambé, a fim de se divertir com a irritação de minha irmã Irani, nosso tio Rui, que passava sempre por nossa casa, fingia quebrar um coco de cansanção para ela, mas, propositalmente, errava sempre o golpe e a pedra batia ao lado o coco. Aquilo ia inquietando minha irmã até que ela, aos pulinhos, gritava: QUEBRA O COCO, ADIOTA! Esta cena representa de modo perfeito a sociedade brasileira enganada pelos administradores dos recursos públicos. Meu tio fazendo de conta que quebrava o coco representa os executores da política fingindo trabalhar pelo país. A menininha enganada à espera da amêndoa que permanecia no interior do coco representa o país à espera das promessas de divisão do bolo feita por Delfin Neto há meio século. Para que a comparação seja perfeita, falta no país a irritação que o ludíbrio causava na menininha, o que se explica pela ausência do pão e circo que desviasse a atenção daquela criança, ao contrário do que acontece no país onde um bando imensurável de papagaios de microfone, filósofos e escritores de aluguel, além de cientista político de brinco na orelha, num lengalenga interminável e insuportável tergiversam inutilmente sobre troca de presidente, de ministro, eleições, o que disse ou não disse o deputado safado e o senador enganador, sem, entretanto, nem mesmo passar perto das causas que dão origem às infelicidades mil que recaem sobre esta população festiva que requebra os quadris no axé e no futebola indiferente à enganação de que é vítima. Entretanto, embora de modo sofrível para os brasileiros, em vez de escárnio por tanta pusilanimidade, o Brasil vai merecer reconhecimento do mundo por lhe ter mostrado o monumental erro de se deixar levar pelo pão e circo em vez de cuidar do futuro dos filhos, cuidado esse que passa a anos luz de tudo o que dizem os meios de comunicação. Nesse momento, faz a imprensa um alarde dos infernos, cansativo e de dar náuseas sobre aumento do PIB. Tome-se a atitude do pensador de François-Auguste-René Rodin, aquele homem nu, sentado em atitude de profunda meditação, que se chegará à conclusão de que o motivo da euforia pelo crescimento do PIB é nada mais do que maior quantidade de dinheiro injetado na maldição do mundo, a também chamada de ECONOMIA POLÍTICA. Servirá esse dinheiro para amenizar o sofrimento do povo iludido com o pão e circo? Aliviará o sofrimento de quem chora no corredor do hospital ou das famílias enlutadas pela violência? De modo algum! Basta lembrar da CPMF. Todo dinheiro existente ou que vier a existir será canalizado para a tubulação de esgoto mostrada no Jornal Nacional, e vai desaguar na podridão dos donos dos frigoríficos JBS, e servirá para compactuar com administradores públicos conluios inclusive para vender carne tão podre quanto a moral desses canalhas, e fazer com que os irmãos bandidos da JBS tenham o faturamento anual de quase duzentos bilhões de reais, segundo a imprensa. Enquanto aquela empresa embolsa essa fábula de riqueza todo ano, a sociedade recebe na cara o escárnio da justiça ao condená-la à multa de dez bilhões a ser paga em vinte anos. O sistema político brasileiro está tão podre quanto a carne que os povos “civilizados” consumiram, enganados pelos irmãos Batista. O mesmo mal cheiro da carne exala de absolutamente todas as instituições brasileiras. O jornal Folha de São Paulo publicou reportagem cujo título é: FAMÍLIA DE GILMAR MENTES FORNECE GADO PARA A JBS. Aí está, pois, o absurdo de um dos representantes máximos da justiça brasileira ter rabo preso com a bandidagem. Enfim, como imagens dizem mais que palavras, estas imagens comprovam a inutilidade de mais dinheiro na economia:



 

Loas para o Brasil, o primeiro país do mundo a provar a necessidade de ser o homem educado para ter a felicidade em vez da riqueza como objetivo primordial. Esta meta será facilmente alcançável através de um sistema educacional do qual resultem cidadãos conscientes da necessidade de lisura e soberania da administração pública sobre quaisquer outras coisas. Absolutamente nada justifica que bandidos da economia como os irmãos Batista se juntem aos bandidos da política e arranquem do povo demente e festivo o direito que ele nem sabe ter de não sofrer tanto, porque há no mundo recursos materiais suficientes para que todos os seres humanos possam ter a vida digna compatível à condição de humano. Mais uma vez, é uma imagem que mostra com maior eficiência o desvio ardilosamente engendrado da educação no Brasil:
 

O sistema de administração pública do resto do mundo não difere do falido sistema brasileiro. Se não fede tanto é por haver maior sofisticação nos métodos de enganar. Mas a realidade é que os seres humanos do mundo inteiro nunca deixaram de ser outra coisa senão material humano, equiparados ao cavalo de carroça, uma peça da máquina de fabricar dinheiro, nada mais do que uma manada conduzida para onde querem seus condutores. Mais uma vez é outra imagem que mostra aos jovens do mundo com mais eficiência que palavras aonde leva o caminho seguido pelos administradores que manipulam a riqueza pública:
 

A política no Brasil está tão fedorenta que nem mesmos os urubus que dela se nutrem aguentam o mal cheiro. É o que mostra esta imagem:


 Inté.
 
 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 




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