segunda-feira, 26 de junho de 2017

ARENGA 429


 

 
 
A imprensa, sem a menor sombra de dúvida é o espelho que reflete a alma da sociedade. Se a sociedade sempre esteve, está e estará doente, sua cura depende exclusivamente de duas coisas básicas: que a massa bruta de povo se inteire do que diz a imprensa, o que se faz lendo os jornais e ouvindo os noticiários. Mas isto é a segunda parte do que é preciso fazer para curar a sociedade por que em primeiríssimo plano está a necessidade de ler nas entrelinhas. Veja-se, por exemplo, a seguinte manchete no jornal Folha de São Paulo: “'Não há democracia sem política e sem político', diz Gilmar Mendes”. A dificuldade toda está na realidade de nem mesmo o pessoal da área de saúde ter condições de diagnosticar o tipo de infecção social que desta notícia emana, e digo isto porque um médico ao saber que eu melhorara me disse que era graças a Deus, o que mostra ser tão incapacitado em percepção quanto a massa bruta de frequentadores de igreja, axé e futebola. Desta forma, sem condições de diagnosticar a doença pelos doentes, o povo, fica impossível curá-la. O que dizem as entrelinhas da notícia? Para uma análise eficiente é preciso antes de tudo saber quem é Gilmar Mendes. Para tanto, da mesma forma, é preciso adquirir o conhecimento sobre o procedimento antissocial que ele tem demonstrado em suas decisões de juiz, o que pode ser feito através da própria imprensa ou da biografia do senhor Mendes. Feito isso, cabe agora descobrir a doença social gravíssima escondida nas entrelinhas da declaração do senhor Mendes no jornal Folha de São Paulo. Em primeiro lugar, é preciso distinguir entre política e politicagem. Qualquer forma ou sistema de governo poderá cumprir perfeitamente bem o papel que lhe cabe de administrador público desde que executado por líderes autênticos, peça fundamental, sem a qual é inteiramente impossível haver a verdadeira política. Desta forma, o senhor Mendes está dizendo que a sociedade está condenada a ser administrada pela bandidagem que impede seja alcançada a aspiração de se chegar a uma política correta em vez das falcatruas da politicagem ora praticadas escancaradamente, inclusive pelo senhor Mendes, de acordo também com a imprensa.

Na verdade, a declaração do senhor Mendes não representa apenas uma doença. Ela contém um surto de várias doenças como o mal embutido na própria democracia. Não é à toa que ela é tida como a melhor forma de administração pública apenas por não haver outra pior. Realmente, em hipótese alguma, jamais, em tempo nenhum, administração alguma será bem sucedida com administradores escolhidos por administrados que não estão nem aí para os rumos da sociedade para a qual está escolhendo os responsáveis pela administração dela. É tamanho o desinteresse dos imbecis pelo destino de sua sociedade que seus administradores se locupletam com o erário e ficam por isso mesmo porque são eles quem coloca nos postos de julgadores de crimes os juízes que vão julgar os crimes que eles mesmos cometem. Não é sem razão, pois, que a democracia não passa de mais um engodo entre os muitos existentes, entre eles a religião e o pão e circo. Aliás, em se tratando de ser humano, a pior espécie de ser vivente, nada de bom se pode esperar em virtude de sua incapacidade de racionar corretamente.

A incapacidade mental do ser humano também pode ser vista no espelho que reflete a alma da sociedade, a imprensa. No mesmo jornal Folha de São Paulo, o frei Leonardo Boff diz o seguinte:o grande meteoro rasante ameaçador da vida no planeta é o próprio ser humano. Ele se fez o Satã da Terra quando foi chamado a ser o anjo bom e cuidador do Jardim do Éden”. O que dizem as entrelinhas da declaração do religioso é que uma entidade denominada Deus, figura imaginária jamais vista por ninguém, salvo nas histórias da carochinha da bíblia, o livro mais vendido no mundo por serem seus compradores tão estúpidos que veem nele proteção. O senhor Leonardo Boff, como o médico que afirmou ter sido esse tal de Deus o responsável pela expulsão do cálculo renal que me fazia sofrer, quando na verdade foram os medicamentos que certamente irão provocar novos problemas, uma vez que de todo remédio provém algum mal. Nas entrelinhas da declaração do frei há uma inconsequência do tamanho do mundo: A afirmação de que o Deus dele queria que o homem fosse o anjo da Terra, mas que em vez disso se tornou o Satã da Terra, está declarando um retumbante fracasso de Deus porque se ele não conseguiu o que queria é por ser impotente em vez de onipotente como afirma a malta de frequentadores de igreja. Todo o atraso em que vive a humanidade, como disse o pensador, tem uma só causa: A IGNORÂNCIA. Inté.  

 

 

 

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