quinta-feira, 15 de junho de 2017

ARENGA 427


Se as indignidades são a marca registrada da história do povo brasileiro, nunca, em tempo algum, jamais estas indignidades alcançaram tão espetacular suntuosidade quanto agora que a promiscuidade entre os poderes da administração pública assumiram proporções nunca imaginadas e despudoradamente executadas às claras como mostram os argumentos capciosos contra a ação moralizadora da Lava Jato e a imitação de julgamento de crimes eleitorais pelo Superior Tribunal Eleitoral. Até as pessoas simples das feiras livres se dizem enojadas uva vez que podridão é o termo mais apropriado para definir a situação política desse belo país de triste sorte por ser realmente um país incomparável no que diz respeito à descompostura, e a falta de pudor que o torna conhecido como terra das mulheres desfrutáveis face à nudez que ilustra até mesmo propaganda de sapato. A inversão dos valores que devem orientar o comportamento humano até mesmo quando isolado de outros seres humanos, a arte de ludibriar e roubar é a base da cultura brasileira que, em consequência, provocará a debacle social se continuar a indiferença da juventude ante esta situação claramente perigosa. Entretanto, como nada se pode esperar de uma juventude desprovida do sentimento de patriotismo, que futuro terão seus descendentes a continuar a situação do momento? O pão e circo mantém os jovens preocupados em saber com qual “celebridade” determinada “celebridade” está trepando, enquanto a deterioração política se alastra deixando um rastro de destruição atrás de si. A inexistência de senso comum é parte integrante da cultura do brasileiro de forma tão acentuada que em meio à imoralidade política fala-se ironicamente na existência de comissões de ética e decoro, o que é de pocar de rir uma vez que para haver coerência deveriam ser comissões mantenedoras da falta daqueles princípios marais. Evidências da insustentabilidade da atual forma do exercício da política estão aí para todo mundo ver, como, por exemplo, na decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal ao aceitar a negação do presidente da república de ter cometido o crime de espionagem sobre o ministro relator da Operação Lava Jato. Além de ser objeto de investigação pela citada operação, o presidente negou o que vaio a ser comprovado depois de ter usado o avião particular do bilionário corruptor da empresa JBS que vendeu carne podre para todo mundo, inclusive o que se diz civilizado. Não significa que a simpática ministra seja desonesta. O negócio é que na atual estrutura em que se apoia o ordenamento político mundial, baseado em manter o povo enganado, não pode alguém agir com a devida lisura mesmo que assim exija sua personalidade porque exporá a si e aos seus perigo por contrariar interesses dos criminosos mais perigosos que os assaltantes comuns, porque, como disse o filósofo, os piores criminoso que são aqueles a quem a sociedade paga para defendê-la dos criminosos. Dessa forma, não é descartável a possibilidade de ter a ministra aceitado a explicação do presidente porque seu colega vítima do crime cometido pelo presidente Temer teria sido também beneficiado pela mesma prática de usar o avião do contraventor, algo só concebível nessa sociedade de ratos.

 O jornalista Ricardo Boechat, nos dias 12 e 13/06/2017, fez uma análise perfeita da situação atual da política brasileira. Concluiu que todo o bolodório, o disse-me-disse sobre medidas judiciais buscando corrigir irregularidades aqui e acolá, tudo isso e nada é a mesma coisa. Por que será que o jornalista está coberto de razão? A ninguém é despertada a curiosidade pelo fato de não se conseguir colocar as coisas em seus devidos lugares? Viver decentemente? A explicação para este descompasso está no estranho modo de vida adotado pela sociedade humana. Tão estranho que faz alguém da lucidez do jornalista Boechat se declarar apreciador do pão e circo cujo objetivo até mesmo um Zemané percebe ser desviar a atenção do povo da pretensão de viver com a dignidade correspondente à condição de humano. Notícias relacionadas ao pão e circo concorrem em pé de igualdade com notícias que prenunciam um futuro de insustentabilidade institucional da qual resultará a ruína do futuro das crianças que as mães despejam insensatamente nessa terra infeliz graças à ignorância que as faz crer depender das igrejas em vez da política o futuro destas infelizes crianças destinadas à morte prematura contra a qual André Cairo vem se batendo destemidamente. Quando os papagaios de microfone imiscuem assuntos sobre o descalabro político com assuntos sobre brincadeiras, estão, na verdade, cumprindo ordens das Forças Ocultas mencionadas por Jânio Quadros, cuja intenção é exatamente desmerecer a seriedade com que deveria ser encarado o assunto de não haver ninguém na área da administração pública sem rabo preso com a corrupção, uma vez que os cargos públicos são ocupados por pessoas imbuídas da cultura do enriquecimento a qualquer custo, portanto, facilmente subornáveis, escolhidas pelos monstros espirituais possuídos por espíritos demoníacos para os quais ajuntar riqueza é mais importante que a própria vida. Aí está o bilionário e monstruoso presidente cor de rosa americano a bater pé firme que esse negócio de aquecimento global é pura mentira.

Como não se pode ajuntar as imensas riquezas que estes monstros ajuntam sem praticar crimes, as pessoas que eles escolhem para os cargos públicos são pessoas que apesar da pose e de serem chamadas de excelências, são, na verdade, pessoas de caráter tão baixo que se submetem à condição de serviçais dos projetos criminosos dos monstros que se apropriaram do mundo e de cuja ação segregadora resultam as levas de retirantes a vagar mundo afora. É por isso que presidentes da república, senadores, deputados e juízes esvoaçam os céus em jatinhos da propriedade de criminosos ajuntadores de riqueza, e é também por isso que estes sabujos dos ricos procuram denegrir a imagem da Operação Lava Jato diante de uma população bestificada pelo pão e circo tão endeusado pelos papagaios de microfone que fazem foguetório quando um grupo de onze garotos ignorantes de sociabilidade e induzidos a acreditar desempenharem trabalho importante, supera outro grupo nas mesmas condições mentais numa brincadeira cujo objetivo é fazer com que uma bola toque na rede, como dizem no jargão esportivo dos analfabetos políticos.

Desta forma, anula-se a pretendida vantagem do sistema democrático porque embora sendo os administradores públicos determinados pelo voto do povo tão facilmente conduzido como manada, resulta nisso que aí está de dependerem as decisões políticas da vontade dos inescrupulosos ajuntadores de riqueza. Os executores destas vontades, são apenas bonecos orientados pelos criminosos sociais ajuntadores de riqueza. É por esse motivo que os juízes do TSE dispensaram as provas dos crimes de corrupção praticados pelo presidente e a ex-presidente da república que vieram à tona depois da apresentação da denúncia. A verdade por trás disso tudo é que, como qualquer empregador, os donos dos bonecos precisam mantê-los em seus postos de serviçais a fim de lhes facilitar a acumulação de bilhões, ainda que a custo da infelicidade social. A imprensa publicou imagem na qual a presidente Dilma encarava com admiração o escroque Eike Batista, ora presidiário. Há mesmo a possibilidade de terem sido os três votos no TSE a favor da punição dos empregados dos ricos donos do mundo nada mais do que um disfarce para esconder a farsa em que foi transformada a administração pública. Tal suspeita se justifica face à existência de dispositivo legal que autoriza considerar provas ainda que surgidas depois da apresentação da denúncia e não ser admissível que tão nobres julgadores desconhecessem esta realidade. Na verdade, para tristeza daqueles que através dos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber aprenderam que a verdade é bem outra do que o embuste desse faz-de-conta em que vivem os seres humanos submissos a crendices, o poder do dinheiro é a única força determinante do destino da humanidade, e ninguém, absolutamente ninguém, foge a este fatalismo gerador de todo o sofrimento humano que ganhará cada vez mais força enquanto os brutos seres humanos não perceberem que estão preparando as crianças para se tornarem adultos tão estúpidos quanto os pais que vão buscar na religião aquilo que só pode ser encontrado numa administração pública voltada para os interesses da sociedade em vez dos interesses dos malditos reis midas do mundo. Do que é ensinado às crianças resulta uma sucessão ininterrupta de robôs programados para orar e disputar entre si a posse de bens materiais na ilusão de obter com esse procedimento antissocial a paz que jamais será encontrada enquanto a disputa não for substituída pela cooperação.

Se a inutilidade da justiça fica patente a todo momento ante as iniquidades judiciais entre as quais se inclui o faz-de-conta do julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral, a inutilidade da política fica patente ante o estado de degradação em que se encontra a sociedade, e é igualmente  entristecedor constatar que enquanto a sociedade apodrece, as únicas atividades de seus jovens sejam futucar telefone e se preparar para se tornarem profissionais liberais em alguma atividade que lhes permita ganhar muito dinheiro, mas tão cegos que não enxergam a possibilidade de não poderem desfrutar da riqueza que pretendem fazer. A estes jovens passa desapercebida a realidade de não serem mais do que marionetes nas mãos da corrupção demonstrada nessa matéria do jornal Folha de São Paulo intitulada Lobista da J&F repetia que era dono da maior bancada do Congresso. Nesta reportagem pode-se tomar conhecimento da triste realidade de terem sido os interesses da sociedade relegados à total insignificância ante os interesses dos imbecis ajuntadores de riqueza. Diz a matéria jornalística: “No restaurante Figueira da Vila, em Brasília, o lobista da J&F (dona da JBS, uma das maiores processadoras de carne do mundo) vangloriava-se que a maior bancada da Câmara e do Senado não era a do PMDB, PSDB ou PT. Era a dele”. Não é sem razão que as pessoas que superaram a fase negra de povo se declaram envergonhadas de ser brasileiras. É tão grande o cinismo das “autoridades” e a pusilanimidade do povo que a imprensa anuncia guerra à Operação Lava Jato pelo fato de buscar seriedade na administração pública. Tal acontecimento pode ser equiparado a assaltantes perseguindo a polícia.

O Editorial do jornal Le Monde Diplomatique Brasil, ilustra a matéria EM BUSCA DE ALTERNATIVA, do jornalista   Silvio Caccia Bava, com a imagem do Congresso Nacional rigidamente cercado com arame farpado e o aviso  PROPRIEDADE PRIVADA, matéria que começa assim: O que precisa mudar é o sistema político como um todo, desvinculá-lo da tutela do poder econômico, torná-lo muito mais aberto às intervenções da cidadania, instituir e reforçar mecanismos de controle sobre as ações de parlamentares e governantes, submeter as políticas públicas ao crivo dos seus beneficiários, a população, utilizando os referendos e plebiscitos, entre outras iniciativas. É preciso fazer uma profunda reforma no sistema político como um todo para democratizar a política”.

Aí está, pois, exposta a realidade de ter sido a política comprada por empresários bilionários cuja fome insaciável de riqueza ajunta nas mãos de apenas um por cento da humanidade noventa e nove por cento da riqueza da humanidade, realidade que evidentemente precisa mudar. Mas como mudar se os próprios prejudicados não se incomodam? E não se incomodam por causa da cultura do conformismo fomentada pela religiosidade e a distração pelas brincadeiras fomentada pelo pão e circo. Entretanto, como nem mesmo o universo é infenso a mudanças, a Operação Lava Jato é capaz de mostrar aos conformados a necessidade do inconformismo sob pena de condenarem seus descendentes ao caos total. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 




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