sexta-feira, 7 de agosto de 2020

ARENGA 554

 

Pela violência ideias novas não conseguirão escorraçar as bolorentas ideias fossilizadas das múmias que dão as ordens a uma juventude tornada apática e incapaz de atitudes inteligentes. Os dois maiores movimentos já havidos no mundo que pela violência tentaram escorraçar a cultura de exploração do povo pela minoria parasitária, as revoluções Francesa e Russa, resultaram em absolutamente nada não obstante a grandiosidade do espetacular derramamento de sangue. Embora haja necessidade de novas ideias, sob pena de sucumbir a humanidade pela ação predatória da velharia velhaca viciada em ajuntar riqueza, só por meio de procedimentos inteligentes terá sucesso uma luta para mudar o destino desastroso que o comando das múmias, com o auxílio de deus, deu ao mundo, tornando-o mais chegado ao mal do que o bem, o que é inconcebível em se tratando de seres capazes de raciocinar, atividade temerosa para a política e a religião cujo poder depende justamente do obscurantismo demonstrado em procedimentos desinteligentes como o desinteresse a respeito da administração da riqueza pública, comprar feijão santo e conversar com estátuas. Daí ter o filósofo Robert Green Ingersol lembrado  a quem acredita em deus que eles deveriam questionar a falta de fundamento da recomendação de não se discitir os assuntos divinos porque se o deus deles lhes deu um cérebro é para pensar. Caso contrário, seria o mesmo que proibir os pássaros de voar depois de lhes ter dado asas.

Desde que se tem notícia de governo é mancomunado com deus. Antes de mamarem diretamente no povo por meio de dízimo e laudêmio, os representantes de deus faziam-no indiretamente mamando nas tetas do erário. Já foram remunerados pelo Estado, portanto, pagos pelo povo para ajudar os monarcas a enganar o povo, do mesmo modo como fazem os papagaios de microfone defendendo a ferro e fogo qualquer governo, por pior que seja, como fazem agora afirmando haver excesso nas ações de combate à corrupção.   Sendo a religião o que pode haver de mais retrógrado, haja vista o pavor a ideias novas materializada no célebre “os mistérios de deus não se discutem”, não podia a política deixar de ser também imbuída de ideias retrógradas como a de depender do consumismo o bem-estar social, se foi a política embalada no berço da religiosidade. Cabe à maior vítima das ideias mumificadas, a juventude, solucionar o problema, caso consiga desvencilhar-se do pão e circo que carreia sua atenção para igrejas, axé e futebola.  

  

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