domingo, 30 de agosto de 2020

ARENGA 429

 

 Setenta por cento dos brasileiros de triste memória se dizem contrários a que se investigue a aquisição de uma mansão de seis milhões de reais pelo filho do presidente Bolsonaro, diz a imprensa. Isto significa ser total perda de tempo dos intelectuais que escrevem calhamaços sobre melhor forma de vida. O comportamento irracional do ser humano é o mesmo do animal chucro que recusa o tratamento do médico veterinário que lhe salvaria a vida. Não há pais que sem intervenção de um juiz mataria seu filho ao recusar uma transfusão de sangue?

Esta monumental ignorância leva a ser perda de tempo orientar o ser humano para o caminho certo se sua estupidez o faz preferir o caminho errado, haja vista o gasto astronômico com o pão e circo contar com aprovação de quase totalidade dos seres humanos, além da permissão para que avarentos Reis Midas retirem da sociedade as imensas fortunas individuais que inviabilizam a tranquilidade de uma vida comunitária civilizada porque ao acumular em poucas mãos o dinheiro que a todos deve servir, as muitas mãos vazias serão obrigas a causar desassossego buscando seu quinhão.

A humanidade não terá tranquilidade enquanto não for limitado o tamanho das riquezas pessoais da corja de nenhuma sensibilidade social e muita baixeza espiritual que tem o cinismo de mandar seus testas-de-ferro do Banco Mundial declarar (conforme consta da página 21 de A Era Do Capital Improdutivo do mestre Ladislau Dowbor) que nas últimas décadas a pobreza deixou de existir para cerca de um bilhão de pessoas. Tamanha é a maldade destes canalhas que têm a desfaçatez de afirmar que estas pessoas deixaram de ser pobres por terem passado a viver com 1,90 dólar por dia. Pode uma pessoa com apenas a quantia de um dólar e noventa centavos pagar despesas de moradia, comida, saúde, educação, vestimenta? Para estes safados, pode.

E enquanto a maldade deixa à vontade estes canalhas para afirmarem tamanho absurdo, segundo ainda Ladislau Dowbor, na página 26 do mesmo livro, um desses gigolôs da sociedade que aplica um bilhão de dólares no cassino financeiro a módicos cinco por cento ao ano embolsa diariamente U$137 mil. Com a bunda farta assentada sobre cento e trinta e sete mil dólares por dia, estes monstros de cuja boca escorre baba de dragão afirmam bastar um dólar e noventa centavos para as outras pessoas.

Sem dar um basta à sanha de riqueza destes monstros é totalmente inviável a possibilidade de se viver civilizadamente. Não estaria na hora de trazer o pensamento do futebola e das igrejas para estas coisas os pais que desejam o bem dos filhos?       

 

 

 

 

 

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