segunda-feira, 17 de agosto de 2020

ARENGA 559

 

Depois da necessária preocupação em arrumar a vida dos filhos ou filhas, seria de bom alvitre dedicar alguma preocupação ao motivo pelo qual os seres humanos ainda não foram capazes de superar o impasse que os traz envolvidos em questões conflituosas causadas pela divisão em um grupo que desfruta da produção sem produzir e outro que produz sem desfrutar da produção. Mais condizente com a condição de seres que não sabem ser inteligentes seria uma situação em que todos se beneficiassem das conquistas que aumentam comodidade e bem-estar. Se a selvageria humana não permite a igualdade ideal, como é de se desejar, não devia permanecer desigualdade bastante para impedir que se chegasse à contemporaneidade com rusgas entre capitalistas e operários, como são denominados modernamente os que desfrutam sem produzir, ou exploradores, e os que produzem sem desfrutar, ou explorados.

Os explorados são engabelados pelos exploradores com tamanha eficiência que não se acham operários. Discutem nos papos de boteco não a extinção, mas uma forma mais condizente com suas aspirações o funcionamento das armadilhas dos exploradores. Instrumentos com os quais os exploradores exercem a ação exploratória tais como Taxa Selic, Bolsa de Valores, Taxa de Câmbio, Mercado Financeiro, Spread Bancário, etc., alimentam proseamentos em vez análises quanto o significado social destes monstrengos utilizados pela agiotagem.

São os explorados pessoas educadas para gastar suas energias produzindo a riqueza dos exploradores. O fato de viverem arrodeadas de pessoas em piores situações, receber em troca de seu sacrifício recompensa algo superior ao recebido pelas que amorcegam nos corrimãos de coletivos faz com que estas pessoas se sintam satisfeitas em sua condição de exploradas, não obstante a realidade de merecerem em troca do esforço empreendido que lhes consome a vitalidade condições de vida infinitamente mais confortáveis e menos desgastantes.

A filósofa Marilena Chauí escreveu um livro inútil como são a quase totalidade dos livros de intelectuais, em divagações que nada acrescentam à busca por um mundo melhor. Apesar da louvação de outros intelectuais, o livro de dona Marilena não presta, a começar pela bobagem de servidão voluntária porque não se é servo voluntariamente. O único pecado dos seres humanos é não pensar no lado espiritual da vida.

     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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