terça-feira, 4 de agosto de 2020

ARENGA 551


A infelicidade que atormenta a humanidade, mas que pelos festejamentos ela nem sabe que existe, tem origem na indiferença política cuja potencialidade é multiplicada no brasileiro de triste memória que não dá a mínima para o dinheiro de comprar a tranquilidade de poder satisfazer as necessidades reclamadas pela vida, carreado abertamente, debaixo do nariz da sua sociedade, para engordar as já bem nutridas contas bancárias dos bem nutridos ricos donos do mundo. As privatizações ora sugeridas pela política de tirar do pobre para dar ao rico são uma das muitas formas pelas quais se transfere a riqueza pública para o mundo privado. Empresas construídas com o dinheiro do povo são passadas para avarentos grupos empresariais a preço de banana enquanto o dono destas empresas, o povo, se esbalda no axé, nas igrejas, no futebola e na futucação de telefone.
A teoria do Estado Mínimo é uma das muitas formas de engabelar a sociedade com argumentos capciosos dos parasitas do sistema financeiro, monstros de cuja boca escorre baba de dragão e cuja ação predatória faz com que jamais possa sociedade alguma se ver livre da pobreza que mesmo nas sociedades ricas dá origem à violência que por sua vez dá origem às lágrimas de atingidos por alguma forma de infelicidade enquanto papagaios de microfone pulam da notícia de milhares de mortos para notícia de futebola.
Como nem todo refletir conduz a uma conclusão correta, pensadores têm afirmado ser melhor se retrair à solidão do que se sujeitar ao incômodo de conviver com quem ignora a realidade, o que equivale a dizer povo. Tal recomendação pode ser encontrada na bíblia, livro comprado como remédio contra infortúnios, mas que tem a mesma eficácia do feijão santo. Em Eclesiastes Dois 18:1 consta o seguinte: “Na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza”. Não deve ser por aí. Se está na ignorância das coisas da vida a origem da infelicidade humana, cabe lutar contra a ignorância em vez de refugiar na solidão, porque, como também afirmam pensadores, há mais nobreza em errar agindo do que se omitir por medo de errar.  Além do mais, a índole do ser humano, com raras exceções, exige companhia em vez de reclusão. Vai daí que qualquer esforço contra a indiferença política poderá produzir bons resultados para a meninada que substituirá as múmias espirituais enclausuradas em sarcófagos de onde ditam um comando desastroso que por ter trazido o mundo a esta situação, precisa ser desobedecido.
     

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