A infelicidade que atormenta a
humanidade, mas que pelos festejamentos ela nem sabe que existe, tem origem na
indiferença política cuja potencialidade é multiplicada no brasileiro de triste
memória que não dá a mínima para o dinheiro de comprar a tranquilidade de poder
satisfazer as necessidades reclamadas pela vida, carreado abertamente, debaixo
do nariz da sua sociedade, para engordar as já bem nutridas contas bancárias
dos bem nutridos ricos donos do mundo. As privatizações ora sugeridas pela
política de tirar do pobre para dar ao rico são uma das muitas formas pelas
quais se transfere a riqueza pública para o mundo privado. Empresas construídas
com o dinheiro do povo são passadas para avarentos grupos empresariais a preço
de banana enquanto o dono destas empresas, o povo, se esbalda no axé, nas
igrejas, no futebola e na futucação de telefone.
A teoria do Estado Mínimo é uma das
muitas formas de engabelar a sociedade com argumentos capciosos dos parasitas
do sistema financeiro, monstros de cuja boca escorre baba de dragão e cuja ação
predatória faz com que jamais possa sociedade alguma se ver livre da pobreza
que mesmo nas sociedades ricas dá origem à violência que por sua vez dá origem
às lágrimas de atingidos por alguma forma de infelicidade enquanto papagaios de
microfone pulam da notícia de milhares de mortos para notícia de futebola.
Como nem todo refletir conduz a uma
conclusão correta, pensadores têm afirmado ser melhor se retrair à solidão do
que se sujeitar ao incômodo de conviver com quem ignora a realidade, o que
equivale a dizer povo. Tal recomendação pode ser encontrada na bíblia, livro
comprado como remédio contra infortúnios, mas que tem a mesma eficácia do
feijão santo. Em Eclesiastes Dois 18:1 consta o seguinte: “Na muita
sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza”. Não
deve ser por aí. Se está na ignorância das coisas da vida a origem da
infelicidade humana, cabe lutar contra a ignorância em vez de refugiar na
solidão, porque, como também afirmam pensadores, há mais nobreza em errar
agindo do que se omitir por medo de errar.
Além do mais, a índole do ser humano, com raras exceções, exige
companhia em vez de reclusão. Vai daí que qualquer esforço contra a indiferença
política poderá produzir bons resultados para a meninada que substituirá as
múmias espirituais enclausuradas em sarcófagos de onde ditam um comando
desastroso que por ter trazido o mundo a esta situação, precisa ser
desobedecido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário