quarta-feira, 5 de agosto de 2020

ARENGA 552

Considerando ter também o objetivo de combater o desconhecimento que motivou o autor, transcrevemos aqui, do capítulo intitulado A IGNORÂNCIA do livro Falando Francamente,   do doutor Vinicius Bittencour, estes pensamentos por se encaixarem como luva em nossa vontade inquebrantável de mostrar o quanto erram as pessoas deixando a vida acontecer ao acaso, limitando sua intervenção apenas às atividades grosseiras do mundo material e desprezando a atividade de meditar sobre o que ocorre em torno de si:

“O flagelo da humanidade não é a peste, a guerra, a fome, a idolatria, a corrupção ou o crime. O flagelo da humanidade é a ignorância. Sem ela, essas calamidades não existiriam ou seriam drasticamente reduzidas. Apesar disso, o homem foge dos livros como o diabo da cruz. Reencarnando os párias, os impuros ou os intocáveis da velha Índia, nossos professores vivem na miséria. Os rebentos das classes abastadas desperdiçam o tempo com televisão e jogos eletrônicos. Os das classes pobres não têm livros, escolas, professores, nem motivação para estudar. Por toda parte alastra-se a ignorância. E nela se cevam os políticos, os curandeiros, os pastores de almas, os publicitários, a mídia eletrônica, a corrupção e o crime”.

“A peste não existe onde há saneamento básico, assepsia, higiene. Na Idade Média, entretanto, a peste era atribuída a sortilégio e combatida com exorcismos. Em vez de matar os micróbios, cuja existência desconheciam, nossos antepassados matavam as feiticeiras. A guerra seria evitável se os povos não fossem ignorantes. Como disse Frederico, o Grande, se os soldados raciocinassem, abandonariam o comandante na primeira esquina. A fome não ocorre onde não há latifúndios improdutivos ou explosão demográfica. O fanatismo desaparece quando a sabedoria arranca a máscara dos ídolos ou sacode seus pés de barro. A corrupção elimina-se com a vigilância, a efetiva aplicação das leis e a transparência dos atos administrativos”.

Como se vê, sob pena de padecer eternamente, a humanidade não pode prescindir da atividade de pensar. A juventude precisa desesperadamente de se ligar nos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber. Para tanto é basta trocar algum tempo da futucação de telefone pela leitura. Só nos bons livros são encontrados ensinamentos capazes de nos livrar da ignorância que mantém seres capazes de pensar na condição de manada estourada em direção ao compra-compra, igrejas, axé e futebola, com a única diferença que a manada é sacrificada para nutrir os seres humanos sacrificados para nutrir contas bancárias de parasitas sociais.

 

 


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