quinta-feira, 27 de agosto de 2020

ARENGA 426

 

É tão admirável quanto revoltante a mansidão com que os seres humanos se curvam ante o poder de parasitas que os exploram impiedosamente por meio do famigerado sistema financeiro, invenção por meio da qual satanás desmoraliza a ordem de deus para suar a cara a fim de comer o pão. Isto acontece por viver a sociedade tão alheia à realidade que um intelectual do porte de Ariano Suassuna, aos oitenta e cinco anos de idade, diz que o homem é tão inteligente que não pode resultar da evolução de uma espécie inferior; uma sociedade na qual criminosos fazem as leis que regulamentam o comportamento das pessoas honestas de modo a permitir que eles vivam folgada e nababescamente às custas de quem vive no sufoco e do suor da cara; uma sociedade que glorifica promotores de atividades lúdicas e ignora promotores de atividades das quais resulta benefício coletivo; uma sociedade que se fundamenta em três instituições falsas:  governo, economia política e religiosidade.

Se a primeira, o governo, se resume num amontoado de parasitas a vivendo em troca de promessas de bem-estar social que não podem ser cumpridas porque para isso teria de usar corretamente o produto da arrecadação dos impostos, o que é proibido pela segunda das falsas instituições, a economia política, que tem por objetivo direcionar tais recursos para os infernos fiscais daqueles que parasitam a sociedade com as bênçãos da terceira instituição falsa, a religiosidade, que recomenda  submissão às adversidades oferecendo a outra banda da cara para apanhar outra vez porque uma vez só é pouco.

A religiosidade impede o predomínio da verdade e a sobrevivência da falsidade. O filósofo Thomas Paine declarou o seguinte: “Quando lemos as histórias obscenas, as libertinagens volutuosas, as cruéis e traiçoeiras execuções, as vinganças impiedosas, que enchem mais da metade da bíblia, pensamos que seria mais consistente chamá-la a palavra do demônio do que a palavra de Deus. E o Mestre do Saber Vinicius Bittencourt na página 27 de Francamente: “O povo quer ser iludido. Os padres e os pastores suprem esta carência, fornecendo imposturas”. Mas a sabedoria dos sábios nada significa para a ignorância dos ignorantes que determinam o destino do mundo.


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