quinta-feira, 27 de abril de 2023

ARENGA 671

 

Essa gente fanática por deus e outros que tais só podem pensar que todos os demais não raciocinam ou não afirmariam o que afirmam. Na página 15 do livro Vigiar E Punir, de Michel Foucault, consta que os suplícios do pelourinho, patíbulo, chicote e roda são prova da fraca influência da religião sobre o espírito humano, e não falta quem aprove tanta bobagem porquanto tais suplícios foram justamente aplicados pela instituição divina da Inquisição que por meio deles matava pessoas para ficar com seus bens em nome de deus. Na página 12 do livro A Lei, de Frédéric Bastiat, consta que a função da lei é fazer que haja justiça. No entanto, são legais institutos imoralmente injustos porque têm por finalidade burlar a justiça como Prescrição, Foro Privilegiado e Imunidade Parlamentar. São instituições legais feitas objetivando impunibilidade para delitos a serem praticados. Aí estão o Cabral, o Geddel puxando a fila interminável de criminosos a mostrar para a juventude que roubar no Brasil é um verdadeiro achado.

O ser humano não precisa viver sem tão mal. Basta querer para poder viver sem os medos e sofrimentos de maioria evitáveis e que tanto os infelicitam. Há milênios o rústico ser humano sentiu necessidade de companhia e formou vida grupal no intuito de viver melhor. No entanto, decorrido tanto tempo depois de perceberem a vantagem da vida em sociedade, por maior absurdo que é, vem sendo deteriorada em vez de aperfeiçoada.          

No livro DISCURSO SOBRE A ORIGEM E OS FUNDAMENTOS DA DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS, Mestre Rousseau afirma que os males humanos começaram quando alguém cercou um pedaço de terra e se tornou dono dele e as demais pessoas em vez de protestarem, concordaram. Isto dá o que pensar. Se nenhum ser vivo vive sem comer, e se a comida vem da terra, para que a vida em sociedade possa acontecer a terra de onde vem a comida não pode ser objeto de propriedade privada, principalmente usurpada na mão grande como mostra o livro O Partido da Terra, de Alceu Luis Castilho. E mestre Eduardo Moreira coloca a pá de cal nesse assunto declarando na página 51 de Economia do Desejo que o mal a que se referiu Rousseau  teria sido evitado caso as demais pessoas se recusassem a aceitar   aquela primeira apropriação e derrubassem a cerca que as privava de ter acesso àquele pedaço de chão, alegando que os frutos da terra pertenciam a todos, mas que a terra não podia pertencer a ninguém.

 

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