quarta-feira, 24 de maio de 2023

ARENGA 674

 

Três fatos só aparentemente isolados deram origem a mais esta “prosa”.

Primeiro fato:

Um touro investiu furiosamente contra as pessoas que a custo o salvaram de morrer de fome e sede retirando-o de dentro de um lamaçal profundo do qual o grande animal se debatia inutilmente para sair. Se seus salvadores não tivessem conseguido fugir, certamente seriam massacrados pelo touro que salvaram.

Segundo fato:

Em conversa com uma pessoa do povo, portanto, alguém pobre como povo, me disse esta criatura professar o ideal político de direita porque o ideal político de esquerda é a causa dos males da humanidade.

Terceiro fato:

Em lúcida explanação, o jornalista Antônio Martins, responsável pelo Blog Outras Palavras, que é uma verdadeira escola de alfabetização política, em matéria intitulada COMO REAGIR À CAPTURA DA RIQUEZA COLETIVA PELOS BANCOS, chama a atenção para a inviabilidade de sucesso de nossa sociedade em decorrência do estrago causado pela exorbitância dos lucros dos bancos que graças a altíssimos juros parasitam imensas fortunas da coletividade já pobre.

Estes fatos, como dissemos no início, embora pareçam não se relacionarem, quando trabalhados pela imaginação levam a resultados práticos como veremos a seguir:

Não pode haver dúvida quanto à lucidez das palavras do jornalista quanto a ser um grande desserviço à sociedade a exploração bancária. Se a imprensa noticiou que apenas nos três primeiros meses deste ano o Banco Itaú teve um lucro de mais de oito bilhões de reais, dá para imaginar o quanto os famigerados banqueiros depenaram os brasileiros festivos.

Tal fato traz à mente a realidade de haver algo de muito errado com um governo que permite tamanho absurdo contra a sociedade que administra, deixando a entender como explicação para tamanho desleixo duas alternativas: vantagem proveniente de uma conivência criminosa ou incapacidade administrativa, casos que justificam a substituição das autoridades atuais por outras igualmente criminosas ou incapazes.

 Vejamos agora a correlação entre este estes três fatos:

O comportamento dos pobres de repúdio à política socialista corresponde exatamente ao comportamento do touro. Se o ideário socialista combate o excesso de riqueza parasitária e busca melhor distribuição desta riqueza, não se pode haver dúvida quanto a ser o comportamento ideal para os pobres. Portanto, em vez repudiá-lo como o touro repudiou seus salvadores, deveriam defender vigorosamente o socialismo. Daí a exatidão de Vinícius Bittencourt quando afirma que povo não pensa porque a mídia pensa por ele. A esta assertiva podemos acrescentar que como a mídia pertence aos exploradores do povo, evidente que a ela interessa um povo que repudia ideias contrárias às suas.

Ao conquistar a adesão dos pobres, os ricos conquistaram também a durabilidade do direito de fazer com que os pobres produzam a imensa riqueza existente no mundo sem que dela possam participar além de esmolas como os muitos auxílios entre eles o de absorventes de fluxo menstrual. É por aí que a política dos ricos domestica o poder que tem o povo de promover mudança. É tão grande este poder que carnaval, solenidades religiosas, futebola, enfim, nenhum dos espetáculos circenses do pão e circo consumiria as imensas fortunas que consomem sem a anuência do elemento povo cujo desconhecimento da realidade da vida o faz tão alegre e festivo de uma alegria e festividade próprias de débil mental.

Certamente com base nesse poderio imenso do povo foi que Marx afirmou que à classe operária (povo) pertencia o futuro. Mas ele não podia imaginar o pulo do gato que deram os opressores do povo fazendo com que os pobres se tornassem simpáticos às ideias dos ricos contra si próprios como vimos no segundo fato acima mencionado quando o touro ataca seus salvadores.

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