Três fatos só aparentemente isolados deram origem
a mais esta “prosa”.
Primeiro fato:
Um touro investiu furiosamente contra as pessoas
que a custo o salvaram de morrer de fome e sede retirando-o de dentro de um lamaçal
profundo do qual o grande animal se debatia inutilmente para sair. Se seus
salvadores não tivessem conseguido fugir, certamente seriam massacrados pelo
touro que salvaram.
Segundo fato:
Em conversa com uma pessoa do povo, portanto,
alguém pobre como povo, me disse esta criatura professar o ideal político de
direita porque o ideal político de esquerda é a causa dos males da humanidade.
Terceiro fato:
Em lúcida explanação, o jornalista Antônio
Martins, responsável pelo Blog Outras Palavras, que é uma verdadeira escola de
alfabetização política, em matéria intitulada COMO REAGIR À CAPTURA DA RIQUEZA
COLETIVA PELOS BANCOS, chama a atenção para a inviabilidade de sucesso de nossa
sociedade em decorrência do estrago causado pela exorbitância dos lucros dos
bancos que graças a altíssimos juros parasitam imensas fortunas da coletividade
já pobre.
Estes fatos, como dissemos no início, embora
pareçam não se relacionarem, quando trabalhados pela imaginação levam a
resultados práticos como veremos a seguir:
Não pode haver dúvida quanto à lucidez das
palavras do jornalista quanto a ser um grande desserviço à sociedade a
exploração bancária. Se a imprensa noticiou que apenas nos três primeiros meses
deste ano o Banco Itaú teve um lucro de mais de oito bilhões de reais, dá para
imaginar o quanto os famigerados banqueiros depenaram os brasileiros festivos.
Tal fato traz à mente a realidade de haver algo
de muito errado com um governo que permite tamanho absurdo contra a sociedade
que administra, deixando a entender como explicação para tamanho desleixo duas
alternativas: vantagem proveniente de uma conivência criminosa ou incapacidade
administrativa, casos que justificam a substituição das autoridades atuais por
outras igualmente criminosas ou incapazes.
Vejamos
agora a correlação entre este estes três fatos:
O comportamento dos pobres de repúdio à política
socialista corresponde exatamente ao comportamento do touro. Se o ideário
socialista combate o excesso de riqueza parasitária e busca melhor distribuição
desta riqueza, não se pode haver dúvida quanto a ser o comportamento ideal para
os pobres. Portanto, em vez repudiá-lo como o touro repudiou seus salvadores, deveriam
defender vigorosamente o socialismo. Daí a exatidão de Vinícius Bittencourt
quando afirma que povo não pensa porque a mídia pensa por ele. A esta assertiva
podemos acrescentar que como a mídia pertence aos exploradores do povo,
evidente que a ela interessa um povo que repudia ideias contrárias às suas.
Ao conquistar a adesão dos pobres, os ricos
conquistaram também a durabilidade do direito de fazer com que os pobres
produzam a imensa riqueza existente no mundo sem que dela possam participar
além de esmolas como os muitos auxílios entre eles o de absorventes de fluxo
menstrual. É por aí que a política dos ricos domestica o poder que tem o povo
de promover mudança. É tão grande este poder que carnaval, solenidades
religiosas, futebola, enfim, nenhum dos espetáculos circenses do pão e circo consumiria
as imensas fortunas que consomem sem a anuência do elemento povo cujo
desconhecimento da realidade da vida o faz tão alegre e festivo de uma alegria
e festividade próprias de débil mental.
Certamente com base nesse poderio imenso do povo
foi que Marx afirmou que à classe operária (povo) pertencia o futuro. Mas ele
não podia imaginar o pulo do gato que deram os opressores do povo fazendo com
que os pobres se tornassem simpáticos às ideias dos ricos contra si próprios
como vimos no segundo fato acima mencionado quando o touro ataca seus
salvadores.
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