terça-feira, 4 de outubro de 2011

VAMO TÊ VERGONHA, PÔ!


Olá, jovens que não vão ler meu recado. Façam de conta que estão escutando que lá vai prosa e puxão de orelha com brinco ou sem brinco. Não sei se a juventude merece porrada pelo comportamento idiotizado, ou piedade por ter nascido num ambiente do qual não participa a dignidade de homem e mulher que mereça respeito integral porque atualmente não é vergonhosa a desonestidade. Pelo contrário, dá estatura social.
A palavra “homem”, independentemente do sexo, encerra um qualificativo de superioridade, mas superioridade pela capacidade de pensar e por em prática as ações oriundas do pensamento. Ser homem, portanto, é a representação de um ser capaz de gestos nobres. Se não há gestos de nobreza e sentimento de solidariedade humana em determinado grupo é por ser ainda muito primitiva a índole deste grupo. Uma sociedade em tais moldes é uma sociedade infeliz como a nossa e causa tristeza a indiferença da juventude ao conviver com atos dos quais não fazem parte aqueles requisitos de honra e nobreza de caráter próprios dos verdadeiros homens e mulheres. Estão os jovens acostumados a um sistema onde quanto menos qualidades de homem tiver alguém, maiores as chances de receber prestígio social.
Pois eu os convoco, ó cambada, para encher o peito de ar poluído e assumir uma posição de homem diante do seu belo país porque ele não age por si só e precisa que alguém o faça por ele. Alguém que queira saber por que um homem da estatura moral do General Charles de Gaulle disse que o Brasil não é um país sério? Por que um Ministro do Estado Brasileiro foi revistado no aeroporto americano como um marginal qualquer e um Senador da República do Brasil beijou a mão de um candidato a presidente americano? Por que os atores americanos zombaram dos brasileiros? Se nossos minérios vão embora e voltam em forma de produtos acabados que compramos por centenas de vezes mais caro do que vendemos os minérios, não é fazer papel de bobo uma vez que há um montão de gente precisando trabalhar? Por que não processamos os minérios aqui mesmo? Por que o Brasil precisa importar trabalhadores se temos milhões de desempregados? Por que nossos políticos declaram menosprezar a opinião do povo que lhes paga a vida faustosa? Quando as pessoas são normais, é a opinião do patrão que prevalece.
Não obstante a existência de grandes brasileiros e brasileiras entre nossos irmãos brasileiros, isto ocorreu no plano interno. Do ponto de vista de mundo nosso papel sempre foi de bobo da corte. Nada mais ridículo do que o Lula exibir um ar de importante para dizer que ia telefonar para O AMIGO Bush! É um presidente “ingênuo”. O Bush é bilionário de família tradicionalmente bilionária e escolado na arte maligna de explorar a humanidade, enquanto que o pau de arara explora apenas um pobre povo desprovido de entendimento. Do Lula o Bush é “mui amigo”. Amigão dele é o lucro das empresas de seus correligionários ao custo de apenas 550 reais por trabalhador ao mês.
Uma vez que está todo mundo tão interessado nesta prosa, vou lhes dizer que o Professor Laurentino Gomes escreveu um belíssimo livro de História do Brasil, intitulado 1808, onde ele nos mostra nas páginas 60 a 65 a origem de nossa preguiça e no capítulo 15 ele nos mostra de onde vem nossa gatunagem. Eis uma amostra da origem de nossa preguiça: “A riqueza de Portugal era resultado do dinheiro fácil, como os ganhos de herança, cassinos e loterias, que não exigem sacrifício, esforço de criatividade e inovação, nem investimento de longo prazo em educação e criação de leis e instituições duradouras. Baseava-se na exploração pura e simples das colônias, sem que nelas fosse necessário investir em infra-estrutura, educação ou melhoria de qualquer espécie”.
Nossa qualidade de inferiores é tão evidente que até os nomes dos prédios residenciais precisam ser em inglês, francês ou espanhol. A língua dos brasileiros não serve. Por que os nativos desprezam seu país?
É compreensível que a velharia da boca torta pelo uso de todos os defeitos do mundo não se sinta incomodada porque o cinismo é a praia deles. Agora, a juventude precisa assumir um papel de verdadeiros homens e mulheres, lançar fora os espetos dos beiços e “das partes” e tirar nosso país do ridículo para colocá-lo num lugar honrado. Para tanto basta marchar com o estandarte da justiça em uma das mãos e o da honra e dignidade na outra mão. Sob o signo destes símbolos haverão de vencer até a própria parvoíce.
A maior mudança já ocorrida na história da humanidade está nas mãos dos jovens atuais. Mudança da qual não participa a brutalidade, mas mudança capaz de fazer o mundo ficar bom. Para tanto basta que os jovens tomem nas mãos a educação de seus filhos e mude o comportamento deles, fazendo-os pessoas normais em vez de idiotas a quem se ensina que um velhinho voador vai descer pela chaminé (mesmo que não haja chaminé) e deixar presente em forma de metralhadora para despertar nas pobres e inocentes criaturinhas o instinto da violência. O convencimento verdadeiramente capaz de promover mudança é aquele oriundo da mudança de mentalidade, como nos mostra o professor Durval Lemos Menezes, no livro A Conquista dos Coronéis, quando afirma a influência da nova mentalidade dos filhos dos coronéis sobre as idéias do coronelismo.
A grande mudança começará a existir a partir do momento que os jovens pais ensinarem a seus filhos que está muitíssimo errado uma equipe que nos livra de uma dor martirizante de coluna merecer menos reconhecimento do que outra equipe que corre atrás de bola. Faz-se necessário colocar as coisas nos lugares e assumir outra posição perante o mundo. Enquanto outros povos descobrem cura para muitos males, nós descobrimos novas formas de chutar petardos, saracotear no axé e vender a “paixão” cor de jambo de nossas mulheres para o deliciamento dos gringos da bunda prateada.
Pois então, ó cambada, que tal levantar alto a verdadeira bandeira de uma independência autêntica, conquistada por respeitar e ser respeitado por merecimento, e depois colocá-la no lugar desta independência mambembe comprada por seiscentas mil libras esterlinas? O professor Laurentino explica tudinho. É legal! Inté.

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