Se é
verdade que mestre Hegel afirmou que a única coisa que se aprende estudando
história é que nada se aprende estudando história, mestre Hegel falou uma coisa
sem sentido, donde se deduz que as meditações dos sábios podem levá-los também
a conclusões equivocadas. O estudo da História nos ensina muito. Dos seus
ensinamentos, dois livrariam a humanidade de todos os sofrimentos que apesar de
evitáveis infelicitam-na. O primeiro deles é que depois de tantas descobertas
em vários campos do conhecimento os humanos ainda não foram capazes de descobrir
um meio que lhes possibilite viver sem desarmonia, permanecendo, em termos
espirituais, no mesmo nível de seus antepassados brutamontes, matando seus
irmãos em busca de riqueza e poder. Estão tão longe dos ideais de paz e
felicidade que afirmam que para ter paz precisam estar prontos para a guerra e
que para ter felicidade precisam ter muito dinheiro.
Estudando História movido pela
curiosidade de aprender em vez da necessidade de passar no vestibular
adquire-se a compreensão de que tanto a política quanto a religiosidade são
dois engodos monumentais. Tanto uma quanto a outra se resumem em um número
imensurável de parasitas vivendo às custas de quem trabalha. Daí ser total perda
de tempo esperar de deus ou do governo a realização do sonho de paz e
tranquilidade. Se deus é como o caviar, do qual só se ouve falar, no que diz
respeito ao governo, que realmente existe e pode ser apupado e xingado, nunca fez
parte dos planos de nenhum governo qualquer preocupação com paz e felicidade dos
governados. Ao contrário, aos governos sem exceção, interessa que o povo seja
mantido em total ignorância para que não inteire das malandragens da política,
objetivo que apesar de ser digno do demônio, tem tido extraordinário sucesso porquanto
mantém cem por cento do interesse coletivo absorvido pelas palhaçadas do pão circo.
É tão completo o desinteresse do povo
por assunto sério que nem mesmo lhe desperta interesse a evidência do perigo
proveniente da ação predatória dos avaros ajuntadores de riqueza que já apodreceu
as águas, envenenou o ar e a comida, desertificou a terra, destruiu as
florestas e expulsou para as cidades a população do campo e os bichos que
ficaram também sem moradia, prenunciando um futuro duvidoso para as crianças
que mães futucadores de telefone ostentam com tanto orgulho que expõem suas
barrigonas nada agradáveis à vista de quem conhece a brutalidade do processo da
parição.
Refletir sobre o passado que a
História expõe leva à conclusão de viver a humanidade na mesma obscuridade de
quando se acreditava que o governante era entidade divina e que precisava ser
tratada a pão de ló. E mais, depois de tomar conhecimento de coisas tais como
Dignidades, Supérfluas, Indulgências, Dispensas, Tesouro de Merecimento,
Inquisição, etc., etc., aprende-se que também a religiosidade é como o
capitalismo. Ambos se mantêm exclusivamente por se desconhecer a diferença
entre o que dizem ser e o que realmente são.
Portanto, mestre Hegel está errado e
os humanos devem mais que depressa deixar de lado a falta de interesse, se
mirar no retrovisor da história, e mudar de atitude antes de ser tarde demais.
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