A imprensa é uma faca de dois gumes. Se por um lado mostra os
problemas que afligem a humanidade, por outro lado, salvo gatos pingados como
Ladislau Dowbor, Thomas Piketty e poucos outros economistas que escrevem livros
mostrando coisas como o impasse entre bem-estar social e o acúmulo em poucas de
imensas riquezas privadas, bem como a insanidade da prática de se procriar sem
se levar em conta a possibilidade de não ter como manter viva tanta gente.
Tirando fora os poucos escritos desse teor, no mais, a
imprensa faz maior mal do que o bem que faz uma vez que suas informações distorcem
a verdade. Depender de propaganda para sobreviver, e ser a propaganda a arte de
explorar a estupidez humana, resulta que para a imprensa é mais conveniente um baixo
nível intelectual dos ouvintes do que de pessoas intelectualmente elevadas.
Esta realidade pode ser facilmente percebível na grande audiência que têm as
gritarias dos programas sobre futebola, geralmente aos meios-dias, quando a
ralé mental é atraída pela televisão no horário de almoço, quer em casa, quer
nos restaurantes e lanchonetes. Da mesma forma, as vulgaridades de “famosos”,
“celebridades” das baixarias de BBB e Fazenda, além de reis de pau oco, pessoas
vulgares para as quais a imprensa carreia a atenção do povo com tamanha
eficiência que jovens ficam ricos por cantar, mostrar a bunda, ou escoicear
bola enquanto têm de ralar numa vida medíocres os jovens que lutam contra a
pandemia, e perseguidos os que buscam justiça social, resultando daí que os seres
humanos se comportam de modo a se prejudicarem a si mesmos por força das
informações da imprensa.
Daí que a realidade vivida exige mudança. Quando a imprensa
mostra à população o lucro dos bancos ou a jogatina do Cassino Caixa Econômica,
nenhum interesse desperta na opinião pública a inviabilidade de uma situação na
qual há mais vantagem na agiotagem, na jogatina, no roubo do sistema financeiro,
nas atividades lúdicas e na prostituição mostrada no Yahoo Notícias do que no
trabalho honesto e produtivo.
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