terça-feira, 8 de março de 2022

ARENGA 647

Não se liga a televisão sem que na tela apareçam pessoas requebrando, mulheres fazendo com que a bunda fique em destaque, papagaios de microfone tecendo loas ao agribiuzinesse e bancos, políticos prometendo mundos e fundos ou com sorriso tão falso quanto objetos banhados a ouro e dentadura comprados na feira, feijão milagroso e água santa da igreja, comentaristas de politicagem discorrendo sobre erros da administração pública, como se a riqueza pública fosse para ser administrada corretamente. Abertas as cortinas do palco sobre o qual desenrola o drama da vida desgraçada da humanidade, principalmente a vida dos patrícios de deus deste recanto de mundo que apesar de abençoado pela natureza é habitado pelo povo mais povo do mundo que neste ano de 2022 tem como perspectiva única de governo a repetição do mandato de um político de mentalidade tão retrógrada que trouxe de volta a teocracia medieval ou a repetição de outro governante que pelas peripécias de um Ali Babá de nove dedos mostradas no livro O Chefe saltou da condição de pau-de-arara antes do primeiro governo para a de multimilionário depois de ter tido em seu poder a chave do cofre do erário. Não obstante esta realidade, é neste escroque que o povo mais povo do mundo deposita esperança de ter um governo que zele pelo futuro de seus filhos. Com firme desejo de dias menos infelizes, vamos tentar atinar com o porquê de ter nosso país um destino tão ingrato:

Do requebramento de quadris. Percebe-se que todos os requebradores são pessoas jovens. Por serem jovens ainda não puderem chegar à experiência necessária para saber o que mais adiante lhes aguarda na esquina da vida. Espetar penduricalhos nos beiços, peitos, bundas, orelhas, narizes e até nas partes íntimas do corpo é comportamento que denuncia imaturidade. Tendo sido induzida pelo pão e circo à imaturidade a juventude que é a mola do mundo, fica o mundo à mercê de uma velharia de mentalidade embolorada, avarenta e egoísta para a qual o importante é ajuntar riqueza. Tão alienados foram os jovens que desconhecem a realidade de serem eles mais poderosos do que todos os imbecis que por terem roubado suas sociedades e adquiridos imensas fortunas são chamados de poderosos. Sem um despertar da juventude para a realidade o mundo será levado ao caos pela sanha incontida de riqueza dos Bezos e Hangs da vida.

 Sobre a alienação da juventude, na página 92 do grandioso livro Os Donos Do Mundo, a fabulosa escritora espanhola Cristina Jiménez, diz que a empresa farmacêutica suíça Sandoz AG desenvolveu o ácido lisérgico (LSD), e que no governo Roosevelt foi criada uma instituição para promover a droga pelo mundo afora, o que deu origem à narco-contracultura do LSD dos anos 1960, a chamada Revolução dos Estudantes. Vejam só a quanto chega a maldade da velharia que manda no mundo: patrocinada pela CIA ao custo de vinte e cinco bilhões de dólares, por meio de lavagem cerebral, patrocinou-se uma anarquia juvenil de uma juventude domesticada por meio de controle laboratorial que deu origem ao termo infoxicação (de informação e intoxicação (página 88 de outro livro também da escritora Cristina Jiménez O Clube Dos Poderosos). E assim foi anulada a rebeldia da juventude e deixado o campo livre para ideias bolorentas. 

Há muito vem este cantinho de pensar falando do pão e circo inventado pelos romanos para desviar a atenção da massa bruta de povo das sacanagens de seus falsos líderes. E é bem assim que diz a pesquisadora espanhola estudiosa desse tema há mais de dez anos. Eis o que ela diz na página 117 de O Clube Secreto Dos Poderosos: “O controle do ócio é outra das obsessões dos senhores do mundo. Futebol e centros comerciais para manter a sociedade entretida, distraída dos assuntos políticos, é um dos seus objetivos. Trata-se da versão atual do pão e circo do império romano”. Portanto, sem um despertar da humanidade para o fato de estar sendo vítima do hipnotismo do pão e circo nada mudará e as mentes emboloradas terão campo livre para agir impunimente. 

Passemos agora ao porquê da vulgaridade da disposição feminina para expor a bunda: é uma questão da alta dose de vaidade feminina que o pão e circo aproveita com sucesso em seu trabalho de imbecilizar. A vaidade não poupou nem a deusa grega da sabedoria, Minerva, e a fez disputar um concurso de beleza com as deusas Juno e Vênus, (Página 297 de Mitologia, de Thomas Bulfinch), estando nesse concurso o germe que deu origem à Guerra de Tróia, mas isto é outra história porque o assunto agora é bunda. Estando na bunda da mulher a fixação da fantasia sexual masculina, a vaidade leva para aquela parte do corpo das mulheres a atenção. Assim, a fim de se mostrarem digas de atenção e desejo é que as mulheres dão sempre um jeito de pôr a bunda em destaque até para elas mesmas quando se contorcem diante dos espelhos ou das pinturas dos carros estacionados ao passar por eles para ver o lado de trás destinado à expulsão dos excrementos.

Dito isto, passemos à questão das promessas vãs dos políticos. Elas encontram explicação na espetacular facilidade com que o povo pode ser enganado. É tão fácil enganar o povo quanto tirar bala de criança. Desde que se tem notícia de povo que também se tem notícia de nunca ter faltado seguidores para qualquer maluco que depois de ter passado um tempo sumido, comendo insetos com mel, aparece dizendo-se mensageiro de deus. Não fosse a enganação, haveria discordância em carregar no lombo muitas coisas vãs como o peso de um congresso e um STF mais caros do mundo para atuar contra o interesse da população que dá vida mansa aos integrantes destas instituições para pular por cima da exigência constitucional de notável saber jurídico e reputação ilibada para ser juiz, fazendo com que seja empossado na terceira instância judiciária um advogado reprovado em concurso para a primeira instância, o que prova inexistência de saber jurídico, e que pelo fato de atuar na política que lhe assegurou a meteórica carreira, também afasta a possibilidade de ilibada reputação. Nem haveria o povo, não fosse a enganação, em concordar com a impunidade de criminosos do colarinho branco mais perniciosos para a sociedade do que os ladrões comuns que até por crime famélico padecem os horrores a que Dostoievski faz referência em Crime e Castigo.

Passando para o assunto papagaios de microfone, como explicá-los? Seguinte: eles são como bonecos de ventríloquos. Por meio deles os rufiões do sistema financeiro fazem chegar à massa bruta de povo coisas que fazem a trupe humana pensar do jeito que eles querem. Fazem crer ser necessário fazer compras, dar presentes no Natal, esvoaçar mundo afora arriscando a vida e distribuindo dinheiro e doenças, ter certeza que bandido pobre deve ser morto, que a criminalidade e o uso de drogas são problemas para a polícia, que deve apoiar a menoridade penal de 18 para 16, 14, 12 anos, processo que levará recém-nascido à prisão, que a falta de deus faz cometer crime bárbaro, que toupeiras mentais merecem fama e celebridade, que banco ajuda as pessoas, que agribiuzinesse e investidores fazem bem à sociedade, que é  preciso jogar na esportiva e proibir cassinos. Tudo que à sociedade parece necessário é a mando dos proxenetas do sistema financeiro reunidos no Clube Bilderberg, desnudado pela grande escritora espanhola Cristina Martín Giménez. Não é sem razão que esta pesquisadora/escritora diz na página 97 de O Clube Secreto Dos Poderosos que esta cambada converte sua ideologia em leis que mudam o destino da humanidade.

Agora, a questão dos comentaristas de politicagem discorrendo sobre erros da administração pública. São pessoas que tendo por profissão falar sobre política, se não podem deixar de fazer o trabalho em troca do qual têm a despensa abastecida, isto é, falar, também não podem ultrapassar os limites do sistema vigente no momento de suas falas sob pena de serem defenestrados por seus patrões, os donos dos meios de comunicação, a quem interessa a massa bruta de povo pensando como lhes convém. São, portanto, os comentaristas de politicagem inúteis ao se ater apenas aos problemas sem se referir às causas desses problemas. Afinal, já dizia Orwell que em época de farsa dizer a verdade é ato revolucionário. Sendo revolução insurgência contra um sistema estabelecido, para não deixar Orwell passar por mentiroso, aí estão Julien Assange amargando prisão e sujeito a pena de morte por ter dito verdades sobre canalhices do governo americano da bunda branca e o escritor Eduardo Moreira ameaçado por escrever o livro O Que Os Donos Do Poder Não Querem Que Você Saiba, mostrando canalhices do sistema financeiro parasitário e canalha dos sanguessugas da sociedade.

Como nenhum problema pode ser resolvido se permanece o fato do qual provém sua causa, de nada valem as análises dos analistas de politicagem porque politicagem não tem a ver com política, que como ciência da administração correta da riqueza pública, nunca existiu nem pode existir porque o dono desta riqueza, o povo, se comporta de modo totalmente desinteressado com o que está sendo feito dela. Apesar de estar na indiferença do povo com o desbaratamento da riqueza pública a causa dos problemas, nenhum analista de politicagem faz referência a esta questão, razão pela qual suas falas não servem para nada.

Talvez com infundada presunção, mas o firme e irresistível desejo de que as atuais criancinhas fofas venham a ter futuro menos ingrato do que o presente é o que leva este cantinho de pensar a pensar sobre estas coisas.

 E assim é que entrou pelo pé de pinto e saiu pelo pé de pato e meu senhor mandou dizer que é prá contar mais quatro e fim de papo.

 

 

 

 

 

 

 

 

  

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