segunda-feira, 21 de março de 2022

ARENGA 648

 

 Tudo leva à conclusão de ser a vida vivida ao contrário de como devia ser. Quando um pai, sob o efeito imbecilizante do pão e circo, escancha um filho no pescoço e o estimula a ter como herói uma marionete aculturada em louca disparada no carro de corrida, o resultado disso é infelicidade para as famílias de jovens mortos ou mutilados por acidentes nos “pegas” graças à influência maligna dos bonecos inconscientes de seu papel de moleques-de-mandado dos malfazejos Bezos e Hangs do mundo que a custo de ouro mantém a diabólica invenção do pão e circo cuja ação atrofia o raciocínio de forma tão espetacular que faz pessoas inteligentes se comportar como babacas capazes de ensinar aos filhos a admirar incultos escoiceadores de bola ou que a felicidade deles depende de deus em vez de suas próprias ações. Pais que assim procedem tornam seus filhos alienados da realidade de que nosso destino independe de divindades imaginárias criadas por nossos antepassados diante do medo que a enormidade da natureza lhes impunha. Ao fazer isso com os filhos os pais os priva da possibilidade de formar uma sociedade civilizada. São desnaturados os pais omissos ante a influência perniciosa da religiosidade alienante e das vulgaridades tão comuns no Yahoo Notícias e programas chulos de televisão porque disto resulta em estimular a prostituição e deturpar a sexualidade dos jovens.

Há uma trama satânica ardilosamente arquitetada para fazer os pais procederem assim porque o normal é que os pais orientem os filhos para que se deem bem na vida em vez de terem a vida infeliz que têm sem que ninguém mova uma palha no sentido de orientar os jovens inexperientes para caminhos menos infelizes por onde fazer o percurso da vida. Se até os bichos ariscam ou mesmo sacrificam a vida em defesa dos filhos, por que, então, seres humanos ficam indiferente vendo seus filhos sendo orientados para se tornarem tão infelizes que praticam suicídio?

Embora intelectuais tergiversem inutilmente  sobre como proceder para se viver melhor, é como se não percebessem a realidade de que a consciência coletiva da qual resulta a escolha dos líderes políticos que decidem pela qualidade de vida é moldada pelos interesses dos magnatas dos meios de comunicação uma vez que as pessoas não estão presentes ao que acontece no centro do poder de onde emanam as decisões políticas, resultando daí que as pessoas têm por verdade o que as notícias lhes dizem ser verdade. Vai daí que sendo natural a busca por comodidade, os magnatas donos dos meios de comunicação engordam suas contas bancárias já obesas, inclusive com verbas públicas, não só para transmitir falsidades e manter o povo tão desinteressado em aprender ser ele o verdadeiro senhor que passa necessidade enquanto paga contas bilionárias para dar vida faustosa a sanguessugas que se locupletam na agiotagem do sistema financeiro. As artimanhas anulam nos seres humanos a capacidade de raciocinar de tal modo que eles até almejam se tornar escravizados por um emprego dos exploradores da vitalidade de quem precisa vender a força/trabalho para sobreviver. Desta forma, mesmo querendo que os filhos se deem bem na vida, mas impossibilitados de agir nesse sentido porque suas mentes foram embasadas em informação falsas,  os pais acabam permitindo sem saber que seus filhos, como eles, venham também a se tornar  vítimas da sanha dos monstruosos ajuntadores de riqueza, e, em vez de agirem no sentido de viver bem, agem no sentido de viver mal ao desejarem também ser um parasita. A humanidade está tão atolada em falsidades  que até o livro que considera conter a palavra do seu deus há apologia à riqueza e até mesmo esse tal de deus tem seu tesouro divino, boa parte do qual, se deve ao morticínio e saque à cidade de Jericó (Josué 6-27).

Não é por falta de inteligência, mas pela impossibilidade de fazer uso dela que os seres humanos se comportam de modo a buscar infelicidades para si mesmos. A justificativa disto foi percebida pelo historiador Edward Mac Nall Burns de ser a humanidade constituída de seres tão estúpidos que vivem para destruir o que construíram, conclusão confirmada pelo genial Einstein quando fez a seguinte observação:  “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri certeza”. Para que esta estupidez seja superada basta que a humanidade seja alertada para a realidade de estar sendo estúpida, de estar sendo entorpecida por falsas informações de forma tão evidente que pessoas se reúnem para tratar de assuntos de vida depois da vida enquanto permite que Bezos e Hangs troquem por riqueza os recursos naturais de que depende a vida antes da morte.

Tem-se, pois, que a estupidez humana é inculcada nos seres humanos independentemente da vontade deles. Para isso é que existe uma televisão em cada local onde se ajuntam pessoas. É para fazê-las indiferentes ao absurdo de distribuir tão mal a riqueza produzida por elas que algumas dispõem de recursos para milhões de vidas embora só tenham uma, enquanto outros passam fome. Daí ter São João Crisóstomo afirmado com propriedade que ninguém a não ser nós mesmos pode nos fazer infelizes. 

Como os bichos, vivem os seres humanos por viver apenas, não obstante ser a atividade de viver a mais importante de todas as atividades, mesmo porque não se poder exercer nenhuma atividade sem que se esteja vivo e gozando de saúde e disposição. Daí não se justificar deixar a responsabilidade pela qualidade de vida e disposição sob responsabilidade de falsos líderes manipulados pelos parasitas ajuntadores de riqueza aos quais interessa a pobreza para que lhes custe menos a despesa de fazer funcionar suas máquinas de fazer fazer dinheiro havendo quem para não morrer de fome se disponha a trabalhar por pouco.

Ao afirmar mestre Platão que a educação recebida pela criança define o destino do adulto, e mestre Orwell ter afirmado que embora se imagina existir uma natureza humana, esta natureza vem de fora por ser o homem infinitamente influenciável, estão estes Grandes Mestres do Saber nos dizendo exatamente que se o mundo está em pandarecos deve-se à deseducação social aprendida pelas crianças e que em função da facilidade em influenciá-las por meio de um sistema de educação que ensina o bom mocismo exigido por Papai Noel, são as crianças preparadas para se tornarem adultos tão estúpidos que se deixam levar por festejamentos, foguetórios, vulgaridades "famosos", "celebridades" e reis de pau oco, toupeiras mentais inexplicavelmente merecedoras de maior apreço do que pessoas que exercem atividades nobres das quais depende o tão apreciado bem-estar.

Conhecer a verdade já era evitado desde antes de Cristo. Para isso é que quem escreveu o livro Gênesis a mando dos Bezos e Hangs de então colocou no versículo 17 do capítulo 2 a proibição de comer do fruto da árvore do conhecimento. Como é mais fácil enganar ignorantes, os parasitas ajuntadores de riqueza fomentam o desconhecimento da turba de frequentadores de igreja, axé e futebola de modo tão avassalador que se reúnem em centros espíritas para conversar sobre fantasmas, em igrejas para conversar com estátuas ou comprar feijão milagroso, mas não conversam sobre a realidade de terem seus filhos água, ar e comida cada vez mais carregados de veneno.

Mestre Platão considerava haver dois modos de saber: a impressão e o conhecimento. Ao refletir sobre isso conclui-se que a humanidade só dispõe da impressão porque o conhecimento leva a perceber que tudo à volta é só falsidade. Se a humanidade não sabe disso é por não dispor de conhecimento. A DEMOCRACIA, por exemplo, tida como forma mais perfeita de administrar a riqueza produzida coletiva e sobre a qual a trupe de fomentadores de desconhecimento faz alarde, não passa de engodo porque ficando a massa bruta de povo encarregada de eleger autoridades, os escolhidos são aqueles que dão prioridade a festejamentos em vez de educação e saúde. Prova insofismável desta realidade pode ser encontrada na declaração do fenômeno (em ignorância social) Ronaldo Fenômeno de que Copa do Mundo não se faz com escolas e hospitais. Outro exemplo de escolha errada é a opção por políticos adeptos das privatizações porque são um meio desonesto que permite à canalha vender o patrimônio público para crescer a pança e as contas nos infernos fiscais. Para maior certeza da incredibilidade desta tal de democracia, diz o mestre do saber Ladislau Dowbor, na página 22 do livro A Era do Capital Improdutivo: “Não há razão para os dramas sociais que vive o mundo. Se arredondarmos o PIB mundial para 80 trilhões de dólares, chegamos a um produto per capta médio de 11 mil dólares. Isto representa 3.600 dólares por mês por família de quatro pessoas. A desigualdade atingiu níveis obscenos. Quando oito famílias são donas de mais riqueza do que metade da população mundial, enquanto 800 milhões de pessoas passam fome, francamente, achar que o sistema está dando certo é prova de cegueira mental avançada”.

Só mesmo em avançadíssimo estado de cegueira mental deixa-se conduzir a humanidade a um destino determinado por falsos líderes, comportamento do qual resulta serem as pessoas rebaixadas a serviçais de nada menos que quadrilheiros que empregando artimanhas próprias de bandidos, engendradas por meio do mundo obscuro do sistema financeiro, roubam impiedosamente a riqueza que é de toda a coletividade humana, indiferentes aos sofrimentos decorrentes da ação verdadeiramente satânica de tomar na mão grande os meios com os quais poderiam muitos males serem sanados.

Tudo conduz à indispensabilidade de nova cultura se na cultura atual a juventude vai virar comida de germes sem ter aprendido a realidade da vida uma vez que os jovens têm como exemplo de bom comportamento criaturas inescrupulosas e tão estúpidas que por também nada terem aprendido da vida se acham confortáveis em situação na verdade perigosamente incômoda de abastados à larga não obstante se encontrarem arrodeados de famintos a proliferar como ratos em função da predominância dos instintos sexual e maternidade. O comportamento humano leva a uma velhice tão infeliz quanto a declarada pelo outrora famoso jovem Alain Delon em matéria no jornal Folha de São Paulo dando conta da infelicidade daquele que outrora mereceu admiração e glória, mas que se encontra tão infeliz que recorre à eutanásia por não suportar a velhice. Passado o tempo da glória, a realidade faz ver que a única utilidade da riqueza é proporcionar o conforto de um bom atendimento médico, um caixão luxuoso, um mausoléu de mármore, um forno crematório e briga entre herdeiros. Não podia ser outro senão de sofrimento o futuro dos seres humanos se têm riqueza por maior objetivo. Enredados numa teia de aranha negra tecida pelas falsas informações que incontáveis papagaios de microfone lhes empurra goela abaixo, deixam-se envolver os seres humanos por brincadeiras feito crianças, serem conduzidos inferentes feito boiada, situação que mereceu do velho e sábio Marx esta observação constante das páginas 172 e 173 do livro História da Riqueza do Homem, de Leo Huberman: “Se dinheiro vem ao mundo com uma mancha congênita de sangue numa das faces, o capital vem pingando sangue e lama da cabeça aos pés”.

Nunca deixou o velho Marx sua preocupação com o desnecessário sofrimento humano. No entanto, em vez de acolhimento, é rejeitado embora suas afirmações correspondam à realidade demonstrada no seguinte trecho do historiador Edward Mc Nall Burns ao tratar da Revolução Industrial que introduziu novos processos produtivos no mundo: “Os dispositivos economizadores de trabalho capacitam o operário a produzir mais, mas é duvidoso que realmente lhe poupem muito trabalho. Seja qual for a situação atual, é indubitável que nos primórdios da Revolução Industrial a introdução das máquinas não representou grande vantagem para o trabalhador. Fizeram elas, muitas vezes, com que homens robustos e capazes fossem alijados dos seus empregos pelo trabalho mais barato de mulheres e de crianças. Além disso, muitas fábricas, particularmente as de tecidos, eram piores do que prisões. Tinham janelas pequenas que em geral se conservavam fechadas a fim de manter a umidade necessária à manufatura do algodão. A atmosfera viciada, o calor sufocante, a falta de higiene, a par de horários intoleráveis, reduziam inúmeros operários a pobres criaturas macilentas e minadas pela tísica, arrastando bom número deles ao alcoolismo e ao crime. Acresce que as novas cidades industriais se desenvolveram tão rapidamente e de maneira tão desordenada que, durante certo tempo, as condições de habitação dos pobres foram abomináveis. Ainda em 1840, em Manchester, um oitavo das famílias da classe operária vivia em porões. Outras amontoavam-se em miseráveis habitações coletivas, com até doze pessoas a morar num só quarto. Eram tão pavorosas essas condições que os empregados das fábricas inglesas tinham, no começo do século XIX, um nível de vida talvez inferior ao dos escravos nas plantações americanas”.

Não obstante tamanha monstruosidade, são os jovens induzidos a fazer opção pela cultura obtusa do ajuntamento de riqueza.

 Portanto, sem esclarecer a humanidade do seu papal de hospedeira de parasitas das mais diferentes espécies é totalmente impossível desbancar do trono de Midas a trupe avarenta e imune a sentimentos nobres que se apossou do mundo por meio de perversas artimanhas urdidas pelo sistema financeiro e vendidas pelas falsas informações. Na página 17 do pequeno grande livro Desigualdade, Eduardo Moreira, depois de ter estudado bastante o sistema financeiro, descobriu e torna público como os seres humanos são vítimas da sanha e perversidade daqueles que os parasitam com apenas esta frase: A FALTA DE CONHECIMENTO DOS CLIENTES TINHA UM ENORME VALOR PARA OS NEGÓCIOS. Embora nada signifique para a malta de frequentadores de igreja, axé e futebola, isto mostra que é graças à falta de conhecimento ou à ignorância fomentada pelo pão e circo que os algozes atrelam os grilhões na humanidade.

De toda esta “prosa” conclui-se que pensar é mais importante que navegar que Fernando Pessoa afirmava ser mais importante que viver.

   

 

 

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