domingo, 7 de abril de 2013

POLÍTICA E RELIGIÃO


                         Desde que se tem notícia da existência de agrupamento humano, também se tem notícia da necessidade que tem cada ser humano de se aconselhar com outro ser humano nas suas dúvidas. Quanto mais esperta for a pessoa, maior curiosidade e mais dúvidas, o que ocasiona mais perguntas e a necessidade de alguém que as esclareça. Em todo agrupamento humano sempre surge alguém que inspira confiança aos demais, embora não seja comum esse tipo de gente. Ao contrário, é um tipo raro chamado de líder carismático. É alguém em quem não se tem dúvida de merecer confiança, alguém de quem ninguém duvida da integridade e companheirismo. A este líder natural as demais pessoas passam a confidenciar suas dúvidas, problemas ou angústias porque o homem não tem natureza para viver isolado. Quem pensa ser “o próprio” é por não ter aprendido nada na vida. Limitou-se a ocupar o tempo em que permaneceu por aqui apenas para encher latrinas. Esta ignorância faz com que um ser humano tenha como único interesse por outro ser humano apenas a intenção de lhe explorar a força-trabalho. Não sabem estes brutamontes que teriam muito mais a ganhar se explorassem o lado espiritual das pessoas, fazendo por merecer a amizade delas e retribuindo com a sua.

 Como resultado da sua sinceridade, companheirismo e, sobretudo, disposição desinteressada para ajudar alguém em dificuldade, veio o líder natural a angariar a simpatia de todos e resultou que viesse a assumir a função de chefe do grupo, e dedicando real interesse no destino dos liderados. Quando as dúvidas não versavam sobre coisas materiais, começou a surgir outro tipo de líder também verdadeiro na pessoa de quem trouxe consigo a propensão para pensar sobre o porquê das coisas e das pessoas. O fato de observar a vida com maior intensidade, terminou por tornar mais aptos estes observadores para conversar e orientar sobre assuntos que não faziam parte do dia a dia como as guerras. Assim, passou a haver em cada grupo dois líderes, um cuidava da administração dos assuntos materiais e o outro cuidava dos problemas de angústia, ou aquilo que veio a ser denominado de espiritual.

Como o homem nunca alcançou nível espiritual que superasse os instintos, tendo, inclusive, a necessidade de freio como cavalo, como eles mesmos alegam, a supremacia do instinto sobre a espiritualidade deu origem às irmãs siamesas usura e ganância. Como fêmea já acasala com fêmea, do acasalamento daquelas duas cobras nasceu uma necessidade de riqueza tão brutal que levou as pessoas de maior agilidade mental a considerar inferiores os mais lentos e deles tirar toda vantagem possível a fim de construir suas riquezas. Um dos meios utilizados para enriquecer foi usar a capacidade de enganar e se fazer passar por líder a fim de ganhar o poder que o apoio dos liderados garante para usar em benefício próprio.  

Criou-se, então, uma categoria de falsos líderes que exterminaram os líderes verdadeiros e passaram a contar com técnicas que orientam como vestir, impostar a voz, assumir determinadas posições corporais, enfim, tornar o mal intencionado num perito na arte de enganar. Foram tão bem preparados que atualmente estenderam seu poder sobre a humanidade e a submeteram a uma sofisticada servidão tão servil que os seres humanos se privam dos elementos essenciais à sua sobrevivência, mas nunca deixam que nada falte aos falsos líderes.

A fome de poder dos ignorantes levou os falsos líderes a perseguir e exterminar o líder natural e fizeram uma divisão no trabalho de enganar. Os falsos líderes dos assuntos espirituais iriam viver às custas dos enganados prometendo-lhes proteção divina e os falsos líderes para assuntos materiais viveria de prometer saúde, segurança, educação e moradia, o que não deixa de ser um contrassenso porquanto a proteção divina deveria proteger contra todos os tipos de necessidade. Entretanto, como se trata de enganados, fizeram crer que o Estado era uma coisa e que a Religião era outra coisa. Entretanto, a separação foi de mentirinha. O que houve foi um acordo sobre a forma de viver sem ter de subir em andaimes, entrar nas minas de carvão, ou ser arrastado pela enxurrada. Combinaram então que uma parte do que arrancassem do povo ficaria sendo chamada de imposto e pertenceria ao líder da administração política e outra parte seria chamada de dízimo, laudêmio, e outras formas de tungar, e seria da religião e entregue aos representantes de Deus. O poder dos falsos líderes da religião só não é maior do que o poder dos falsos líderes da política porque estes contam com forças armadas. Entretanto, o poder daqueles é incalculável porque sua liderança é exercida sobre toda a humanidade, sem limite de território como ocorre com os falsos líderes da política.

Entretanto, a união indissolúvel entre religião e política nunca deixou de existir. Seria impossível a estas duas entidades viverem isoladamente porque todas duas ajudam-se mutuamente na tarefa maligna de extorquir os enganados que até são chamados de ovelhas. O poder de força do poder político garante a segurança da riqueza que os falsos líderes da religião tomam dos enganados e os falsos líderes da religião ajudam os da política fazendo crer aos enganados que não adianta nada querer saber o que eles estão fazendo com o dinheiro. Uma menininha ficou à míngua num hospital e morreu unicamente por falta do dinheiro que os falsos líderes da política levam para casa. Entretanto, os familiares da menininha morta são incapazes de imaginar que ela morreu porque o dinheiro de salvá-la está sendo roubado e desperdiçado. Os falsos líderes da religião convenceram que o que acontece a cada um é decorrência de não ter escolhido a entrada correta lá na encruzilhada do caminho do livre arbítrio. Assim, todos se conformam. Percebe-se a existência de uma força tremenda para levar as pessoas à tamanha cegueira. Como poderia uma menininha de oito anos ter discernimento para conhecer as maldades do mundo a fim de evitá-las? Seu destino até então estava ligado ao de seus pais e se eles não obedeceram aos preceitos divinos de observar a orientação que a seta indicava lá na encruzilhada do caminho do livre arbítrio, a menininha nunca poderia sofrer as consequências.

Os enganados não podem perceber o engodo, mas fatos demonstrativos desta parceria estão aí à vista. Muitos viram a cena ridícula de Lula e Edir Macedo de mãos sobrepostas inaugurando a TV que ajuda os enganadores da política a manter os enganados ligados no céu e não em Brasília. Agora mesmo vimos os falsos líderes da política de várias partes do mundo confabulando com o chefe dos falsos líderes da religião recém nomeado, havendo um criminoso sexual contra crianças entre aqueles que o nomearam, estando condenado em seu país, os Estados Unidos, por tão divino crime. É entre estas duas feras que o povo está espremido. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

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