segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A BÍBLIA E A REALIDADE II


 

Como ainda não me foi servida a sopa de cicuta, provável cardápio sugerido pelo professor Movér, e que me faria mais feliz do que viver em meio a manada, volto à encheção de continuar a prosa sobre a infantilidade bíblica começada na encheção anterior que chamei de A Bíblia e a Realidade: Ainda em Gênesis 12; 10 até 12; 20 encontramos a seguinte bestagem: O Senhor Deus disse a Abrão que saísse de sua terra e fosse para outra terra que Ele ia lhe mostrar, e garantiu  que a descendência de Abrão haveria de constituir-se numa grande nação. Prometeu ainda que o abençoaria. Assim, sem pensar sobre o que lhe fora dito, procedimento comum entre os “tementes a Deus”, para quem pensar é pura bestagem, o pobre Abrão não titubeou e se mandou sem saber estar entrando numa grande fria e que seria muito melhor ter permanecido em Ur, onde morava na maior maré mansa na casa de seu pai, apesar de contar setenta e cinco anos de idade. Partiu, pois, o obediente Abrão para Canaã, local indicado por Deus. Chegando lá, descobriu que o lugar já era ocupado pelos Cananeus, povo descendente de Noé, o preferido de Deus por época do dilúvio, o que deixa uma interrogação em cima da cabeça de quem pensa porque além de Deus mandar Abrão para uma terra que já era ocupada pelos descendentes daquele escolhido e amado pelo próprio Deus por ser a melhor pessoa entre todos os viventes da época do dilúvio. Sem levar em consideração o fato de ser aquela região o único pedaço de terra fértil em meio a uma área desértica, da qual dependia a vida dos que lá se encontravam, mesmo havendo pouquíssima gente no mundo naqueles tempos e muita terra sobrando, por que Deus haveria de mandar Abrão com seu sobrinho, escravos (Deus era escravagista na história contada pela bíblia), os animais, enfim toda sua traia?  Por aquela ocasião, terra era a única riqueza existente, razão pela qual provocava guerras do mesmo modo como hoje provoca o dinheiro por ser a riqueza atual. A brutalidade humana nunca permitiu concluir ser o acúmulo de riqueza a causa de toda a infelicidade que atormenta a humanidade.

Pela fertilidade das terras de Canaã, cercada por desertos, é que a bíblia se refere a elas como provedoras de leite e mel. Apesar disso, uma seca desgraçada se abateu sobre a região e a fome obrigou Abrão e seu pessoal a se dirigiram ao Egito, localidade que os primeiros estudos de História Geral no antigo primeiro ano ginasial nos ensinavam ser de grande abundância graças ao “lodo ou humos” que o rio Nilo deixava em suas grandes margens após as enchentes. (era bem assim que respondíamos no papel pautado dobrado uma faixa para servir de margens).

Antes de chegar, sabendo Abrão que algum poderoso o mataria se soubesse ser ele marido de Sarai para ficar ela em função de sua grande formosura e beleza, tal como acontece atualmente, também naquela época nada era vedado aos imbecis chamados de poderosos. Para conseguirem o que desejam simplesmente matavam e matam o desafortunado que possuísse ou que possui o objeto por eles desejado como faz o governo brutamontes dos Estados Unidos jogando bomba sobre quem tem o petróleo por ele desejado. Sem petróleo, seu alto padrão de vida vai para o beleléu. O bem-estar do povo americano, sempre foi admirado por idiotas como o senador mambembe Sibá Machado, do partido mambembe dos iletrados petistas, quando defendeu da tribuna do senado a necessidade de conter nosso bem-estar para não diminuir o bem-estar dos americanos, uma vez que se apenas os chineses tivessem o padrão de vida (conforto) dos americanos o planeta entraria em colapso. Em magistral trabalho intitulado O CAVALO DE CALÍGULA E O SENADO BRASILEIRO, que o amigão Google nos mostra com prazer se solicitado, o doutor Rubens Miranda de Carvalho nos lembra que o imperador romano Calígula tinha razão em nomear senador o seu cavalo Incitatus. Não podemos ter um congresso diferente desse aí, mais caro, perdulário, safado, e mais inútil do mundo enquanto seus integrantes forem escolhidos por manada.

Deixando os entrementes e voltando aos finalmentes (fraseamento do Dias Gomes), antes de entrar no Egito, Abrão lembrou que a formosura de sua mulher, a Sarai, haveria de atrair a cobiça de algum egípcio poderoso que certamente o mataria para desfrutar das delícias que a formosura de Sarai prometia oferecer a quem contemplasse a beleza e charme que só as mulheres tem, mas que os homens acreditam erradamente ser privilégio das bonitas e novas.  A verdade, porém, é que tais delícias podem ser encontradas em todas as mulheres, e que para ser mulher não é preciso ser bonita, bastando ser o oposto do que é o homem. Até o grandioso Zé Ramalho incorreu nesta falha quando disse que mulher nova bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor, quando a realidade é que a mulher mais experiente é capaz de provocar melhores gemidos e ser melhor companheira e companhia.

Mas, voltando ao nosso chateante assunto, dizíamos que Abrão sabia ser morto por algum figurão egípcio que soubesse ser ele marido de Sarai, e assim combinou com ela para se apresentarem como irmãos e não como marido e mulher, o que efetivamente foi feito. Não deu outra. Logo os puxa-saco que parasitam todos os governantes do mundo levou Sarai até o faraó para que ele visse aquela belezura de mulher. Encantado, o faraó tomou-a por sua mulher e recompensou seu “irmão” Abrão com muita riqueza arrancada do lombo do povo que nunca teve outro papel na vida além de bobo da corte, bailarinos de axé e requebradores nos zique-zagues dos terreiros de futebola. Como lembra o doutor Rubens Mirando de Carvalho acima citado em suas palavras de Mestre do Saber, o general Figueiredo preferia o cheiro de cavalo ao cheiro do povo. Assim, usando da riqueza que não lhe pertencia, o faraó encheu Abrão de camelos, ovelhas, jumentos e cabras, a riqueza daquela época, como recompensa pelo belo ornamento para sua cama. A felicidade do faraó no desfrute de Sarai durou pouco. Deus não gostou da brincadeira e castigou o faraó e todos da sua casa com grandes pragas.

Também desta vez surge grande interrogação sobre a cabeça de quem pensa: Deus devia ter conhecimento antes de acontecer esta história do desfrute de Sarai porque Deus sabe tudo. Além disso, por que castigar também quem nada tinha a ver com a intimidade entre os dois? E mais: Nem mesmo o faraó merecia castigo porque para ele ela não era casada, mas irmã daquele que era seu marido. Teria ele, o faraó, sido induzido a erro. Quem sabia da tramóia era a Sarai. Enfim, desmanchada a artimanha, o faraó mandou que o casal fosse embora e levasse tudo que lhe havia dado em troca do bem-bom que teve em companhia da bela Sarai.

Como estou incomodado por tanta encheção, continuaremos depois. Inté

 

 

 

 

 

 

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