A indiferença e mesmo a contribuição
para a péssima qualidade de vida à qual a humanidade se acostumou tanto que nem
sabe viver mal é manifesta falta de discernimento resultante da imaturidade que
não só leva os seres humanos a buscar em deus conforto para seus sofrimentos,
mas também se comportar feito bobos chorando e lamentando em incessantes
reclamações sobre coisas erradas, quando, na verdade, absolutamente tudo está
errado. Note-se, por exemplo, a inconsequência monumental que é colocar a
responsabilidade pela tarefa de fazer com que as coisas estejam certas nas mãos
de autoridades interessadas justamente em que nada esteja certo. Quaisquer
reclamadores chorões que estivessem no bem-bom que em se encontram as
autoridades nada teriam a reclamar e nada haveriam de querer mudar. A busca
pela comodidade é própria de qualquer ser vivente, e as autoridades estão
absolutamente certas de estarem completamente bem estando completamente erradas.
Como é a certeza que manda, principalmente quando se conta com a indiferença
dos prejudicados, não há motivo para virem as autoridades a abrir mão de uma
situação que têm certeza de lhes ser confortavelmente cômoda. Cabe, pois, aos
hospedeiros das autoridades parasitárias em vez de choramingar ou se conformar
com a esperança de uma vida no além semelhante à vida das autoridades aqui na
Terra, buscar e secar com o balde da inteligência o poço onde são germinadas as
coisas erradas.
Pode-se começar a luta insurgindo
contra a indiferença com que pessoas intelectualmente ilustres e bem preparadas
passam indiferentes ao largo do assunto do qual depende o bem-estar social,
igualando-se muitas delas aos desprovidos de conhecimentos que estão certos de
que só deus resolve as coisas, comportamento inaceitável quando se conhece a
história das religiões. Portanto, faz-se necessário esmiuçar o que leva um
intelectual a ser religioso porquanto não podem desconhecer tratar-se de monumental
embuste. Um mínimo de inteligência basta para perceber que a impossibilidade de
satisfazer as necessidades é o grande erro a ser corrigido pela política e não
por deus porquanto morrerá tísico quem para matar a fome depender de chuva de
codornas assadas ou multiplicação de pães. (Como pode alguém acreditar que
choveu codornas assadas?). Assim é que om a riqueza que possibilitaria
satisfazer as necessidades coletivas aprisionada por monstros de cuja boca
escorre baba de dragão, conhecidos como Reis Midas do mundo, encabeçados por
grandes empresários liderados por banqueiros, fica fora do alcance qualquer
perspectiva de comodidade.
Ante coisa tão simples, a
intelectualidade do mundo limita-se a referências sobre coisas erradas.
Veja-se, por exemplo, o intelectualíssimo Joseph E. Stiglitz ao afirmar em O
Mundo Em Queda Livre que o capitalismo não pode funcionar se as recompensas
privadas não tiverem relação com ganhos sociais. É claro que está errado
qualquer um sistema econômico cujos ganhos não sejam revestidos em benefício da
coletividade. Incorre o autor em tamanha redundância sabendo melhor que ninguém
nunca ter tido o capitalismo ganhos sociais por objetivo. Ao contrário, pode o
capitalismo ser comparado a uma gigantesca pá carregadeira enchendo gigantescas
caçambas de dinheiro que os pobres produziram com seu trabalho para ser
descarregado nas caixas fortes do ricos donos do mundo, o que configura
exatamente o contrário de ganhos sociais, realidade do conhecimento do doutor
Stiglitz poque mais adiante no mesmo livro ele se refere nas páginas 176 e 177
sobre a crise imobiliária americana quando então o governo injetou bilhões de
dólares para salvar os bancos tidos pelo capitalismo como de utilidade pública por
fazer o dinheiro circular onde ele seja necessário, o que, na verdade, é mais
um embuste para se juntar aos muitos outros por meio dos quais se exerce a
função antissocial de favorecer o parasitário sistema financeiro onde só há
ganhos para os ricos. É de pleno conhecimento do citado autor que o sistema
financeiro pratica crime contra a sociedade porque afirma no começo da página
177 terem os banqueiros recebido bilhões de dólares em vez de pagarem pelos
seus erros.
Como se vê, a desorganização do mundo
provém de uma organização adredemente engendrada para ser socialmente
desorganizada, fato visível na realidade de sobressaírem socialmente pessoas
vulgares e de nenhuma nobreza de atitude em detrimento das legítimas
celebridades.
Há desinteresse em se conectar à
realidade ou interesse e manter a desconexão em que se vive e aqui está exemplo
ilustrativo desta realidade: na página 30 do livro Os Erros Fatais do
Socialismo, do intelectualíssimo F. A. Hayek, (Nobel de Economia), como é
próprio de quem se envergonha de algo que tem de dizer por força da necessidade
de omitir a verdade, por meio de uma enrolação denominada O HOMEM NATURAL NÃO
SE ENCAIXA NA ORDEM AMPLIADA afirma não se poder esperar que o homem natural se
sinta bem sendo privado de seus mais fortes instintos. Toda esta baboseira para
dizer o indizível de ser inadequado o socialismo. Mas como inadequado uma
ideologia que visa fazer com que a riqueza pública sirva indistintamente a
todos os membros da sociedade em vez de servir apenas a alguns deixando os
outros ao léu? Se a igualdade absoluta é inadequada e deve mesmo ser muito
chata, jamais terão bons resultados procedimentos dos quais resultem alguns
possuíram para o desperdício enquanto outros passam necessidades das mínimas
coisas. Na mesma linha de inconsequências continua o Nobel de Economia
afirmando não ser aceitável que o homem natural abra mão dos mais fortes
instintos. Ora, senhor Nobel de Economia, o homem natural tende necessariamente
a ser substituído pelo homem social, exigência da qual não pode abrir mão uma
sociedade civilizada. O homem puramente natural só é aceitável em sociedade
bárbara como ainda é a sociedade humana. A repressão dos instintos primitivos
visa resguardar a incolumidade das pessoas que vivem em meio a outras pessoas.
O instinto sexual, por exemplo, em ser puramente primitivo sou natural, se não
reprimido leva inevitavelmente ao estupro. A vida social não pode admitir a
prevalência da força bruta como acontece entre as feras. Portanto, doutor Nobel
de Economia, não adianta querer esconder o sol com a peneira porque a
civilização demora, mas chegará caso a barbárie não destrua antes a humanidade.
Coroando o leque de distorções com as
quais se procura preservar as coisas erradas, na mesma página 30 o Nobel de
Economia diz ser falsa a afirmação de ser a cooperação melhor do que a
competição, ideia falsa, mentira deslavada a título de que não se sabe. Tal
aberração lembra quando o papagaio de microfone da rede Record comentava um
crime bárbaro e terminava dizendo que o homem sem deus é capaz de tudo. Tal
afirmação, embora falsa porque sou um homem sem deus e incapaz de cometer crime
de qualquer espécie, para a turba mentalmente esfarrapada tal estupidez é
motivo para altas reflexões. Assim é levada a vida, de falsidade em falsidade,
ao gosto de cretinos interessados em que nada esteja certo. Cabe, portanto,
promover com inteligência a reviravolta de transformar em seres pensantes a
turba robotizada de futucadores de telefone, frequentadores de igreja, axé e
futebola a fim de trazê-la à realidade, apressando o trabalho que a evolução vem fazendo com a
lentidão com que a corrente de água rói a pedra que lhe constitui obstáculo e
que poderia ser simplesmente retirada do lugar. Inté.
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