De todas as
línguas faladas na Terra, nenhuma delas tem um termo capaz de expressar o grau
da estupidez que orienta o comportamento humano. Para os grandes pensadores,
povo é termo tão pejorativo que viver no meio dele provoca um mal-estar
corresponde ao causado por uma doença. Realmente, e nem precisa ser um grande
pensador para se sentir incomodado no meio de uma malta para a qual a vida se
resume no momento presente, como se o amanhã não lhe reservasse uma UTI onde
curtir o resultado da passagem dos anos. Isso se tiver dinheiro para custear a
despesa porque se não tiver amargará um corredor de hospital onde chorar. A
euforia dos festejamentos dá a entender que a vida é uma alegria eterna, embora
a miséria à volta denuncia coisa tão diferente que uma criança atingida por
bala perdida, o que é comum nesse belo país de triste sorte, perambulou prá lá
e prá cá até morrer sem atendimento médico. E esta história de povo civilizado
aqui e ali é uma grande mentira porquanto em qualquer lugar povo é a mesma massa
bruta de seres tão bestiais que seu comportamento não é diferente do
comportamento das feras, porquanto também se destroem mutuamente. Além disso,
nunca foi mais do que capacho sobre o qual falsos líderes pisoteiam. Aí está a
imprensa noticiando que os ingleses das bundas brancas tidos como civilizados abastecem
conta nos infernos fiscais para sua adorada rainha. O mesmo comportamento
antissocial demonstram também os suíços quando procuram proteger os corruptos
brasileiros cujos crimes dão origem à falta de socorro que salvasse a vida das
criancinhas que morrem por falta de tudo. Entretanto, se o desatino é geral, aqui
entre nós dá para qualquer Zemané perceber tratar-se do povo ainda mais povo do
que o povo dos outros lugares. É de um ridículo indescritível o quadro em que
pseudo cientistas políticos entrevistados por papagaios de microfone papagaiam ambos
chavões seculares sobre democracia, respeito à opinião pública, vontade do
povo, tripartição de poderes, justiça, economia, pesquisa de intenção de voto, campanha
eleitoral, financiamento de campanha, eleição, democracia. Tudo é uma baboseira
cujo ridículo não tem tamanho uma vez que o financiamento resulta na
dependência do eleito ao financiador que conquista o voto da turba através dos
espetáculos promovidos pelos molambos mentais denominados “famosos” e
“celebridades”. A badalada democracia nada mais é do que uma forma de se ter
bandidos ou “salvadores da pátria” eleitos e reeleitos indefinidamente pela
malta de ignorantes políticos frequentadores de igreja e futebola, enquanto que
a tal de economia resulta em que a massa bruta de povo, para ter água, luz,
comida, estrada, casa, estudo para os filhos, segurança e assistência à saúde é
obrigada a transformar mastodontes espirituais em multimilionários. Cada uma
destas atividades canaliza montanhas de dinheiro para as contas de comparsas
dos politiqueiros nos inferno fiscais.
Das entrevistas
entre a papagaiada de microfone e os “cientistas” políticos nada resulta porque
discorrem sobre problemas sociais, sem, entretanto, nenhuma alusão às causas
desses problemas, ignorando o fato de não se poder resolver um problema enquanto
perdurarem suas causas. Numa destas entrevistas um papagaio de microfone
perguntava ao entrevistado o motivo da violência no Irã. A resposta dá como
causa o mal desempenho da economia, o desemprego e a corrupção, caindo assim no
ridículo porque aqui entre nós estas coisas são ainda em maiores proporções do
que em qualquer outro lugar no mundo. É a própria imprensa que noticia ter sido
registrado no Brasil o maior número de mortes violentas nos últimos 10 anos e
que a corrupção toma conta de todas as instituições, inclusive da justiça.
A causa de
todos os problemas que afligem todos os povos do mundo está no fato de terem todos
os governos do mundo por único objetivo atochar o ferro no povo para que este
os mantenha em suntuosos palácios nos quais a vida é tão auspiciosa quanto a
vida dos deuses olímpicos. O Grande Mestre do Saber, Politzer, reconhece esta realidade quando
afirma no livro Princípios Fundamentais de Filosofia, no capítulo A LUTA DE
CLASSES ANTES DO CAPITALISMO, diz o seguinte: “...
a luta das classes oprimidas conseguiu tão somente a modificação do regime da
propriedade privada, substituindo
uma forma de exploração por outra”. Se esta realidade é camuflada nos
grupos “civilizados”, entre nós ela está aí escancarada para ser vista por quem
tem olhos de ver. Tão escancarada que “autoridades” cuja despensa é abastecida
pelo povo diz na cara desse povo estar cagando para sua opinião. Portanto, se
não se pode resolver problema sem eliminar suas causas, de que adianta
papagaiar sobre os problemas que nos afligem enquanto se procura impedir a ação
saneadora da Lava Jato visando expurgar a ratazana da administração pública causadora destes problemas? Enquanto
atua a ratazana, a massa bruta se esbalda na comemoração do nascimento de
Cristo e da mudança de um ano para outro entre tiroteios que atingem os
festeiros até dentro de suas casas durante os festejamentos, sem que nem de
longe lhes passe pelo lugar onde quem pensa tem a cabeça que os administradores
públicos ainda fora da cadeia só não estão lá dentro porque são eles mesmos que
fazem as leis e os meios de fraudá-las através de mil e um recursos, no topo
dos quais está o Foro Privilegiado que descamba no mais alto órgão da justiça,
o STF, onde a conivência de juízes que até perseguem seus colegas zelosos do
dever protela o julgamento até acontecer outra artimanha malandra contra o
bicho povo chamada prescrição.
A história
dos seres humanos mostra que também eles, como os peixes que pulam para dentro
da boca do urso, do mesmo modo, buscam sua própria destruição. O que há de
extraordinário nessa equivalência de comportamento do homem com o peixe suicida é que os peixes são movidos
unicamente pelo instinto que os leva a assim proceder em virtude da necessidade
de reprodução, enquanto os seres humanos, dispondo da capacidade de racionar,
motivos há que os levam a abrir mão da necessidade de fazer descendentes, de
forma que tamanha diferença não deveria permitir tamanha semelhança de
comportamento uma vez que os seres humanos se destroem mutuamente a exemplo do
que fazem os peixes. Mesmo raciocinando, os seres humanos tergiversam sobre o
real e o ideal, mas sem nenhuma conclusão prática porquanto o mundo se encontra
muito distante do ideal uma vez que a infelicidade supera de longa o desejo de
felicidade que existe em cada ser humano indistintamente. Vez em quando, a
experiência adquirida através da observação da vida dá lugar a algum avanço da
capacidade de raciocinar, mas o apego ao que é recusa-se a marchar rumo ao que
deve ser, e esse comportamento negativo leva à manutenção do primitivismo de
quando a noção de sociabilidade se resumia apenas ao relacionamento instintivo entre
pais e prole, comportamento que mesmo depois de se ter passado das cavernas
para as cidades continua orientando o modo de ser do homem moderno,
convencendo-o equivocadamente da possibilidade de se dar bem cuidando apenas de
seus interesses particulares sem levar em conta a vida comunitária, resultando daí uma sociedade na qual seus membros atuam contra ela. Esse é o
grande problema humano para o qual os intelectuais não apontam suas armas
mentais. Ao contrário, muitos deles, estranhamente, fazem pronunciamentos por
força de um emprego afirmando ser a competição a melhor forma de se viver em
sociedade. Para encurtar conversa, a fim de se perceber haver algo de
extremamente descabido no comportamento humano basta atentar para o fato de
serem as pessoas realmente menos importantes aquelas consideradas em todo o mundo as
mais importantes. Por trás disso estão as mãos e, principalmente, os pés do pão
e circo.
O único
problema que dá origem a todos os outros problemas é simplesmente a ausência de interesse
demonstrada pelos seres humanos ao limitarem ao jogo de cartas marcadas do ato de votar sua
participação na aplicação do dinheiro que eles entregam a falsos líderes para
que eles façam dele o que bem quiserem. Aí está o aumento de combustíveis do
qual decorrerá aumento de todas as coisas em consequência do estrago que a
ratazana fez na Petrobrás. Enquanto a turba futucadora de telefone se empolga
pelo fato de ter sido aquela empresa ressarcida em um e meio bilhão, ela foi
condenada a indenizar investidores americanos em nove e meio bilhões e ainda
terá de indenizar também os investidores tupiniquins com o dinheiro que falta para amenizar o sofrimento de quem chora no corredor do hospital e das crianças desassistidas. É
inteiramente impossível esperar que dos cupinchas dos Reis Midas do mundo
travestidos de governantes possa provir alguma tranquilidade para ninguém, nem
para eles próprios, uma vez que de sua atuação resultaram a iminência de uma
hecatombe nuclear e a danificação do mecanismo psíquico da juventude em função
do vício na parafernália eletrônica que os monstros de cujas bocas escorre baba
de dragão inoculam nos jovens em troca de fortunas imensas. A música que os
falsos líderes tocam para o povo dançar é música fúnebre. A única coisa que
falta para que a realidade apareça é o povo reconhecer que enquanto durar o
analfabetismo político seu papal na história será o de capacho. Os falsos líderes mantêm o povo à
rédea curta. Logo eles providenciarão para que em vez de nascer de ponta-cabeça
o povo já nasça de quatro. Inté.
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