segunda-feira, 2 de agosto de 2021

ARENGA 601

 

Intelectuais úteis, aqueles que nos mostram melhores caminhos por onde caminhar, ensinam que despertar interesse em pensar sobre uma ideia é mais inteligente do que querer impor esta ideia. De acordo com esta orientação é que esse cantinho de pensar convida as almas penadas que passam por aqui a pensar se não seria proveitoso para o bem da humanidade se aos seres humanos ocorresse a ideia de considerar o fato de viver não só como atividade, mas como a mais importante de todas as atividades em vez de viver apenas por viver, da mesma forma dos bichos que vivem por viver, mas sem refletir sobre como viver melhor?

Apesar de levar a grande vantagem de raciocinar, como os irracionais, também os humanos são conduzidos de forma tão absoluta que é comum adultos seres encontrados em comportamento de criança, muitas vezes aos berros porque uma bola passou pelo goleiro, outras vezes porque um carro de corrida ultrapassou outro carro de corrida, outras vezes se jactando de ser mais capaz do que outro. 

É tão absoluta a facilidade de se deixarem levar os seres humanos que berram entusiasticamente sem saber que tanto os protagonistas dos espetáculos circenses quantos os próprios entusiastas não passam de vítimas da ardilosa instituição do pão e circo. Daí poder se afirmar com segurança que os seres humanos, na verdade, não passam de palhaços de um grande circo cujo palco é o mundo. Como não se tratar de bobos quem, como crianças, vive enganado por sonhos de consumo que lhe são incutidos pela indústria da informação?

A disparidade entre o agir inteligentemente e o agir displicentemente aparece na total ausência de comentários em todas as reuniões em igrejas, botecos, às mesas para refeição, em nenhuma oportunidade de ajuntamento se cogita sobre coisas tipo haver algo de esquisito em recompensar brincadeiras com maior valoração do que atividades que dependem de aprimoramento intelectual e que se relacionam com a qualidade do futuro dos filhos.

Causa pasmo a facilidade com que os seres humanos se deixam conduzir indiferentemente. Multidões ovacionam espertalhões, colocam-nos em postos-chave da administração pública, entregam em suas mãos fabulosa riqueza para administrar e voltam para casa sem a menor preocupação com o destino a que os espertalhões darão àquela riqueza fruto do trabalho de todos.

Se tem sido assim, assim não pode ser sem que o resultado seja poucos com muito e muitos dependendo de auxílio osso e absorvente para reter o fluxo menstrual.    



 

 

 

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