sábado, 21 de agosto de 2021

ARENGA 604

A humanidade não aprende por reflexão e dedução. Aprende porque o tempo lhe empurra goela abaixo, pela experiência que a observação obriga a ter, alguma racionalidade como, por exemplo, evitar colocar a mão no fogo. Mas, por ser este um tipo de aprendizado demasiadamente lento, contribui muito pouco para influenciar na melhoria da qualidade de vida. Deus é exemplo perfeito para demonstrar este tipo de aprendizado. Inventado pelos nossos antepassados menos experientes do que nós porque contavam com menos antepassados que lhes transmitissem experiência, a ideia de deus continua influenciando fortemente na atualidade o comportamento humano, não obstante não só a evidência de falsidade por ser mais forte onde é mais fraca a escolaridade e o conhecimento, mas também as afirmações científicas em contrário  

No que diz respeito à economia, o passar do tempo fez vir abaixo também a teoria de Adam Smith da existência de uma mão invisível que organizava as transações comerciais fazendo-as benéficas à sociedade. O resultado das transações comerciais, em vez de organização, vem a ser a desorganização da situação caótica em que se vê o mundo com pessoas morrendo em consequência de pobreza enquanto múmias mentais por não saberem o que fazer com tanta riqueza inventam de brincar como criança, o que é ridículo em adulto, de fazer rodopios no espaço sideral. 

Na página 45 do livro de Eduardo Moreira, O QUE OS DONOS DO PODER NÃO QUEREM QUE VOCÊ SAIBA, diz que os oito indivíduos mais ricos do mundo detêm metade da riqueza da população mundial. É nisso que dá deixar as transações comerciais ao bel prazer da mão invisível de Adam Smith, que certamente não considerou a selvageria humana, contrassenso louvado pelo Frankstein da bunda branca Henry Kissinger, que teve como resultado fazer do país dele o mais rico e o mais infeliz do mundo, cuja infelicidade  se não é percebida, deve-se à estupidez de seu povo que nada aprendeu com a lição maior do Onze de Setembro e outras menores nas rajadas de metralhadoras sobre a multidão.

Mas Smith não estava totalmente errado. Além de não poder prever o desastre em que vira dar sua teoria, estava certo ao afirmar não ser por benevolência, mas pela perspectiva de lucro, que o vinicultor, o padeiro e o açougueiro nos fornecem vinho, pão e carne para nossa mesa. Corretíssimo. Realmente, para que estes fornecedores possam dedicar seu tempo na labuta que nos permite ter o vinho, o pão e a carne, principalmente de boa qualidade, o vinicultor, o padeiro e o açougueiro precisam ter a contraprestação remuneratória oriunda do lucro a fim de terem a tranquilidade de satisfazer dignamente suas necessidades e de seus familiares, além do pé-de-meia para imprevistos e para os remédios na velhice, em outras palavras, serem homens livres e felizes porque a felicidade, como ensinou Cristo, não está em ter mais do que o necessário. Se o mundo não pode dispensar as guerras, pestes, fome, violência, miséria e infelicidade de todo tipo, deve-se à sede de riqueza desnecessária que tem origem no egoísmo nato no ser humano, sentimento incompatível com a vida social que não pode funcionar bem abrindo mão de uma elevação espiritual capaz de fazer  renunciar espontaneamente às vontades individuas que causem desconforto às outras pessoas, razão pela qual não haverá evolução civilizatória ficando a depender da vontade de egoístas a organização social. 

O venha a mim e os outros que se danem que move os egoístas é totalmente fora de cogitação para vida em sociedade. Filósofos, intelectuais, “Best-Sellers”, papagaios de microfone, analistas de politicagem, enfim, mil e uma teorias são engendradas em torno dos desacertos humanos, coisa tão simples, na verdade. A desunião, o desapego à simplicidade e a burrice que desaguam no oceano do egoísmo são a causa de toda a desarrumação que infelicita a humanidade.

O egoísmo resulta da lembrança dos tempos duros de caçador/coletor, quando, sob pena de sucumbir por inanição, agarrava-se ferozmente a tudo que servisse para saciar a fome e pudesse ser apossado e levado debaixo do braço. Esta realidade é percebível no comportamento do irracional que rosna e mostra os dentes se outro animal se aproxima da presa infinitamente superior à sua capacidade de consumo.

Sendo o homem bruto o bastante para permitir que o egoísmo o impeça de respeitar as necessidades das outras pessoas, como as feras, açambarcam fortunas incalculáveis apenas pelo prazer de aparecer, comportamento imbecil fartamente encontrado no mundo fútil dos “famosos”, “celebridades” e reis de pau oco, onde bundas e vulgaridades abundam com tamanha exuberância que uma mulher, de pernas abertas, expõe para a imprensa e o público sua roupa manchada de menstruação no lugar onde fica o furo da xoxota usado pelas “celebridades” do Yahoo como mealheiro.

A existência da vulgaridade e de pessoas vulgares é necessária para tornar de menor importância as coisas mais importantes da vida. Ao se deixar levar pela vulgaridade da orientação dos egoístas ajuntadores de riqueza, a humanidade se condena e à sua juventude a tamanho infortúnio que jovens mais espiritualmente elevados, não aguentando um mundo de tamanha vulgaridade, se veem deprimidos e tão infelizes que suicidam. O mundo não está para quem não é vulgar, para quem sabe que a finalidade do festejamento japonês é a mesma do PRÁ FRENTE, BRASIL. SALVE A SELEÇÃO. Assim como em 1968 o Pão e Circo objetivava desviar a atenção da massa bruta de povo da vergonhosa realidade então vivida na época, atualmente, no Japão, o Pão e Circo tem o mesmo objetivo em relação à importância da mortandade pela pandemia. A vida não é desimportante como pretendem fazer crer os falsos líderes do mundo.

O escritor citado Eduardo Moreira, por meio de uma alegaria que podemos chamar de Alegoria Do Sabonete E Das Bactérias, chama a atenção de quem superou a mentalidade tacanha de frequentador de igreja, axé e futebola para a irracionalidade da aceitação de se viver egoisticamente. Assim como Platão facilitou o entendimento sobre a questão de se ter a falsidade por verdade com a Alegoria Da Caverna, Eduardo Moreira facilita compreender o motivo pelo qual é perpetuado o comportamento antissocial do venha a mim e os outros que se danem, criando a seguinte ficção: um sabonete cuja propaganda garantisse ser eficiente para matar noventa e nove por cento das bactérias tivesse seu uso defendido pelas próprias bactérias. É assim que a humanidade se comporta. Não só aceita viver as consequências da orientação egoísta de mentalidades mumificadas, mas também defender seu egoísmo condenando opiniões contrárias a exemplo da afirmação de Marx de que o mundo precisa de mudança.

 

 

 

 

 

 

 

 

    

 

   

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