sábado, 18 de fevereiro de 2023

ARENGA 664

 

A história da humanidade a partir de quando as ocorrências passaram a ficar registradas com a invenção da escrita é uma sequência de insanidades, brutalidade desmedida e desprezo às sábias orientações de pessoas espiritualmente superiores. Coerência nunca foi a praia da humanidade. No livro 36 ARGUMENTOS PARA A EXISTÊNCIA DE DEUS, livro de leitura tão enfadonha que só mesmo o extraordinário poder negativo da crendice sobre a mente humana é capaz de levar alguém persistir na leitura. Nenhum argumento é capaz de provar a existência de deus porque ele só existe para quem acredita que existe. Para quem não acredita ele não existe. A escritora do livro enfadonho acima citado, Rebecca Newberger Goldstein, refere-se da seguinte maneira à pessoas para as quais deus não existe: “...estudos revelam que uma grande proporção de americanos coloca os ateístas num nível abaixo dos muçulmanos, imigrantes, gays e comunistas. Os ateístas parecem estar desempenhando o papel de párias que um dia foi atribuído aos católicos, judeus e comunistas...passíveis de serem criminosos, estupradores, viciados em drogas”.

Tais afirmações são fruto da raiva canina que as pessoas religiosas destilam sobre as pessoas não religiosas e que leva a escritora a cometer vários enganos e fortes laivos de grosseria, entre eles o de citar a opinião do povo americano como expressão da verdade. Como expressar verdade um povo que por considerar tempo sinônimo de dinheiro dizimou pessoas mundo afora para tomar-lhes os bens, principalmente petróleo, e em consequência desta brutalidade amarga agora vingança dos espoliados com explosões, rajadas de metralhadoras, facadas e esmagamento por carros arremessados contra multidões? Tal povo desconhece o que é verdade. Também erra a escritora ao dizer que os ateístas parecem desempenhar papel de párias, expressão que o dicionário define como alguém que a sociedade repele. Mas o erro da escritora está é no “parece” porque os descrente são realmente repelidos pela sociedade que por desconhecerem a verdade, odeiam quem deles discorda. Esta verdade pode ser facilmente observável no fato de não ser encontrado em todo o mundo um só ateu analfabeto e de ser maior a crendice entre pessoas que por serem desprovidas de recursos materiais não puderam, infelizmente, elevar-se espiritualmente por meio do hábito da leitura. Quanto à crença baseada na fé, também já se teve fé na existência de Papai Noel, em que a Peste Negra era obra de feiticeiras e que a Terra era o centro do universo. Quanto à possibilidade de serem criminosos por ser descrente, a história das religiões mostra guerras e horrores praticados por religiosos em nome de deus, haja vista a Inquisição, ao passo que não há narrativa sobre algum descrente matar alguém por ser crente. Além disso, a escritora foi rude com os muçulmanos quando disse “abaixo dos muçulmanos” por considerar os muçulmano num nível abaixo do qual é ofensivo.


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