sexta-feira, 16 de maio de 2025

ARENGA 809

 

Se este cantinho de pensar dá impressão de não dar toda a importância que geralmente é dada aos intelectuais é porque ele realmente não dá. E não dá porque até mesmo os intelectuais sabidamente sinceros em almejar uma sociedade melhor para todos, mesmo estes parecem não perceber a inutilidade da indicação de melhores caminhos para a humanidade uma vez que ela prefere os piores. Se, como lembrou mestre Rousseau não se pode ser claro com quem é desatento, a humanidade em peso foi levada a ter ouvidos moucos para a sensatez. Portanto, antes de dizer o que fazer para ter uma vida menos ruim, deveria quem assim procede verificar primeiro se aqueles a quem se dirige estão interessados em deixar o comportamento a que estão acostumados para se comportar de outro modo.

Tendo sido as pessoas maldosamente induzidas por uma política desenhada pelo poder da riqueza dos ricos e avarentos cuja sede insaciável de ouro precisa ter um sistema econômico que os beneficia e que pareça de nenhuma importância para a qualidade de vida do povo porque também lhe ensinado que apenas a deus cabe tal decisão. Uma vez enraizada na mente do populacho festeiro tal crença, será ela que determinará o comportamento ainda que errado e que não poderá ser modificado sem antes modificar a crença que o determinava. Assim é que enquanto a humanidade permanecer iludida feito crianças com a falsidade de ser importante o futebola, de serem realmente famosas e célebres “famosos” e as “celebridades”, ridículos e de nenhum valor, de haver importância no fumaceiro colorido do Vaticano, de esperar que tudo vai mudar quando um político substitui outro político. A falácia da democracia, tudo isso clama por uma intervenção do raciocínio dos intelectuais. Como se atribuir a frequentadores de igreja, torcedores e bailarinos de axé a altíssima responsabilidade de dar a última palavra na escolha de quem vai ocupar os mais altos cargos da administração pública? Apesar de não ter cabimento, é o que acontece sem chamar atenção de ninguém. Ou não é nisso a que se resume a democracia? Daria melhor resultado uma ditadura sob a responsabilidade de um Gandhi, Mandela ou Luther King.

Enfim, justificando nossa restrição à intelectualidade e a valorização das conclusões resultantes da observação e meditação, deparamos com uma observação de um intelectual cujo trabalho em prol de uma sociedade melhor tem merecido justificados elogios e reconhecimento: ao se referir ao grave problema da desigualdade, aquele escritor diz que pelo grande alcance da mídia seria fácil difundir o que fazer para corrigir os erros dos quais decorrem a desordem social. Mas, como, se tudo de errado é justamente implantado nas pessoas pela mídia? O modo de pensar do povo é incutido nele pela incontável rede de papagaios de microfone que, como todo mundo que precisa trabalhar por dinheiro, trabalham para os ricos donos do mundo fazendo crer ser verdadeiro o que é falso. É por influência destes papagaios de microfone que o mundo inteiro se interessa pela cor da fumaça do circo Vaticano e se joga no Cassino Caixa Econômica é também pela influência negativa do alvoroço que a mídia faz em torno dos milhões que se pode ganhar.  

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