Se este cantinho de pensar dá
impressão de não dar toda a importância que geralmente é dada aos intelectuais
é porque ele realmente não dá. E não dá porque até mesmo os intelectuais
sabidamente sinceros em almejar uma sociedade melhor para todos, mesmo estes
parecem não perceber a inutilidade da indicação de melhores caminhos para a
humanidade uma vez que ela prefere os piores. Se, como lembrou mestre Rousseau
não se pode ser claro com quem é desatento, a humanidade em peso foi levada a
ter ouvidos moucos para a sensatez. Portanto, antes de dizer o que fazer para
ter uma vida menos ruim, deveria quem assim procede verificar primeiro se
aqueles a quem se dirige estão interessados em deixar o comportamento a que
estão acostumados para se comportar de outro modo.
Tendo sido as pessoas maldosamente
induzidas por uma política desenhada pelo poder da riqueza dos ricos e
avarentos cuja sede insaciável de ouro precisa ter um sistema econômico que os
beneficia e que pareça de nenhuma importância para a qualidade de vida do povo porque
também lhe ensinado que apenas a deus cabe tal decisão. Uma vez enraizada na
mente do populacho festeiro tal crença, será ela que determinará o
comportamento ainda que errado e que não poderá ser modificado sem antes
modificar a crença que o determinava. Assim é que enquanto a humanidade
permanecer iludida feito crianças com a falsidade de ser importante o futebola,
de serem realmente famosas e célebres “famosos” e as “celebridades”, ridículos
e de nenhum valor, de haver importância no fumaceiro colorido do Vaticano, de
esperar que tudo vai mudar quando um político substitui outro político. A
falácia da democracia, tudo isso clama por uma intervenção do raciocínio dos
intelectuais. Como se atribuir a frequentadores de igreja, torcedores e
bailarinos de axé a altíssima responsabilidade de dar a última palavra na
escolha de quem vai ocupar os mais altos cargos da administração pública? Apesar
de não ter cabimento, é o que acontece sem chamar atenção de ninguém. Ou não é nisso
a que se resume a democracia? Daria melhor resultado uma ditadura sob a
responsabilidade de um Gandhi, Mandela ou Luther King.
Enfim, justificando nossa restrição à
intelectualidade e a valorização das conclusões resultantes da observação e
meditação, deparamos com uma observação de um intelectual cujo trabalho em prol
de uma sociedade melhor tem merecido justificados elogios e reconhecimento: ao
se referir ao grave problema da desigualdade, aquele escritor diz que pelo
grande alcance da mídia seria fácil difundir o que fazer para corrigir os erros
dos quais decorrem a desordem social. Mas, como, se tudo de errado é justamente
implantado nas pessoas pela mídia? O modo de pensar do povo é incutido nele
pela incontável rede de papagaios de microfone que, como todo mundo que precisa
trabalhar por dinheiro, trabalham para os ricos donos do mundo fazendo crer ser
verdadeiro o que é falso. É por influência destes papagaios de microfone que o
mundo inteiro se interessa pela cor da fumaça do circo Vaticano e se joga no
Cassino Caixa Econômica é também pela influência negativa do alvoroço que a
mídia faz em torno dos milhões que se pode ganhar.
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