Os paulistanos
são tão esquisitos que discriminam os nordestinos, mas devem sessenta bilhões
de reais aos outros Estados, entre eles os nordestinos. Os habitantes da cidade
de São Paulo são os mais infelizes dos brasileiros porque vivem numa das áreas
de maior concentração de infelicidade que são os lugares de maior
industrialização, produtora de poluição de todo tipo, inclusive a danosa
poluição sonora cujas consequências citadas pelos cientistas da ONU vão desde
envelhecimento precoce até impotência sexual, entre muitos outros tipos de
danos à saúde. É por viver naquele ambiente tão insalubre que o cérebro precisa
fazer um grande esforço para raciocinar e obrigar o corpo dos paulistanos a se
aventurar nas rodovias da morte em busca de vida. Se das iguarias finas na
requintada mesa dos ricos entram bosta e veneno como ingredientes, qual não
será a situação da vida dos pobres por lá? E não fica por aí a esquisitice
daquele povo. Se os requebradores no axé e no futebola do país já tivessem
ultrapassado a fase de não pensantes, estariam interessados no que disse o esquisito
governador do esquisito Estado de São Paulo porque sua fala mostrou onde está a
fonte de toda a infelicidade que causa tanto choro na televisão. Só não é de se
estranhar o silêncio a respeito da verdade revelada pelo governador porque o
povo só sabe o que vem da imprensa e de lá só vem o que interessa aos seus
ricos donos. O povo, uma vez composto de seres não pensantes, age orientado
quase que exclusivamente por instinto, principalmente pelo faro que o conduz na
direção do cheiro de axé, futebola, ou o barulhão das lojas que é como um
berrante para a manada humana. Quando Cristo fizer seu devorteio por aqui,
haverá de ensinar o povo a pensar e aí ele vai querer esmiuçar a declaração do
governador de São Paulo. Por enquanto, a proibição de pensar imposta pela
televisão não permite ao povo entender o sentido das palavras do governador e
fica o dito pelo não dito. Ele disse o seguinte: FALTARIA GUILHOTINA SE O POVO
SOUBESSE O QUE SE TRAMA CONTRA ELE, frase que tem um significado tão largo que
envolve o planeta desde quando se obrigavam pessoas a se entregar aos leões
para serem por eles desossadas, até os dias de hoje quando se obrigam pessoas a
se tornarem incapazes de pensar. Para os poucos seres pensantes, o governador
está fazendo referência ao acontecido na França no final do século XVIII,
quando o povo cansado da carga que o governo da nobreza lhe impunha usou uma
máquina chamada GUILHOTINA para cepar fora do corpo a cabeça das pessoas a quem
odiava por qualquer motivo que as ligasse ao seu desconforto e sofrimento. Foi
uma explosão de ódio tão violenta que levou o povo a trucidar os ricos de
paulada, facãozada, foiçada e machadada quando ficou escancarada a situação de
conluio entre o governo e os ricos para explorá-lo. Esse movimento ficou
conhecido como Revolução Francesa e virou ao contrário os costumes da época. É
de causar espanto que sendo o governador um homem da corriola dos ricos e do
PSDB, partido com raízes nos anos de chumbo e, portanto, sabedor de tudo que
nós não sabemos, viesse a público e dissesse abertamente que o povo daqui está
sendo tão explorado e vitima de conluio entre governo e ricos do mesmo modo
como estavam os franceses da revolução.
As declarações do
governador tiveram para os ricos do seu grupo aquele negócio de Fogo Amigo
constantemente praticando pelos saqueadores de petróleo em suas refregas quando
se atrapalham e se matam entre si, o que na verdade é um fogo “mui” amigo. A
fala do governador está nas entrelinhas dos livros de História da Humanidade
que só é consultada quando se vai fazer vestibular. Ela nos mostra que o povo nunca
deixou de ser enganado e sacrificado em benefício dos ricos. Já foi usado para
ser devorado por feras para diversão dos seus senhores no passado, e no
presente continua tão servil como sempre esteve porquanto serve de pasto para
as máquinas de fazer a riqueza dos ricos que até aqui tem conseguido manter
esse estado de coisas inteiramente inexplicável em que o governo de uma
população superior a duzentos milhões de brasileiros governe apenas para cerca
de dez por cento dessa população, deixando de fora de alcance dos atendimentos
aos mínimos serviços prestado pelo Estado como provam os cadáveres e as filas
em todo canto, não obstante serem os recursos produzidos principalmente pelos
excluídos. A notícia que indignou o jornalista Alex Ferraz ao comentar em sua
coluna no jornal Tribuna da Bahia de 8/5 de que no período de 200 a 2010 foram assassinados 230
mil jovens no Brasil, embora a notícia não o diga, é claro que todos eles são
excluídos. A enganação do povo mencionada pelo governador leva a se encarar
aberração como normalidade. Só pode estar louca a humanidade ao conviver com
uma situação inteiramente absurda de apenas uma pessoa como o mexicano Carlos
Slim, segundo o amigão Google, deter para seu uso exclusivo uma riqueza que
daria para sustentar quinze milhões quatrocentos e setenta e seis mil pessoas.
Sendo sua fortuna de setenta e três bilhões de dólares que vale cada um dois
reais e doze centavos, resultaria num volume tão grande de reais que cobriria o
pagamento quinze milhões quatrocentos e setenta e seis mil trabalhadores
recebendo quinze salários mínimos por ano, durante um ano, considerando que também estes
tivessem nascido com a bunda para a lua, como os deputados que recebem quinze salários.
É nesta situação
perigosamente insustentável em que se encontra a humanidade, com destaque para
a situação deste povo manada que convive com cerca de oitenta por cento de sua
população festiva vivendo ainda sem saneamento básico não obstante estarmos no
século vinte e um, mas que gasta em diversão o dinheiro de tirar crianças do
mundo do crime para evitar que elas causem tragédia na família dos descendentes
dos atuais festeiros. O governador bem que avisou como o povo é bobão e fácil
de ser enganado. Se um trabalhador é apanhado dirigindo com bafo de cana, vai
em cana. Se o filho do Eike Batista dirige cheio do pau e mata um trabalhador,
o cadáver é que vai em cana por ter passado na frente da Ferrari. Enquanto o
povo estiver mais atento ao berrante e ao “ir às compras”, estaremos ferrados. É isso aí. Inté.
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