Na encheção passada falávamos que o
Mestre do Saber Spinoza ensinava haver vantagem em observar a vida e o mundo.
Quem fizer isso chegará à conclusão de ser impossível ter tranquilidade sem
dinheiro. Mas ele nos transmite também valorosa lição nas seguintes palavras: “As novas opiniões são sempre suspeitas e
geralmente opostas, por nenhum outro motivo além do fato de ainda não serem
comuns”. Há, também aqui, esbanjamento de sabedoria. Gratificante é
reconhecer ter valido a pena procurar ainda que atabalhoadamente entender as
lições dos Grandes Mestres do Saber. De um total alienado na juventude, como
são todos os jovens, escrevi nesse malamanhado blog sobre o erro que a
humanidade comete ao se apegar às tradições em lugar das inovações e é isso
mesmo o que nos ensina o sábio Spinoza. Só porque ainda não se tornaram comuns,
isto é, praticadas comumente, são rejeitadas as novas opiniões, o que leva a
humanidade ao mesmo procedimento do coitado do boi que passa a vida rodando em
torno do eixo que movimenta a moenda. É a própria natureza a não permitir tal
comportamento porque ela impulsiona à ação, mudanças e transformações. É preciso dar a volta por cima das mesmices. As
culturas mudam porque as pessoas vão descobrindo novos procedimentos em
decorrência do inevitável aprendizado pela observação das coisas. O aprendizado
sobre o corpo humano originou uma cultura nova que substituiu a cultura velha
de não se poder escarafunchar o corpo por ter sido feito por Deus. No tempo da
cultura velha teve um cara por lá que quase vira cinza por ter dito que o
sangue circulava pelo corpo afora. Várias culturas velhas foram substituídas
por culturas novas no decorrer da História da Humanidade. De um tempo em que
todos éramos bichos, chegamos a outro tempo em que embora a humanidade ainda
esteja mais bruta que os bichos, a ponto de haver bilionários ao lado de
esfomeados, sem capacidade de perceber estar preparando infelicidade para si e
os seus. Mas, em meio à manada já existe pessoa civilizada entre nós como prova
o senhor desconhecido que me fez parar o carro para pegar e me entregar minha
carteira que eu esquecera no bagageiro do teto do carro.
A resistência às inovações deve-se a
quem se encontra a gosto com a situação atual. Como quem decide se a situação
atual deve ser trocada é a maioria da sociedade, porque é o peso da maioria que
carrega o resto consigo, por que então a permanência de um sistema onde apenas
alguns se encontram a gosto e a imensa maioria vive no sufoco por causa de uma cultura
velha que causa tanto sofrimento? A explicação está no fato de que a situação
nova desperta medo na grande maioria da população porque ela é convencida pelos
que se encontram a gosto através da mídia a custo de tanto dinheiro que todas
as empresas informativas recebem montanhas de dinheiro dos que se encontram a
gosto para convencer os demais de que as inovações são coisa do capeta e que
bom mesmo é não estar a gosto por serem estes os preferidos de Deus.
Se tomarmos uma reforma agrária como
exemplo, veremos que as pessoas que não se encontram a gosto são contra. Os
deformadores de opinião das emissoras fazem crer à manada que a mudança é
produto do comunismo que fuzila padre e faz churrasco com carne de criança.
Amedrontados pela possibilidade de terem suas criancinhas transformadas em
churrasco, a manada teme a reforma agrária e acredita no que dizem os
deformadores de opinião de ser melhor uma imensa área de terra produtiva ser
explorada por apenas um grupinho do qual participam muitos estrangeiros, sendo
esses grupos de ricos financiados pelo dinheiro dos desgraçados dos
trabalhadores através do BNDES. Entretanto, o aprendizado pela observação
recomendada pelo Mestre do Saber, uma vez havendo tal observação, dela
resultaria o aprendizado que levaria à conclusão de que da reforma agrária
resultaria alimentos sadios porquanto produzidos em menor quantidade em cada
local, diminuindo a necessidade de veneno e isto resultaria em diminuição de
preço e evitaria a incidência de muitos cânceres. Além disso, desafogaria as
cidades porque levas de trabalhadores acorreriam para o campo em busca de seu
pedaço de terra onde viver em paz com sua família. Quando esta realidade se
tornar realidade, a crença de ser a reforma agrária ofensiva a Deus cairá por
terra e todos serão beneficiados com a substituição da cultura velha pela
cultura nova. Ainda outro dia quando eu era criança, ninguém acreditaria em
casamento entre dois homens ou duas mulheres a não ser que cada um dos dois homens
se casasse com cada uma das duas mulheres. Porem, macho com macho e muié com
muié, qualé, meu? Vai contar essa mais longe! Assim reagiria qualquer pessoa há
setenta anos. No entanto, está aí esta coisa esquisita para alguns. Dizem até
que no futuro só haverá homossexuais no mundo. Ainda bem que não terei tempo de
aprender a emplumar-me para rebolar.
Quando a manada aprender a pensar
descobrirá o que descobriu a sociedade francesa do final do século XVIII e que mudou
tão radicalmente a cultura velha por uma nova que cepou fora a cabeça de reis,
numa demonstração de selvageria própria dos seres brutos que compõem a
humanidade, desde que dela se tem notícia. Com muita brutalidade foi
substituída uma cultura que orientava um procedimento de respeito e até
adoração pela figura do rei-Sol por uma nova cultura que orientou o procedimento
de matar o rei-Sol, procedimento que visava melhorar a situação da absoluta
maioria da população francesa do século XVIII que era obriga a arcar com o peso
do sustento de um grupinho de ricos perdulários, o que realmente aconteceu. Porém,
pela falta de conhecimento sobre o mundo e a vida, o resultado daquela
monumental explosão de insatisfação do povo contra seus opressores, teve por
êxito apenas conquistar novos opressores. Sendo o dinheiro o único poder que
remove montanhas, os ricos trocaram o poder oriundo da estirpe familiar pelo
poder da força do dinheiro, de modo que o pobre que lá na cultura velha era
considerado inferior por não ter nascido em família tradicional, os pobres
atuais são considerados inferiores por não terem nascido em família rica. A
situação é tão semelhante que o governador de São Paulo declarou que apenas o
fato de o povo desconhecer as tramas armadas contra ele evita a situação de
violência da Revolução Francesa e seu banho de sangue.
Razão tem o governador porque o imperialismo
do rei Deu-sol voltou a brilhar com esplendor. Se o povo daquela época tinha de
se virar para sustentar ricos e autoridades, e se os ricos eram os donos do poder,
nenhuma diferença há entre o tratamento dispensado ao povo pelas autoridades francesas
na época da revolução e as autoridades de hoje. Sabendo o resultado que deu esse
negócio de autoridade abusar da paciência do povo, não se compreende a
continuação despreocupada do imenso abuso das autoridades de gastar fortunas
para fazer festas enquanto uma criança de oito anos permanece num hospital com
uma bala em seu corpinho até morrer à míngua por falta de dinheiro e ter de
aguentar o desdém da maior autoridade da administração pública entre nós,
repetindo o descaso com o povo da rainha da cultura da nobreza, ao dizer rindo ao povo que o sistema de saúde pública estava
mais do que perfeito. Inteira razão tem o governador paulista em dizer que se o
povo soubesse o quanto faz papel de idiota, ira faltar guilhotinas para cepar
fora as cabeças dos politiqueiros que infernizam a vida do povo tão bobo que
construiu um templo chamado Instituto Lula para homenagear a figura do
presidente que transformou em milionária sua família de ex pau-de-arara. Tá
tudo no livro O Chefe.
Então, conhecendo-se a violência em
que deu este procedimento das autoridades em relação ao povo que lhes garante a
boa vida, costume de velha e defasada cultura, por que esperar o mesmo desfecho
outra vez? O apego às velhas opiniões que nos conduziram a esse mar de
infelicidade de ter de conviver com cadáveres à volta, com famílias
infelicitadas constantemente por uma violência incontrolável, situação
extremamente desagradável decorrente da falta de visão que causa o desinteresse
das autoridades, tal como aconteceu no movimento francês, por tudo isso e muito
mais é que é preciso compreender o ensinamento de Spinoza e substituir as velhas
opiniões por opiniões novas. Inté
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