quarta-feira, 29 de maio de 2013

FOME É LUCRO PARA BANCO


A vida tem sido definida de várias maneiras: bonita, para Gonzaguinha; uma m..., para muita gente; um palco iluminado, para os de veia poética. Esta última é uma boa comparação porque tudo que se passa nos palcos do mundo são reflexões sobre as várias modalidades de circunstâncias nas quais se envolvem as pessoas durante a vida. Assim como as cenas sobre o palco são alcançadas com maior abrangência por aqueles olhadores com algum conhecimento sobre o assunto apresentado, a vida, do mesmo modo, tem seu sentido melhor apreendido por quem observa como ela se apresenta. Para observar a vida é preciso desviar a atenção por algum tempo da atividade de juntar dinheiro e observar as coisas que nos rodeiam e nosso procedimento em relação a elas. Quem observou a vida por mais de três quartos de séculos aprendeu muitas realidades que a absolutíssima maioria dos seres humanos não aprendeu. E só não aprendeu por não ter tido em toda sua vida uma oportunidade de ouvir uma palavra sensata que levasse ao convencimento de que a vida não se resume em juntar dinheiro, e que ela é completamente diferente de tudo que nos ensinaram. A cultura do enriquecimento não permite um segundo sequer de meditação sobre outra coisa que não dinheiro. Tudo gira em torno de dinheiro. Até a fome de pobres e infelizes seres humanos serve de fonte de enriquecimento para a classe maldita dos especuladores na busca insana por maior quantidade de dinheiro. Em um dos seus muitos trabalhos magistrais, o jornalista de verdade Mauro Santayana nos mostra esse absurdo no artigo intitulado Como os Bancos Lucram com a Fome no Mundo, publicado no Jornal do Brasil de 10/05/013, que pode ser visto de modo simples apenas pedindo ao amigão Google fornecendo-lhe o nome do jornalista e o nome do artigo. O trabalho magistral e bem fundamentado, como é próprio deste grande jornalista que também fez outra obra prima do jornalismo, intitulada A Crise da Razão Política e a Maldição de Brasília, que também se encontra em algum lugar deste blog malamanhado. Entre as mazelas que infelicitam a humanidade, e que podem e devem ser apreciadas naquele trabalho, escolhi duas, sendo a primeira esta crueldade de monstro: “A insuspeita Fundação Gates divulgou interessante estudo sobre o controle dos preços dos alimentos pelos bancos, por intermédio dos fundos especulativos (hedge). Da mesma forma que os bancos atuam no mercado derivativo com as primes do mercado imobiliário, fazem-no com os estoques de alimentos, o que aumenta espantosamente os preços da comida, sem que os produtores se beneficiem. Um exemplo, citado pelo estudo, que tem o título sugestivo de “People die from hunger while banks make a killing on food” – as pessoas morrem de fome, enquanto os bancos se enriquecem de repente, especulando com os alimentos”.

Esta realidade monstruosa é simplesmente ignorada pela imbecilidade tanto de quem se sujeita a tal situação quanto de quem a promove. Não passa de monstro sem condição para viver em sociedade um filho da puta que compra alimento e o guarda até que a escassez lhe permita vendê-lo por preço maior, indiferente ao sofrimento de quem precisa daquele alimento, principalmente porque quem faz isso é um sacana que não precisa de mais dinheiro do que tem. Isto só é permitido a quem não tem visão social para entender que vai acabar muito mal porque nem mesmo o freio da religião ou o cabresto do Estado serão capazes de segurar por muito mais tempo os famintos espreitando de longe a comida aguardar melhor preço e ir embora prá longe, fora do seu alcance, como acontece também nesta outra monstruosidade de imbecis que é a segunda monstruosidade constante do mesmo trabalho do fabuloso jornalista: “... o Fundo Armajaro, da Grã Bretanha, que comprou 240.000 toneladas de cacau (7% da produção mundial) e as reteve, até obter o maior preço da mercadoria nos últimos 33 anos”. Procedimentos de monstro deste tipo são a causa de toda a infelicidade do mundo e é por conta destes canalhas que as pessoas vivem com medo do assalto e sendo assaltadas. A falta do dinheiro retido por estes viciados em contemplar riqueza de perto e miséria de longe, cria a necessidade que gera violência.  É também na Inglaterra que pais estão se submetendo à simulação de parto. Deve ser outra face do homossexualismo ou demonstração de total imbecilidade. O mundo em guerra, com muito sangue, explosões e cadáveres, e dementes totalmente imbecilizados querendo sentir as dores do parto com que Deus puniu a mulher, segundo estes mesmos imbecis enrustidos. Se um país tido como berço da civilização como a Inglaterra adota tais comportamentos é porque a civilização que ele ajudou a criar é na verdade um barbarismo tão bárbaro quanto o do tempo em que leões desossavam seres humanos por ordem dos antepassados dos ingleses, e tal comportamento indica total desconhecimento de sociabilidade sem o qual a vida grupal não difere da vida das manadas de irracionais. E se um país tão velho ainda não aprendeu sociabilidade, por estas bandas jovens de cá acontecem coisas como a seguinte declaração da presidente da república:O Brasil pode fazer a melhor copa de todos os tempos. Vamos mostrar que somos um país alegre e pacífico.” Alegre, é verdade, mas uma alegria de demente porque um povo que vive a chorar a morte daqueles que não puderam se desviar das balas vindas de todo lado e mesmo assim é alegre, não pode ser um povo de outro tipo senão do tipo qualificado de moleque por De Gaulle. Moleques gostam mesmo de alegria. Só pode ser influência de Maria Antonieta a declaração da presidente. Um povo que chora na televisão, que a cada dia tem mais e mais famílias enlutadas, um povo que é levado a um estado de imbecilidade tão grande que gosta de ser assaltado como demonstra ao freqüentar bares e restaurantes portando celulares, carteiras, dinheiro, à espera da molecada de revólver na mão, dizer que tal povo é alegre e pacífico é não conhecer a realidade do lado de fora do bem-bom dos palácios onde a vida não conhece dificuldade de outra ordem que não a preparação para mais um mandato. Temos de ser infelizes enquanto a mentalidade de jumento dominar as mentes dos energúmenos do tipo Amado Batista que agradece o fato de ter sido torturado, preferindo ser lembrado como ganhador de dinheiro dos aculturados como ele.    

 

 

 

 

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