domingo, 12 de setembro de 2021

ARENGA 608

 

No livro Contra A Servidão Voluntária, nossa filósofa Marilena Chauí, estuda e comenta o pensamento do filósofo    francês Étienne de La Boétie, que no século XVI cunhou a expressão “servidão voluntária” para se referir à submissão da humanidade à vontade de insignificante grupelho de parasitas conhecidos como ricos donos do mundo que dele se apossaram de porteira fechada porque seu domínio se estende também sobre os administradores públicos, os legisladores e os aplicadores da lei.

A humanidade, desde que dela se tem notícia é seguindo um rumo indicado por falsos líderes. Nunca foi capaz de pensar por si própria. Intérpretes de vontades divinas de lá do céu e intérpretes da vontade do Estado aqui no mar de lama dizem aquilo que os seres humanos devem acreditar ser bom para eles. 

Entretanto, a boa vontade com que a humanidade serve a seus senhores provém de fora, sua mansidão independe de vontade própria porque os seres humanos não têm vontade própria. Daí ser imprecisa a expressão SERVIDÃO VOLUNTÁRIA. O agir dos seres humanos lhe é incutido na mente desde o nascimento por uma cultura que para tornar passíveis os seres humanos de serem enganados, instituiu a desnecessidade de raciocinar, bastando acatar tanto os mistérios de deus quanto a canalhice dos políticos. O agir  automaticamente dos seres humanos conforme querem seus donos ou patrões se materializa de forma soberba na juventude. A curiosidade, dinamismo, rebeldia, próprias do jovem cederam lugar a uma apatia tão grande que faz muitos jovens tomar desgosto pela vida, entrar em depressão e suicidar. 


  

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