quarta-feira, 30 de julho de 2014

ARENGA QUARENTA E UM



Ouve-se que o não religioso deve respeitar a religiosidade das pessoas religiosas, informação esta cuja falsidade só não é percebida porque a atividade de pensar sobre o que se ouve não faz parte da vida dos religiosos face à recomendação de não haver necessidade de comparar com a realidade os ensinamentos religiosos. A verdade, entretanto, é que não passa tudo de falsas informações tidas até como de grande sabedoria, mas simplesmente falsas e cuja percepção não ocorre unicamente por não se pensar a respeito do que se ouve. Disse um Grande Mestre do Saber que todo lugar onde há muitas igrejas e muitas farmácias é habitado por pessoas mais atrasadas mentalmente, verdade que pode ser observada nas periferias das cidades onde a pobreza e a ignorância são ainda maiores que nos centros. Lá, os ratos, baratas, moscas e esgoto a céu aberto nem ligam para as orações e nem para as divindades, matando impiedosamente as crianças. A impotência mental a que é reduzido o religioso não o deixa perceber a mesma realidade percebida por quem graças à meditação conclui pela realidade de que ninguém precisa de outra força senão a sua própria força para levar sua vida a bom termo. A única coisa que Deus dá às pessoas são carros chechelentos e a castração da capacidade de pensar, o maior bem que a natureza desenvolveu no ser humano, mas que a religião o impede de usar em seu benefício. A religião ensina não ser necessário examinar as informações dela provenientes, bastando aceitá-las como chegam. Entretanto, quem se der ao trabalho de ler a bíblia sem a imagem de um deus no lugar das pupilas, e tomar conhecimento da história de cada religião, descobrirá sordidez escondida sob o manto da santidade que inclui assassinatos, intrigas, estupro de crianças e guerras tão sangrentas e estimuladas pelo mesmo mote que dá origem a todas as outras guerras. Entretanto, embora lentamente, a cada dia que passa a verdade vai substituindo a mentira de tal forma que hoje não mais existe a exigência divina de levar à fogueira quem pensasse como eu. Logo aparecerá também a verdade de ser a religião e a politicagem duas formas de submeter a humanidade a uma escravidão também só não percebida por falta de raciocínio. Vimos o presidente Lula e Edir Macedo juntos, de mãos dadas, numa atitude ridícula, a inaugurar a TV Record, e agora teremos a presença da presidente Dilma e a figura asquerosa do mesmo pastor Edir Macedo que figura na revista Forbes como um dos homens mais ricos do mundo a inaugurar o templo de Salomão, monstruosa e inútil construção destinada a ajudar Maluf a extorquir os paulistas e paulistanos vendendo-lhes em módicas prestações um lugarzinho no céu ao lado de Deus, fazendo a riqueza do ridículo pastor bilionário, tudo isso sem nada recolher de imposto embora se tratando de atividade tão lucrativa quanto a bancária haja vista as fortunas de que se toma conhecimento ao pedir ao amigão Google para mostrar a “riqueza dos pastores brasileiros”. Este novo templo de Salomão, na verdade da ótica de quem pensa, merece o mesmo destino do outro templo também de Salomão.

Deste modo, respeitar a idéia do religioso é o mesmo que ser indiferente a uma ação da qual resulta danos a si mesmo, ao próprio religioso inocente, e a todos enfim porquanto o ajuntamento de pessoas desprovidas da capacidade de raciocinar nunca formará uma sociedade civilizada do mesmo modo como o faz a união de pessoas esclarecidas o bastante para entender a necessidade do respeito mútuo e da indispensabilidade do cooperativismo entre todos como fatores sem os quais a vida se torna tão desagradável quanto está. Os religiosos se matam entre si. Se vivessem em territórios distintos os religiosos e os não religiosos, a sociedade formada pela união dos não religiosos seria muito mais pacífica e espiritualmente mais evoluída do que a sociedade formada pelos religiosos. Enquanto os primeiros pensariam no futuro das gerações vindouras, os segundos passariam, como efetivamente passam, todo o tempo a requebrar os quadris, fazer barulho, entrar no elevador antes de quem estava esperando, comprar bombas para curtir o pipoco, acelerar motos preparadas para fazer ruído e incomodar quem descansa, provocar morticínios e infelicidade, orar e aspergir água sobre pés de milho como forma de atrair chuva. Separando da brutalidade o refinamento, resultaria uma sociedade civilizada e pacífica com pouca ou nenhuma religiosidade e outra sociedade violenta e religiosa com muitos templos, farmácias, muita doença, barulho, e falta de discernimento.

É por isso que está errado respeitar as idéias do religioso. Elas travam a evolução mental com sua mente pequena e isenta de sabedoria bastante para compreender a necessidade de conviver com as inevitáveis e constantes mudanças e inovações provenientes tanto da natureza quanto da sociedade. A pequenez mental da religiosidade matou incontáveis inocentes africanos ao lhes informar falsamente ser nocivo o uso da camisinha e bate pé firme ser também pecado a pesquisa sobre célula tronco. A mente do religioso evolui tão lentamente que ainda existe quem conversa com estátuas de gesso e asperge água e orações sobre pés de milho para fazer chover. Em função desta morosidade de mudar de lugar o passo da evolução mental é que até hoje se fala em milagre sem se cogitar da falta de lógica observada por alguém que pensa ao nos mostrar a irrealidade da convicção de ter Cristo curado a cegueira de uma pessoa quando poderia curar a cegueira no mundo todo. A inocência leva os religiosos a prejudicar a sociedade, razão pela qual não se pode respeitar uma atitude danosa ao meio social porque o dano vai prejudicar a totalidade dos seres do agrupamento visto ser a sociedade indivisível e o mal que é feito a uma pessoa ou a muitas pessoas do grupo como a pobreza, por exemplo, se volta contra todo o grupo sob a forma de doenças e violência.

Esse é o grande mal que a religião produz: fazer com que as pessoas esperem erradamente receber das divindades para seus problemas uma solução que só pode ser alcançada através do esforço que lava à compreensão da realidade da vida, coisa de nenhuma significação para os religiosos, certos que estão de nada se poder fazer no sentido de dar à vida a nobreza da paz e da irmandade visto que só a divindade é capaz de fazer isso. A fantasia da religiosidade precisa ser substituída pela realidade da vida sem o que jamais haverá civilidade entre os seres humanos eternamente se debatendo entre orar, dançar, matar, partilhar as idéias inexistentes de líderes que não sabem fazer um “O”com um copo. São todas atividades inúteis e prejudiciais ao convívio harmonioso. Na Idade Média, quando a Peste Negra matava impiedosamente, os religiosos queimavam mulheres a quem atribuíam atividades de bruxaria, uma inocência tão grande que matavam as mulheres em vez de matar os germes causadores da doença, no que prejudicavam a sociedade.

Falta lucidez à humanidade. Pessoas que não sabem quando um livro está ao contrário contestam afirmações dos Grandes Mestres do Saber, o que por si só demonstra uma situação inexplicável e inaceitável. Um analfabeto só pode contestar um cientista sobre como ser ignorante.

Ah! Outro lembrete muito útil: devido à usura dos construtores, a economia de material tira tanto a privacidade nestes apartamentos modernos que nenhum vizinho pode peidar a gosto. Inté.

 


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