Embora
pareça impossível, o mundo já foi mais bruto do que é hoje. Houve época em que
a brutalidade não precisava ser disfarçada e o governo era exercido por
brutamontes aos quais a História se refere como déspotas, governantes um
pouquinho de nada mais desinteressados no bem-estar dos governados que os
governantes modernos. Entretanto, ali e acolá alguns destes brutamontes que a
História denominou de déspotas esclarecidos não eram tão indiferentes às
agruras de seus governados, de modo que podem ser comparados aos governantes
modernos porque pelo menos procuravam evitar exageradas demonstrações de poder.
Seu comportamento lembra o comportamento de bilionários fazendo doações de fortunas
para assistência social, levados pela percepção de que dos maus tratos resulta
violência que mais cedo ou mais tarde se volta contra quem os pratica, no que
tinham razão tanto o déspotas esclarecidos quanto os bilionário que devolvem
pequena parcela de seus bilhões à sociedade da qual eles foram tirados. Tal
procedimento, na verdade, é tão socialmente improducente quanto a ação daqueles
pobres rebotalhos espirituais que se prostram em frente aos supermercados para
esmolar um quilo de comida para os pobres uma vez ser mais producente ações das
quais resulte a desnecessidade de quem tenha necessidade de esmola. Além disso,
a quantia devolvida pelos bilionários, quando comparada ao total do butim
resultante do saque sobre o trabalho dos trabalhadores, que é como se formam as
fortunas, corresponde àquela moeda que alguém do cérebro encolhido dá ao esmoler
para sentir cumprida a obrigação de puxar o saco de Deus. São ações de cuja vantagem
social têm tanta significação quanto os afagos que os governantes fazem às
empresas justificados pela contraprestação de contratarem trabalhadores,
principalmente portadores de alguma deficiência física porque no final sobre o
povo acaba caindo o ônus de arcar com o peso de tais afagos uma vez que, como é
dito com propriedade, não existe almoço sem custo.
“Considerando
que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana
e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade,
da justiça e da paz no mundo”. Com esta
declaração a Constituição Federal se apresenta à sociedade. Entretanto, cadê a
dignidade, cadê a igualdade de direitos, cadê a liberdade, a justiça e a paz em
lugar algum do mundo, Cadê? Tudo não passa de um faz-de-conta próprio de
criança. Entretanto, o que leva adultos a serem tratados como crianças e
aceitarem o tratamento? Há algo de errado nisso daí e cabe descobrir onde está
o erro porque há um abismo comportamental entre adultos e crianças que precisam
ser enganadas porque em razão de ainda não terem elas completado seu
desenvolvimento mental podem se comportar de modo a se auto prejudicar. Nos
adultos, entretanto, o organismo já se desenvolveu tudo que tinha para
desenvolver, o que lhe permite esclarecimento suficiente para escolher seu
próprio caminho, não havendo, portanto, explicação plausível para que adultos
sejam tratados como crianças. É tudo uma questão de pensar. Inté.
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