sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

ARENGA 202



O que fazem os pobres de espírito e de dinheiro para se protegerem contra as doenças trazidas pelo mosquito é amorcegar num ônibus, ou caminhão, comer farofa com Coca-Cola, deixar prá trás algumas vítimas de acidente, descer na Cidade de Aparecida em São Paulo, entrar emocionados num imenso templo que abriga uma estátua enorme de uma santa chamada Aparecida e com ela manter o seguinte monólogo (porquanto estátua não fala): “Tô vindo de muito longe, minha santa. Vim pedir prá senhora não deixá o mosquito ferroar meus inchadim, que a bem da verdade tá tudo muito magrim, como a senhora bem tá sabendo”. Depois de deixar sua segurança a cargo da estátua, depositam dinheiro nas urnas sagradas para garantir a proteção e voltam comendo farofa com Coca-Cola, sacolejando quando o ônibus ou caminhão passa pelos quebra-molas, deixando vítimas de acidente pelo caminho outra vez. Da proteção da imagem resulta para a saúde dos pedintes o mesmo benefício para a saúde social que resultará das reformas políticas badaladas pelos papagaios de microfone euforicamente entusiasmados com a criação de mais uma “celebridade” na figura do menino que permaneceu mais tempo sobre as ondas em cima de sua prancha, para engrossar o coro das inutilidade destinadas ao circo que mantém as atenções longe da malandragem dos politiqueiros.

Todo o alvoroço em torno de Dilma, Temer, Cunha, Congresso, STF, TCU, Financiamento de Campanha, Democracia, Capitalismo, Comunismo, Direita, Esquerda, absolutamente tudo isso daí pode ser colocado numa imensa latrina e dar descarga com a lama dos ajuntadores de dinheiro que causaram o desastre Mariana em Minas Gerais. A triste realidade é que os seres humanos ainda estão longe de perder o ranço da brutalidade inicial. Veja só o que diz matéria escrita pelo jornalista Serge Halimi do Le Monde Diplomatic: Não sou contra todas as guerras. Eu me oponho a uma guerra imbecil, irrefletida, uma guerra fundada não na razão, mas na raiva”. O fato de haver na fina flor da intelectualidade razão para guerra, é demonstração cabal da monstruosidade espiritual em que ainda se encontra a humanidade. A única razão para que jovens se matem mutuamente numa brutalidade incompreensível é a sanha que levava à construção de impérios. Entretanto, decorrido tanto tempo nova mentalidade tem de substituir a velha mentalidade e concluir pela necessidade de se viver em paz, nada justificando portanto haver razão para guerra. É preciso subir na tribuna mais alta do mundo um homem que mereça crédito, porque ainda os há, e não me deixa mentir a rapaziada da Lava Jato, e bradar bonito: Não, senhores! Nada justifica a guerra porque dela só resultam sofrimentos! Escorracemos os falsos defensores da paz que saem da tribuna para negociatas de intermediar venda de armas para a guerra. Inté. 

 

 

 
   

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