O que fazem
os pobres de espírito e de dinheiro para se protegerem contra as doenças
trazidas pelo mosquito é amorcegar num ônibus, ou caminhão, comer farofa com
Coca-Cola, deixar prá trás algumas vítimas de acidente, descer na Cidade de
Aparecida em São Paulo, entrar emocionados num imenso templo que abriga uma
estátua enorme de uma santa chamada Aparecida e com ela manter o seguinte
monólogo (porquanto estátua não fala): “Tô vindo de muito longe, minha santa.
Vim pedir prá senhora não deixá o mosquito ferroar meus inchadim, que a bem da
verdade tá tudo muito magrim, como a senhora bem tá sabendo”. Depois de deixar
sua segurança a cargo da estátua, depositam dinheiro nas urnas sagradas para
garantir a proteção e voltam comendo farofa com Coca-Cola, sacolejando quando o
ônibus ou caminhão passa pelos quebra-molas, deixando vítimas de acidente pelo
caminho outra vez. Da proteção da imagem resulta para a saúde dos pedintes o
mesmo benefício para a saúde social que resultará das reformas políticas
badaladas pelos papagaios de microfone euforicamente entusiasmados com a
criação de mais uma “celebridade” na figura do menino que permaneceu mais tempo
sobre as ondas em cima de sua prancha, para engrossar o coro das inutilidade
destinadas ao circo que mantém as atenções longe da malandragem dos
politiqueiros.
Todo o
alvoroço em torno de Dilma, Temer, Cunha, Congresso, STF, TCU, Financiamento de
Campanha, Democracia, Capitalismo, Comunismo, Direita, Esquerda, absolutamente
tudo isso daí pode ser colocado numa imensa latrina e dar descarga com a lama
dos ajuntadores de dinheiro que causaram o desastre Mariana em Minas Gerais. A
triste realidade é que os seres humanos ainda estão longe de perder o ranço da
brutalidade inicial. Veja só o que diz matéria escrita pelo jornalista Serge
Halimi do Le Monde Diplomatic: “Não sou contra todas as guerras. Eu me oponho a
uma guerra imbecil, irrefletida, uma guerra fundada não na razão, mas na
raiva”. O fato de haver na fina flor da intelectualidade razão para
guerra, é demonstração cabal da monstruosidade espiritual em que ainda se
encontra a humanidade. A única razão para que jovens se matem mutuamente numa
brutalidade incompreensível é a sanha que levava à construção de impérios. Entretanto,
decorrido tanto tempo nova mentalidade tem de substituir a velha mentalidade e
concluir pela necessidade de se viver em paz, nada justificando portanto haver
razão para guerra. É preciso subir na tribuna mais alta do mundo um homem
que mereça crédito, porque ainda os há, e não me deixa mentir a rapaziada da
Lava Jato, e bradar bonito: Não, senhores! Nada justifica a guerra porque dela
só resultam sofrimentos! Escorracemos os falsos defensores da paz que saem da
tribuna para negociatas de intermediar venda de armas para a guerra. Inté.
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