sábado, 17 de setembro de 2016

ARENGA 315


               


 
Não é por falta de conversa fiada que os seres humanos estão mal.  Estarão cada vez em pior situação enquanto não lhes forem aparadas as arestas da ignorância social de teimar em viver uma vida individual, vivendo em comunidade. A vida comunitária não é apenas a melhor maneira de se viver, é a única. Portanto, não se pode vivê-la sem observar a disparidade entre esta realidade e o “cada um por si”. A afirmação de ser a ignorância a fonte de todos os males do mundo peca por não limitar esta ignorância à política porque é dela, também chamada de analfabetismo político pelo mestre Bertold Brecht, que a classificou como a origem de todos males que afligem o mundo. O analfabetismo político só pode ser superado por esforço individual, o que ocorrerá apenas quando cada indivíduo se disponha a superar a indiferença com as coisas da política, procurando analisar se corresponde à realidade aquilo que lhe dizem os políticos. Nesse exato momento, os chamados caciques do PSDB FHC e Aécio Neves dizem ao povo ser deslealdade do ministro que gravou o presidente da república aconselhando-o a agir desonestamente. Ora, então o ambiente político é o mesmo ambiente de uma quadrilha de assassinos onde o encarregado de assassinar alguém trai sua organização ao dar um jeito de evitar a morte daquele que deveria morrer. É ou não é uma situação inteiramente inaceitável? É realmente esquisito que um ministro grave conversa do presidente. Mas, ainda mais esquisito é que o presidente da república recomende o ministro a agir desonestamente. Os analfabetos políticos, entretanto, por serem analfabetos políticos são incapazes de perceber a fonte da desarrumação social da qual resulta um por cento da população mundial com noventa e nove por cento da riqueza do mundo. Tem ou não tem razão o filósofo quando afirma que o ignorância política é a causa de todo o sofrimento? Cabe observar que os promotores do analfabetismo político, os ricos donos do mundo que colocam marionetes nos postos de comando da administração pública, agem contra eles mesmos porque desta situação de alguns gatos pingados com imensa riqueza e enorme multidão na miséria resultara numa violência tão grande que também alcançará quem estiver escondida atrás de suas montanhas de riqueza.

O analfabeto político jamais descobrirá quanta armadilha lhe é colocada no caminho como a do livro O Guia Politicamente Incorreto da Economia cujo primeiro capítulo tem o título de LUCRO É ALEGRIA. Isto é de uma safadeza sem limite. É nada mais nem menos que apologia à cultura antissocial do “cada um por si”, ou do “é meu” uma vez que lucrar, na realidade, é espoliar alguém. A contrapartida da cultura do lucro são contas abarrotadas nos infernos fiscais enquanto crianças esquálidas morrem de fome. Livros que pregam a cultura do “é meu” têm a mesma finalidade das “celebridades” e dos “famosos”. O que separa estes biltres dos intelectuais autores de tais livros é o nível cultural. O que os une é o pagamento por seus trabalhos. Cabe, portanto, procurar cada um por si mesmo vencer o analfabetismo políticos a fim de descobrir que estas figuras representam os grilhões dos tempos passados. A juventude nem imagina o tamanho da vantagem que levaria se pensasse sobre isso. Inté. 

 

 

 

 
 
 

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