domingo, 25 de setembro de 2016

ARENGA 319






Tudo à nossa volta são mentiras, engodos, falsidades, insanidades. Pais criminosos ensinam às suas crianças a se tornarem analfabetas políticas ao ensinar-lhes comportamentos antissociais fazendo-as dependentes das divindades em vez de ensinar-lhes estar errado que um trabalhador assalariado pague o mesmo imposto que um bilionário paga ao comprar um quilo de feijão. As igrejas e as brincadeiras existem exatamente para castrar nas pessoas a capacidade de raciocinar, o que as torna tão mentalmente insignificantes quanto os seres desprovidos de raciocínio. Exemplos da mediocridade intelectiva estão à mostra, mas a desnecessidade de se pensar sobre o que se ouve, absurdo recomendado pela religiosidade, impede a percepção da irrealidade vivida. Um exemplo: Uma notícia na imprensa dá conta do seguinte: “Se o aquecimento global continuar no ritmo atual a civilização estará no rumo de uma catástrofe da qual resultaria a extinção de milhões de espécies que nada têm a ver com o egoísmo dos seres humanos que se julgam superiores”. A realidade de dependermos da existência das outras espécies é ignorada pelos frequentadores de igreja, axé e futebola, embora mais importante para a vida do que fazer orações. Entretanto, matança muito maior praticou o Deus adorado pela malta ignorante, sem que fosse levado em conta a circunstância de que os bichos nada tinham a ver com o pecado dos homens, motivo pelo qual, por várias vezes na bíblia, Deus promoveu matança dos infelizes animais passados a fio de espada em Jericó e da totalidade deles mortos afogados no episódio do dilúvio. E olha que os bichos daquela época eram mais inocentes do que os modernos porque há entre estes alguns que tomam sorvete, vão ao dentista e ao psiquiatra.

É um destrambelhamento generalizado a vida que se vive. Pode haver maior absurdo do que destruir a natureza para fazer imensas riquezas cuja finalidade é dar a brutamontes espirituais o direito de fazer pose na revista Forbes? É, ou não é, absurdo total conformar-se em ser governado por bandidos? Pode-se conformar com a situação de representantes do povo se mancomunarem e criarem leis que os absolvam de crimes cometidos contra o povo? A que destino será levada a juventude por um sistema de governo onde os poderes que o constitui em vez de fiscalizar um ao outro face à rapinagem própria dos seres humanos se juntam todos em ações criminosas? Loucura, pura loucura. Se governos de povos bárbaros disfarçam seus crimes, motivo pelo qual são aqueles povos tidos como civilizadas, os governos das repúblicas de banana dão uma banana para a opinião pública e deitam e rolam na tarefa brutal e sem futuro de espoliar a massa bruta de povo. Chega-se ao cúmulo de jornal publicar a seguinte notícia: “Com pouco dinheiro, a eleição deste ano será desinteressante”. Porque haveria eleição de precisar de mais dinheiro do que o suficiente para haver lugar, urna e os funcionários responsáveis pelo recebimento do voto? Loucura, só loucura, principalmente em se aceitar pacificamente as loucuras de desequilibrados mentais pela cultura do enriquecimento de poucos a custo do empobrecimento de muitos. Tal situação não pode nem deve continuar. Carece de mudança urgente, mas mudança inteligente da qual não faça parte a violência porque ela não leva à paz, objetivo primordial a ser visado pela humanidade.

Autoridades responsáveis pelo equilíbrio social são mentalmente desequilibradas em seus pronunciamentos. Quando o banqueiro e ministro do Tesouro Nacional, Henrique Meireles, declara que os estados precisam fazer ajustes em vez de dependerem da União, falta ao banqueiro/ministro um equilíbrio de raciocínio para perceber que União e estados são figuras de ficção e, como tais, como poderiam assumir a materialidade necessária para produzir recursos? Um deputado honrado e que talvez por isso mesmo não seja mais deputado, Raul Ferraz, tendo em vista a realidade de que não se planta feijão nos estados ou na União, mas sim nos municípios, malhou exaustivamente a tecla da tese municipalista segundo a qual seriam dispensados os gastos astronômicos com os governos federal e estaduais por sua inteira inutilidade uma vez que os municípios poderiam ser administrados por si próprios. Ficou o dito pelo não dito porque complicar é mais conveniente que simplificar para os parasitas acastelados à sombra de mil e uma mordomias entre as quais se incluem institutos que preservem sua memória nefasta e toneladas de presentes.

A canalhice exposta na notícia de que os Bancos do Brasil e Bradesco (na verdade o povo) devem socorrer a construtora Odebrecht com empréstimo de R$ 500 milhões é mais uma loucura contra a qual se deve espernear por ser mais uma cusparada na cara do povo imbecil que depois de sair dos ônibus, trens, carros pebas doados por Deus, vão para as igrejas e para os terreiros de brincadeira em vez de consultarem seus travesseiros onde está a justiça de dar tal destino ao resultado do seu trabalho. Não menos entristecedora é a notícia na imprensa que Zagallo, de cadeira de rodas, emociona-se ao desfilar com a tocha olímpica, fato que demonstra pobreza espiritual ao não perceber o ridículo que é um velho ser levado pelas artimanhas dos ricos donos do mundo a segurar um bastão com fogo na ponta, sem ter a mínima ideia da sacanagem que rola por trás daquela cena, na verdade, entristecedora. Encerrando esse lengalenga, a notícia de que Chico Mendes faz parte do calendário de santos da Igreja Episcopal mostra a inferioridade das formas do bem face às do mal. Estas selam o destino de quem se mete a besta de contrariar os interesses do agribiuzinesse que os papagaios de microfone afirmam ser beleza pura. Inté.

 

 

 

 

 

 
  
 


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário