domingo, 2 de outubro de 2016

ARENGA 320


A sugestão apresentada pelos hotéis de Ilhéus para proteção contra as muriçocas me trouxe à recordação o professor de educação física que era também o diretor do ginásio Alfredo Dutra, em Itapetinga, onde comecei os primeiros estudos um pouco tardiamente, já de olho no Cavaco, o meretrício de lá, na época em que a prostituição ficava do lado de fora do resto da sociedade. VENENO! Esta é a solução que os melhores hotéis de Ilhéus oferecem contra os milhões de tenebrosos insetos hematófilos que surgem de todos os lados e aos borbotões, quando um simples cortinado por aqui chamado de mosquiteiro resolveria o problema. As paredes, lençóis, fronhas, por todo canto há manchas de sangue de mosquitos esmagados. A ligação entre o veneno como solução e o instrutor de ginástica da cara fechada, mas de coração aberto, deve-se à ordem que ele dava para algum de nós acertar o passo durante a marcha. É justamente de acertar o passo o que precisa este esquisitíssimo país. No capítulo intitulado Bastidores da História, do livro História Geral e do Brasil, de Claudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, lê-se que no tempo do antigo Curso Primário, a história religiosa era mais difundida do que a história das civilizações, o que é de causar pasmo, mas é a dura realidade. Ligar-se na fantasia de um mundo celeste do qual só ouve falar e desligar-se do mundo onde temos os pés e de onde tiramos tudo aquilo de que necessitamos é um erro gravíssimo que os seres humanos vêm repassando de geração após geração. É este grande erro que dá origem a todas as agonias vividas pela humanidade. É crime hediondo ensinar religiosidade às inocentes crianças e fazê-las acreditar na necessidade de Deus e seus representantes, entre eles, vagabundos, ladrões safados, estelionatários, estupradores, pervertidos sexuais, assassinos. A profissão de representante de Deus é tão nociva à sociedade quanto a dos advogados defensores dos ladrões do erário, profissão tão esquisita que mesmo o ladrão dizendo que roubou, o advogado garante que é mentira dele porque ele não roubou nada por ser pessoa de elevado padrão moral que está sendo vítima de constrangimento ilegal pela turma da Operação Lava Jato, estes, sim, transgressores da lei em busca de notoriedade. Mais impressionante é que a justiça acata os argumentos capciosos desses advogados, bandidos tão bandidos quanto os bandidos que defendem porque do seu trabalho nefasto buscando dividir o produto do roubo efetuado pelos bandidos que protegem resultam milhares de criancinhas esquálidas por falta do leite salvador porquanto o dinheiro de comprá-lo vai para luxuosos escritórios destes parasitas da sociedade. Tão estranho quanto ser legal a participação de advogados no butim é a facilidade com que ajustiça ignora o enriquecimento rápido de ocupantes de cargo público. A desarrumação se dá apenas porque em vez de aprenderem cidadania as crianças aprendem religiosidade.

Talvez por ser pessoa de poucos conhecimentos, estou certo de que até hoje, apesar de livros e mais livros sobre a inexistência de proteção divina, esta realidade pode ser percebida apenas com um olhar em volta porque o que se vê é suficiente para mostrar ser maior o sofrimento e a ignorância nos lugares onde é maior a religiosidade. Como disse o sociólogo, grande quantidade de igrejas e farmácias denunciam incontestavelmente elevado grau de ignorância do povo daquele lugar. Para nosso orgulho, entretanto, o conterrâneo EVANDRO GOMES BRITO, filósofo, escritor, poeta, advogado, homem do maior valor cultural, demonstra com argumentos irrefutáveis no livro de aparência modesta intitulado O PAPA ALEXANDRE E SUAS DUAS AMANTES, do qual tenho imenso orgulho de possuir um exemplar com a ressalva pelo autor “AO AMIGO JOSÉ MÁRIO”, porque de fato somos amigos. Neste livro, o autor desnuda a falsidade da religião ao desnudar seu verdadeiro interesse que outro não é senão o mesmo que move a sordidez da politicagem ora desnudada pela Operação Lava Jato. Na página 23 deste pequeno grandioso livro lê-se o seguinte: “Extremamente rica e dominadora a Igreja Romana impôs sua influência à vida política, econômica e social da Idade Média e dominou plenamente a cultura. Tornou-se a maior proprietária de terras da Europa, numa época em que os poderosos politicamente ou no setor econômico provinham da posse da terra. Isso lhe garantia uma força política tal, que os reis medievais em sua grande parte, ou seja na maioria, dependiam do apoio da Igreja Romana, condição sem a qual não podiam governar o povo. Com a teoria do direito divino dos reis, uma vez excomungado um rei ou imperador, a deposição se impunha automaticamente. O rei excomungado perdia o direito de reinar. O povo não mais lhe obedecia. O papa, além do mais, ameaçava com excomunhão a quem desse apoio a um rei excomungado. Com isso os papas faziam, com os governantes do poder temporal, a chantagem que quisessem: o céu era o limite. O povo naquela época temia mais uma excomunhão do que uma lança afiada”.  Pouco mais adiante nesse fabuloso livro pode ser vista a seguinte e arrasadora realidade: “Caldeirões, brasas, fogo eterno, eram as ameaças feitas pelos papas medievais. Além de tudo isso, para os pouquíssimos intelectuais não acreditadores nessas coisas, havia um inferno na terra: O Tribunal do Santo Ofício ou Santa Inquisição, por meio de cujo julgamento foi queimado vivo na Itália o Cientista Giordano Bruno, em 1600. A Igreja Romana tentava legalizar a posse de terras através de um documento falso chamado Doação de Constantino. Por esse documento, o imperador Constantino teria doado a ela as terras da Itália e de todo o Ocidente do império”.

Aí está, pois, para que serve a religiosidade. Uma farsa que mantem o povo convencido da desnecessidade de pensar sobre as informações que recebe. Assim, enquanto a bandidagem se locupleta com seu trabalho as pessoas vão às igrejas em lugar de irem aos órgãos de administração pública para tomar conhecimento do que está sendo feito com o erário. ACERTA O PASSO, Ó JUVENTUDE DE MERDA! Inté. 

 

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