segunda-feira, 10 de outubro de 2016

ARENGA 122


Não há escola mais eficiente que a escola da vida. Só ela ensina estar a humanidade andando no sentido contrário àquele que deveria andar. Uma vez que os seres humanos dispõem da faculdade de pensar, sua primeiríssima atividade deveria ser pensar. Entretanto, dispondo desta extraordinária capacidade, humanos se comportam exatamente da mesma maneira como se comportam os búfalos. Eles, quando estão juntos, formando um grupo coeso, não são atacados nem têm suas crias mortas pelos leões. Como não podem pensar, alguns deles se separam da manada e caem nas garras dos leões à espera desta oportunidade. Também os humanos dispensam a proteção da cooperação e se aventuram no mundo da individualidade buscando cada um seu lugar de pastar. Pastar é a palavra que melhor define o comportamento humano. É extraordinária a falta de senso e monumental burrice de quem pensa haver mérito em ajuntar dinheiro mais do que o necessário para ter uma vida sem necessidade das coisas indispensáveis. Mas os humanos tiveram anulada a capacidade de tirar conclusões, tornando-se cegos mentais tão cegos que encontram motivo para fama e celebridade em seres espiritualmente desprezíveis.  Náufragos que chegam a uma ilha adotam inevitavelmente comportamento coletivo que faz desaparecer a noção de propriedade privada. A única diferença do Planeta Terra para uma ilha é que esta é arrodeada por água enquanto o planeta é arrodeado por vento. Mas os náufragos do planeta devem ser ainda mais solidários por ser impossível sair dele para outro lugar como acontece com os náufragos da ilha. Mas não é o que acontece porque diferente dos náufragos da ilha, os do planeta destroem a água e a comida em vez de preservá-los.

A prova mais que evidente da incapacidade de pensar do ser humano é a propaganda. As pessoas são conduzidas por uma vontade que não depende de sua vontade. Abandonando o imensurável poder interior a que se refere o poeta Zé Ramalho quando afirma não ser de fora que a nave vem, mas é de dentro do peito que a nave sai, a força que determina o comportamento da humanidade vem de fora. Vem da ordem midiática para beber refrigerante, futucar telefone, acreditar em Deus, vestir dessa ou daquela maneira, ser bem comportado para ganhar presente de Papai Noel, não deixar de pagar as prestações, ser mais burro do que o próprio burro, assim por diante. Tais atitudes, embora antissociais, são ensinadas às crianças. Como o adulto é o que aprendeu quando era criança, perpetuam-se os comportamentos antissociais dos quais resulta a desgraceira humana. Tudo exclusivamente por conta da recusa em exercer a mais nobre de todas as atividades, a de pensar. É na religiosidade onde se encontra o motor que gera a ojeriza à atividade de raciocinar, razão pela qual ela, a religiosidade, é a única culpada por todos os males que afetam a humanidade por envolver todos os seres humanos com a noção da proteção divina que dispensa cogitação a respeito. Entretanto, na Parábola da Rede (Mateus 13:47) compara os bem comportados aos peixes bons que vão para cesto e os maus que são deitados fora. Disto se deduz ser melhor ser mau porque os bons vão para a frigideira enquanto os maus voltam à agua. PENSE, JUVENTUDE DE MERDA! Inté

 

 

 

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