sábado, 29 de outubro de 2016

ARENGA 328


O mundo perdeu completamente as estribeiras. Até mentalidades consideradas privilegiadas em conhecimentos, inexplicavelmente, afirmam absurdos contestados pela lógica como dizer que há vantagem na disputa por dinheiro ou de haver inteligência na natureza. Inúmeros escritores, havendo entre eles até ganhadores do Prêmio Nobel, afirmam que o atual modo de administração pública mundial (leia-se capitalismo) teve êxito em proporcionar bem-estar social, o que é de uma falsidade monumental porquanto o princípio no qual se fundamenta o capitalismo é manter o povo na qualidade de dependente de um emprego que lhes garanta apenas a sobrevivência. Outros escritores dedicam seu tempo em escrever guias politicamente incorretos sobre filosofia, economia, política, sexo, etc., quando, na verdade, a única incorreção que se percebe da leitura desses livros está é na cabeça de quem os escreveu por se insurgirem contra aqueles que desaprovam a filosofia ou o modo de pensar atual sobre a economia, a política, a sexualidade, assuntos seríssimos, mas que foram completamente deturpados pela imoralidade espiritual dos patrões de tais escritores, os ricos donos do mundo em sua sanha vampírica por riqueza, comportamento avesso à moralidade e aos bons costumes. Ninguém mentalmente sadio aprovará nada da situação atual em que se encontra a humanidade, salvo os indiferentes ao sofrimento de seres humanos mantidos em ignorância com o objetivo monstruoso de não faltar quem lhes movimente a máquina de fazer dinheiro. Não precisa mais do que subir num murundu e olhar em volta para se constatar a falsidade da afirmação de haver bem-estar social em qualquer lugar do mundo porque por todo canto se vê cadáveres, choro, fome, multidões infelizes de desesperados em fuga morrendo como moscas no açúcar envenenado ao se aventurar mar a dentro com suas pobres inocentes crianças que por sua fragilidade deveriam ser objeto de total proteção. Jovens alucinados cepando fora a cabeça de outros jovens ou disparando metralhadoras sobre seus semelhantes. Sendo este quadro apavorante que se percebe lá de cima do murundu, onde estaria o bem-estar social que escritores grã-finos asseguram decorrer do modo atual de administração pública?

As incoerências orientam o modo de vida no mundo inteiro. Os lugares tidos como de maior civilização são justamente os lugares onde se verifica a brutalidade de esconder recursos que mafiosos tungam de populações infelizes desprovidas das coisas essenciais à sua manutenção. À custa de muito sofrimento é que resulta a riqueza de perdulários ajuntadores de tesouros. Há inconsequência até mesmo num grandioso livro chamado Evolução Espontânea, não obstante a fabulosa contribuição que dá à humanidade ao mostrar-lhe a necessidade de se abandonar os velhos padrões que têm orientado o comportamento humano, por se encontrarem completamente superados, no que demonstra lucidez indiscutível dos autores porquanto os padrões convencionados e seguidos até aqui trouxeram a humanidade ao sofrimento que a atormenta de todas as maneiras. Nas páginas 59 a 61 deste fabuloso livro há grandiosa contribuição para a elevação espiritual humana ao esclarecer a inexistência de um determinismo genético segundo o qual as pessoas são vítimas da hereditariedade. Com isso, através de descobertas científicas traz à luz novidades capazes de substituir por novos os velhos e enferrujados padrões de comportamento porquanto esclarece que nós mesmos somos os responsáveis pelo controle de nossas vidas, uma vez que este controle é feito pela mente, cujo funcionamento não sofre influência externa. Isto encerra fabulosa lucidez por ser exatamente aquilo de que carecem os seres humanos: assumir a responsabilidade pelo seu destino. Passa da hora de deixar a ideia mumificada de um Deus determinador do nosso rumo. A ideia de Deus só existe por ser implantada criminosamente no cérebro das inocentes criancinhas por seus pais que, por sua vez, também tiveram a crendice inoculada em suas personalidades quando ainda em formação. Estas duas ideias falsas, riqueza e religiosidade são a causa de todo conflito humano. Seres humanos que poderiam ser cidadãos capazes de contribuir para elevar espiritualmente de sua sociedade praticam ações antissociais em decorrência unicamente do aprendizado da necessidade de ser rico. Há nas livrarias dezenas e dezenas de livros do tipo JOVENS COM ATITUDE ENRIQUECEM MAIS RÁPIDO, da autoria de Kent Healy, ou EMPREENDEDORES INTELIGENTES ENRIQUECEM MAIS, de Gustavo Cerbasi, louvando a riqueza quando, na verdade, a busca da riqueza é também a busca da intranquilidade e sacrifício da saúde. Apesar disso, a cultura desta falsa necessidade é irmã gêmea da também falsa cultura religiosa. Absolutamente nada justifica um monumental aparato de representantes divinos com a função idiota de intermediar a comunicação entre as pessoas e um Deus cuja existência não passa de invenção, fato facilmente constatável ao observar que Deus varia de forma de acordo com a cultura da época em que foi criado. Já houve até Deus com cabeça de elefante. É inutilidade absoluta a existência de pastores ladravazes e um Papa cuja função se limita a fazer pedidos vãos. Nenhuma guerra deixará de existir por sua interferência, muito ao contrário, a História mostra que Papas têm dado origem a guerras. No momento em que não mais for implantada na mente das inocentes crianças a figura de Deus ele desaparecerá em duas gerações tão certo quanto ser quatro o resultado da soma de dois mais dois.

Entretanto, como a tônica são os desencontros, ao mesmo tempo em que o fabuloso livro Evolução Espontânea de que falávamos presta grande serviço à causa da evolução social trazendo à luz a necessidade de substituir tradições por inovações, nesse mesmo livro, na página 35, pode ser encontrada afirmação baseada na falsa crença da existência de inteligência na natureza, o que remete à existência de Deus. Embora não esteja ali mencionada a palavra Deus, falar-se em inteligência na natureza é a mesma coisa de afirmar ação criadora por um ser inteligente. Diz o texto: “Graças à nova ciência da Matemática Fractual, sabemos que padrões inteligentes se repetem em todas as manifestações da Natureza”. E mais: “É possível perceber que a evolução da espécie (humana, grifo nosso) segue em direção a um futuro positivo e seguro”. Ora, ambas as afirmações são falsas. A natureza segue mecanicamente seu destino de transformar as coisas indiferente às consequências de tal transformação, o que elimina a possibilidade de inteligência no que faz. Aliás, na página 62, ao se referir ao funcionamento das células do nosso corpo, os autores do livro em causa comparam o funcionamento das células com a mecânica de um motor. Ali eles fazem referência a botão de partida, correias transmissoras de força, etc. e tal. Se houvesse inteligência em motor avião não levaria para o fundo mar centenas de inquietos idiotas convencidos pela papagaiada de microfone que o negócio e fazer turismo, desprezando o aconchego de suas casas.  A indiferença comportamental da natureza é visível quando ela dá origem a duas criancinhas com uma só cabeça ou quando faz com que animais sejam comidos ainda vivos por outros animais. Como falar em inteligência nisso daí? Dessa mesma inconsequência padece também a afirmativa de um destino seguro para a humanidade. Aí está o descontrole dos eventos climáticos para mostrar o contrário. Razão tem mesmo é Zygmunt Bauman ao observar no livro Babel que a humanidade se encontra numa situação totalmente insustentável não só por não mais poder ser o que sempre foi, o que é notícia alvissareira posto a brutalidade como vivem os seres humanos, mas também por não saber o que vai ser. Realmente, não é crível que tanta estupidez prevaleça por mais tempo. Uma coisa é certa: prevalecerá enquanto a mentalidade da juventude se limitar a futucar telefone e apreciar “famosos” e “celebridades” de nenhum valor espiritual, o que não acontece apenas nas republiquetas de banana habitadas por macacos deslumbrados que gastam as economias fazendo compras em Me Ame, onde descarregam verdadeiras fortunas e voltam orgulhosos a mostrar fotografias, sem noção de não passarem de robôs teleguiados para o ridículo.

Os seres humanos empolgaram-se tanto com a tecnologia que se desarticularam da simplicidade do raciocínio lógico como se deduz desta notícia na imprensa: FALTA DE RECURSOS ESSENCIAIS GERA VIOLÊNCIA ENTRE HUMANOS, DIZ PESQUISA. É preciso, por acaso, pesquisa para se concluir coisa tão evidente? Mas, para a estupidez humana, como se pode ver do modo como eles estruturaram sua sociedade, com imenso contingente de pessoas sem direito a comer, a pesquisa avisa que estas pessoas são levadas pela fome a cometerem atos de violência, não obstante a quantidade de cadáveres cujas mortes decorrem da falta de comida. Contudo, é preciso pesquisar se realmente é verdade tal verdade. Inté.

 

 

 

 

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