Não é
preciso ser do contra ou mal agourento para ter dúvidas quanto ao trabalho de um
governo cujo sucesso pensa estar garantido por contar com a entidade fictícia
da figura de deus. Uma ministra, logo de entrada, disse que o Estado é laico,
mas que ela é religiosa. Ora, então o Estado deve se curvar às convicções da
ministra, ou é o contrário? O Importante é o cargo de ministro, que por isto
mesmo não deve ser ocupado por qualquer um. Platão já observara há muito tempo que
os governantes devem ser filósofos. Na mesma linha das improbabilidades também vai
um colega desta ministra religiosa. Ele exalta as instituições família, igreja,
valores tradicionais e a necessidade de combater o marxismo. Lembra cenas
tristes da década de 1960 quando a massa bruta de povo aplaudiu militares
salvadores da pátria empunhando estas mesmas bandeiras por ordem do governo
americano que mantinha poderosa esquadra naval fundeada em águas brasileiras,
pronta pipocar bombas no país dos subservientes baba-ovos do “American Way of
Life” caso os soldados brasileiros sozinhos não dessem conta de eliminar seus
jovens irmãos e compatriotas que aspiravam um Brasil para todos eles um Brasil
menos injusto, inclusive para seus carrascos. Do ponto de vista da civilidade,
pega mal a aprovação da barbárie pelo chefe do novo governo quando enalteceu a
lembrança de um dos carrascos da juventude idealista. Além disso, é incerta com
qual conta o governo novo porque o Papa que tem prestígio com deus
infinitamente maior do que tem o governo novo apela tanto para a boa vontade
divina que até lava o pé do pobre para tirar o chulé e o beija na tentativa inútil
de contar com sua ajuda. Além disso tudo, é improvável que uma nova e
alvissareira era possa advir do fato de mudar a cor da roupa das crianças.
Desta forma, o procedimento dos novos governantes os coloca entre as primeiras
pessoas do pensamento do filósofo Bertrand Russell: “O problema do mundo é que tolos
e fanáticos estão sempre cheios de convicção, enquanto os sábios estão
sempre cheios de dúvidas”. Que abrangência fabulosa tem este pensamento! Não
existe um só entre todos os sábios do mundo que não tenha dúvidas quanto à
origem do universo. Em contrapartida, não existe um só tolo entre todos os
tolos do mundo que tenha alguma dificuldade em explicar como tudo ocorreu há
seis mil anos.
A preocupação
demonstrada pelo novo governo quanto à necessidade de combater o marxismo
corresponde à opinião dos egressos das Harvards do mundo que saem de lá com o
cérebro lavado e beijado pala cultura do ajuntamento da riqueza do mundo nas
mãos de apenas um por cento da humanidade. Mas, quem se livrou do tapa-olho que
faz o burro de carroçar só enxergar prá frente e tornou capaz de assumir a
atitude meditativa daquele cara nu, bolado por Auguste Rodin, no quadro intitulado “O Pensador”, para dar a ideia de
alguém em profunda meditação, chegará à conclusão de que em nome da paz e
harmonia, a cultura marxista deve ser enaltecida em vez de combatida. Ela está
absolutamente correta pela constatação lógica de que os conflitos sociais que
infelicitam a humanidade têm sua causa na privatização da riqueza do mundo que a
todos indistintamente deveria servir uma vez que todos têm as mesmas
necessidades. O que se pode censurar em Marx é acreditar ele que a cultura da
irmandade por ele defendida pudesse ser estabelecida por meio de violência
revolucionária. Nesse sentido ele perde não só para Cristo que pregou a
implantação da irmandade através do amor ao próximo, mas perde também para Thomas
Paine que afirmou ser o convencimento o modo mais eficiente de implantar
mudança. Por mais que demore, o convencimento acabará por mostrar aos
frequentadores de igreja, axé e futebola não só que a qualidade de suas vidas
depende da política, mas também que esta qualidade estará cada vez mais
degradada enquanto a política continuar seguindo um sistema econômico voltado
para cuidar apenas do interesse antissocial de um por cento da população. A desumanidade
do sistema econômico fica exposta no fato de ter havido discursos políticos
afirmando que o fim da escravidão negra no Brasil corresponderia a um atentado
contra a economia do país. É o que se constata da página 27 do livro Raízes do
Conservadorismo Brasileiro, de Juremir Machado da Silva.
Elementos trazidos ao conhecimento geral, desde que houvesse meditação a
respeito, seriam suficientes para mostrar que ao deixar apenas a cargo dos
pobres os encargos sociais a economia papagaiada pelos papagaios de microfone
inviabiliza a vida social. O livro Política, Ideologia e Conspirações, de Gary
Allen e Larry H. Abraham, Editora Faro, nas páginas 26 e 27 revela que apesar
de possuidores de imensa fortuna, os membros das famílias Rockfeller e Kennedy
não praticamente não pagam imposto sobre a renda. Além disso, também revela a
realidade estarrecedora de que a melhor maneira de enriquecer é corrompendo
políticos. A Lava Jato está mostrando o quanto há de verdade nesta afirmação.
Aí está, pois, o porquê de resultar da meditação a conclusão de ser
impossível vir a humanidade a bom termo sem livrar-se da estupidez que sempre a
caracterizou por seguir dois princípios estúpidos: Um deles é que a economia de que tanto fala a
papagaiada de microfone vai de encontro à simplicidade recomendada por Cristo e
os sábios, uma vez que para ter sucesso na burrice de carrear riqueza para quem
já é rico, a economia cria necessidades, complexidades e sofisticações que levam
as pessoas a comprar o que não precisam com o dinheiro que não têm.
O segundo princípio impediente do avanço mental da humanidade é ter ela
de seguir por caminhos indicados por líderes tão falsos que levam seus
liderados a guerras e à falsa crença de valer a pena sujeitar-se às iniquidades
como meio de garantir bem-aventurança celeste depois de sepultado ou
incinerado. Esta informação falsa submete a massa bruta de povo a um eterno
papel de boba mantenedora de imponentes templos políticos e religiosos onde são
urdidas as armadilhas que mantêm os bobos convencidos de nada haver de anormal
na atitude insana de produzir um dinheiro que não usa e se comportar de modo a inviabilizar
o futuro ao incutir na juventude desamor pelos valores morais, implantando nela
valores um tanto duvidosos como os de uma coluna intitulada O X de Sexo, do jornal Folha de São Paulo. A matéria
denominada Abram as Pernas Para o Beijo Grego, integra o Festival de
Besteiras que Assola o País, de que falava o saudoso Sérgio Porto. Inté.
Nenhum comentário:
Postar um comentário