terça-feira, 1 de janeiro de 2019

ARENGA 520


A humanidade está condenada a esperar que seja melhor do que o ano velho cada ano novo recebido com fabulosos gastos em festas das quais resultam queimaduras e mortes por foguetório, acidentes de trânsito e assaltos, para depois continuar tudo do mesmo jeito de antes. Afinal, a esperança é imortal. Nesse cenário, como ademais em tudo que é imbecil e ridículo, desponta o Brasil. País de exuberante beleza e riquezas naturais a serviço dos gringos, de povo amoral, imoral e ladravaz, cuja juventude é incapaz de um só gesto inteligente, é ilimitado o azar desse povo de triste memória. Quando tentou mudar sua triste sina de só levar ferro de governos que tomam dos pobres para dar aos ricos, levou à presidência de sua ridícula república de bananas um caçador de marajás do saco roxo. Teve como resultado o confisco do seu dinheirinho juntado a duras penas. Como tudo continuasse contra si, elegeu um operário sem o dedo mindinho da mão esquerda que a máquina roeu. Depositou tanta esperança no seu operário de nove dedos que depois de ser presidente por oito anos ele mandou o povo eleger uma subalterna sua enquanto decorria o tempo em que ficava impedido de ser candidato outra vez. Tudo melou de novo, e o povo continuou a levar ferro. Agora, sempre de esperança em esperança, colocou na presidência de sua ridícula república um religioso. Sendo brasileiro o fantasma do deus do povo, está ele convencido de não haver como não dar certo desta vez. Entretanto, como nada lê, não sabe o que disse sobre religião ninguém menos do que o Grande Mestre do Saber, Thomas Paine, segundo o fabuloso escritor Vinícius Bittencourt, na página 27 do livro Falando Francamente: “Quando lemos as histórias obscenas, as libertinagens volutuosas, as cruéis e traiçoeiras execuções, as vinganças impiedosas, que enchem mais da metade da Bíblia, pensamos que seria mais consistente chamá-la a palavra do demônio do que a palavra de Deus. É um relato de perversidades que contribuem para corromper e embrutecer a humanidade. Todas as igrejas, sejam elas maometanas, judias ou cristãs, me parecem meras invenções humanas, estabelecidas para amedrontar e escravizar a humanidade e açambarcar as riquezas e o poder”.

Como estas palavras de Paine foram ditas há mais de trezentos anos, quando não havia ainda a revista Forbes para mostrar pastores entre as pessoas mais ricas do mundo e a suntuosidade dos demais chefes religiosos, justifica o “me parece” porque atualmente as pessoas intelectualmente superiores aos frequentadores de igreja, axé e futebola não têm mais qualquer dúvida quanto a terem as igrejas por finalidade exatamente aquilo que parecia ao grande pensador. De estupidez em estupidez caminha a humanidade. Inté.    

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