segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

ARENGA 524


Deixando de lado a complicação dos intelectuais na distinção que fazem entre forma e sistema de governo, e encarando democracia simplesmente como a forma pela qual é exercida a atividade política de administrar a riqueza pública, diremos simplesmente que democracia é um conjunto de regras que estabelecem não só o processo de escolha dos governantes, mas também como governar. Estando o mundo sob governos democráticos prestes a explodir de tamanha desordem social, conclui-se pela necessidade de superar a morosidade com que os seres humanos percebem as coisas e substituir a democracia por uma forma mais inteligente de governar porque as multidões de excluídos do convívio social pela democracia põe dúvida sobre o futuro das crianças de hoje. Para se localizar a causa de todo o problema da democracia basta abrir na página 40 o livro Política, da Editora Martin Claret, e saber que ninguém menos do que Aristóteles definiu a democracia como O GOVERNO DOS POBRES. Pobres, significa povo. E o que é o povo? Apesar de constituído de espécimes da espécie humana, povo é constituído por seres tão esquisitos que não raciocinam por si mesmos. Seu comportamento é de drone. Obedecendo ao comando manipulado pelos meios de comunicação, tornam-se robôs a fervilhar pelas ruas e lojas do mundo num frenesi demoníaco para viajar e fazer compras. As necessidades que sente o povo independem de sua vontade. São fabricadas pelos meios de comunicação e implantadas de fora para dentro. Só sente vontade de comer peru no Natal, e é levado às lágrimas quando Michel Jackson se contorce como alguém sob ataque epiléptico e lhe aponta o saco, ou quando uma bola escapa do goleiro e toca a rede. É tão absoluto o domínio sobre a mente do povo que ela permanece na infantilidade de acreditar que deus lhe dá carros. Desta forma, é inteiramente impossível esperar da mentalidade medíocre do povo atitude suficientemente madura para engendrar uma forma eficiente de governo. Contar com esta possibilidade seria o mesmo que esperar ordem no jardim infantil sem a presença de adultos que a imponham.

À democracia foi dada oportunidade de ser realmente o governo dos pobres. Isto ocorreu quando o direito de nomear o governante deixou de ser de deus, dos nobres ou dos ricos e passou a ser do povo. Entretanto, como povo e bosta é a mesma coisa, os ricos tomaram-lhe esse poder. Usando de sua riqueza, puseram no mundo uma parafernália para comunicação e um número infinito de papagaios de microfone e através deles fazem o povo pensar que saco de cavalo russo é manga rosa.

Nesta madrugada, me deliciei com um belíssimo exemplo de engambelamento do povo. Eram senhores bem-falantes a condenar o frei Beto pela expressão “A CRISTO E A CASTRO”. No estilo dos egressos das Harvards do mundo, censuravam o religioso por comparar a figura santa de Cristo com a do assassino Fidel Castro. Evidente que o frei Beto está errado. Mas seu erro é induzir o povo à crendice da religiosidade, sabendo que na realidade tudo depende mesmo é da política. Eu daria um tostão furado pela satisfação da curiosidade de ouvir do frei Beto o motivo que leva o Papa a lavar e beijar o pé do infeliz. Quanto às falas dos senhores bem-falantes sobre o frei Beto, não há curiosidade a satisfazer porque quem superou a fase de povo e alcançou o estágio de gente, o que só se consegue por meio de boas leituras, sabe que a verdade está é nas entrelinhas porque os argumentos são capciosos e pronunciados em troca da despensa abastecida para os inchadim. Censurar assassinatos praticados pelos governantes que levam a pecha de comunistas é o mesmo que censurar apenas um lado podre de algo que está todo podre. Assassinatos fazem parte da busca pelo poder, único objetivo de qualquer governante, independentemente da cor de sua bandeira e são praticados com maior prodigalidade pelos governantes porque o custo independe de desfalcar o patrimônio pessoal por ser arcado pelo povo festeiro, indiferente à realidade de fornecer a seus algozes os meios pelos quais estes promovem sua infelicidade. A arte de matar está tão enraizada na política que a humanidade eleva assassinos históricos aos píncaros da glória. Inté.

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