sábado, 29 de junho de 2013

PROSEAMENTO


As pessoas que não pensam, e que são a maioria delas, acreditam tratar-se de religiosidade o fato de que toda maldade praticada algum dia volta contra seu praticante. Quanto maior o número de pessoas atingidas pela maldade, maior o preço a exigido. Nada há de mistério nisso. É que a maldade deixa mágoa e esta deixa cicatrizes na alma onde fica o registro daquele ativo a ser cobrado. É por isso que a harmonia, em virtude de ser a única forma de se eliminar os rancores dos quais provém tanta infelicidade, é infinitamente superior para o convívio social do que a desarmonia que leva um a magoar o outro, e este, por sua vez, magoará de volta quem lhe magoou, criando um ciclo infindável de infelicidade gerando infelicidade.  Como não temos ainda condição de viver civilizadamente face à vizinhança espiritual com nossos antepassados ainda peludos, que apesar de terem menor capacidade de raciocinar em função de ainda estar o seu cérebro gatinhando na arte de pensar, ainda assim, nos ensinaram a sábia lição nunca aprendida da necessidade de vivermos juntos. Sendo imprescindível que vivamos juntos, nesse caso, devemos viver em paz. Não há explicação para seres que pensam e sabem disso viverem se agredindo mutuamente.

Por desconhecer a necessidade da harmonia como condição indispensável à existência de uma sociedade civilizada é que vive a humanidade a infelicidade de viver dentro de várias e infindáveis guerras sempre em busca de tomar alguma coisa de alguém. Embora as pessoas também creditem à religião o caráter das pessoas e as classifiquem de boas ou más, o comportamento de quem está sempre à espreita de alguma vantagem como os empreiteiros, os banqueiros, aos quais se juntam todos os demais parasitas da sociedade, cuja ação é tão perniciosa para o corpo social da humanidade quanto prejudicial é para o corpo de uma pessoa ter sua vitalidade sugada por uma sanguessuga. Entretanto, embora seja realmente danoso o comportamento do parasita social, ele acredita ter a mesma necessidade de parasitar que tem a sanguessuga cuja vida depende disso. Embora imaginária a necessidade do parasita social, ele está certo de ser real porque seu cérebro ainda não se desvinculou do aprendizado dos tempos em que a natureza o obrigava a orientar nossos primos ainda peludos a matar até seres da mesma espécie na busca difícil de comida. O peso deste lado bruto ainda supera o lado que a humanidade conseguiu polir através de um sistema tão falho de educação que os aprendizes ainda não aprenderam ser tão necessário cuidar da sociedade quanto da família de cada um porquanto a sociedade é tão importante para a família de cada um quanto é importante para cada um a sua família. Como estamos longe de tal compreensão, e pensamos que ainda precisamos viver sacrificando outro vivente para viver, resulta daí muito choro na televisão.

Depois de caídos os pelos e mais desenvolvida a capacidade do cérebro, não mais se justifica ainda se viver tomando a coisas das outras pessoas como fazem os parasitas sociais, ajuntadores da riqueza produzida pelos trabalhadores de todo o mundo, eternamente obrigados a servir a todo tipo de senhores. Da submissão de se entregar a leões famintos para serem devorados, passando pela submissão ao chicote e à senzala do senhor da casa grande e do rei, até à submissão moderna aos parasitas sociais dos bancos, dos planos de saúde, das empreiteiras, das autoridades e da FIFA, sendo esta forma de servidão moderna considerada até lisonjeira sob o nome pomposo de Liberdade Democrática, forma de administração social tão incoerente consigo mesma que se baseia nas orientações de uma lei tida como maior e intitulada Constituição Federal, que deveria ser tão importante para os administradores públicos quanto importante é a bíblia para o religioso fanático dada a exuberância de sua promulgação e sua denominação de Lei Máxima e resultado da inspiração de homens protegidos por Deus, apesar de tudo isso jaz inerte e desmoralizada porque até as crianças sabem que de nada vale sua afirmação de serem todos iguais perante a lei. A opressão exercida sobre o povo pelos parasitas sociais, ainda que compulsivamente exigida pela lembrança dos tempos de antanho, é também uma maldade porque toda ação parasitária prejudica o parasitado, também chamado de hospedeiro. Como a maldade tem efeito bumerangue, nos lugares do mundo onde as maldades já estão voltando contra seus arquitetos, suas vítimas se insurgem de vários modos sobre seus opressores e pipocar de bombas vai tornar o mundo num São Joaozão. Até por aqui uma pequena parte da juventude percebeu estar sendo vítima de maldade por parte das classes parasitárias, sendo de se lamentar que a maioria absoluta da juventude continua parasitada e satisfeita em correr alienadamente para os terreiros de futebola e axé, como muito bem me lembrou o professor Edmilson Movér ao ler um escrito que escrevi estropiando a gramática chamado TRITUBO À JUVENTUDE, onde manifesto grande entusiasmo com a ação heróica destes jovens que adiantaram-se aos demais na percepção do que seja sociabilidade, ou seja, uma mistura de conhecimento científico e espiritualidade em que se resume a capacidade de viver bem em grupo, única forma de que dispomos para viver. É extremamente necessário que os outros jovens se juntem aos que estão lutando pelo futuro dos filhos de todos. É preciso botar na cabeça ainda vazia que sua qualidade de vida depende totalmente do resultado da luta em que se empenham bravamente os poucos jovens que despertaram para o engodo em que se encontram todos vocês e lutam contra ele combatendo seus enganadores. É extremamente injusto que apenas uns gatos pingados como afirma o professor Movér se sacrifiquem por milhões de idiotas a se interessar pelo resultado do exame de urina do jogador de futebola enquanto quem luta pelo bem-estar de todos sofre e até perde a vida. Temos vivido uma situação esquisita em que a convicção das pessoas não corresponde à realidade e é preciso mudar esse negócio mal amanhado. O processo da perfeita comunicação está capenga porquanto na comunicação, ao receber uma informação, o cérebro de quem a recebe e examina e manda a resposta ao informante. Não é o que acontece com nosso povo, tirando fora esses gatos pingados que bravamente estão nas ruas a impor moralidade no trato social, única maneira de se proteger as crianças de hoje, o resto da juventude continua alienada. Em conversa com um jovem universitário, perguntei sobre o comentário entre seus colegas a respeito dos protestos e recebi a triste notícia de que eles nada comentavam. A indiferença às inconseqüências em que vivemos mergulhados é a causa dos tormentos causadores de tanto choro na televisão. De todo lado chove absurdos aos quais o povo é indiferente. Do mundo da Economia Política ouve-se o absurdo de ser muito bom produzir muitos carros, quanto mais, melhor. Isto é mentira. Os canos de descarga estão infelicitando a velhice e as crianças impedindo-as de respirar, além de tornar difícil e já quase impossível a locomoção dos jovens trabalhadores, e de encarecer o preço das mercadorias.  Também se ouve e acata como coisa boa a coisa ruim de atender ao chamado do berrante das lojas e comprar bugigangas adoidado. Isso terá como resultado uma montanha de lixo tão grande de fazer medo. Também nos informam os mentirosos da economia que só há maravilha no fato de tirar dinheiro do povo através de um tal de PROER para dar a banqueiros canalhas que apesar de já não saber o que fazer com tanto dinheiro, ainda assim, compram estoques de alimento para especular e ganhar mais dinheiro com o aumento de preço ocasionado pela falta da comida escondida à espera de lucro.

Dos lados da política ouve-se que as autoridades são tão superiores ao povo que devem determinar seus salários, o horário de trabalhar e o de folgar, as regalias complementares que incluem viagens e gastos no exterior, passaportes especiais inclusive para os apaniguados que levarão vantagem sobre os inferiores sujeitos às complicações para embarcar. De lambuja, ainda contam as autoridades com cartões de crédito para fazer compras a serem pagas pelo povo. Como a comunicação não depende de apenas palavras, a visão de enganadores do povo que chegam pobres a seus postos e saem ricos deveria dizer a esse povo que ele está sendo roubado. Os enganadores do povo estão se tremendo com medo de que muitos outros jovens se juntem àqueles bafejados por uma espiritualidade mais elevada que os convenceu da necessidade de dar um basta a tanto sofrimento, e ante a possibilidade de serem expulsos dos seus postos de arquitetar maldades contra o povo, estão propondo medidas a serem executadas por eles mesmos. Se estes corajosos jovens não se cuidarem, serão engabelados pela viscosidade dos politiqueiros e dos ricos seus apaniguados. É preciso que a juventude tome nas mãos a tarefa de expulsar da cena política os politiqueiros e colocar estadistas em seu lugar. Os politiqueiros e os ricos construíram seu próprio mundo independente do mundo do povo e nesse se acastelaram sob o mundo de mil benesses pagas pelo povo do outro lado da fronteira que separa o mundo daqueles a quem nada falta do mundo daqueles a quem tudo falta. Mas, como a prosa vai se fazendo longa e chata, prosearemos e chatearemos depois de esvaziados os sacos. Inté.

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário