sexta-feira, 13 de outubro de 2017

ARENGA 451


A história da humanidade se aproxima de nova fase. Que cenário descortinar-se-á quando expirar a cultura do servilismo imposto aos seres humanos a partir do momento em que passaram a ser comandados por duas lideranças falsas, religião e políticos? A inegável evolução mental haverá de condenar à morte a atual cultura da subserviência que há muito se encontra na UTI sem possibilidade de convalescência. Ou a humanidade acaba com a fase atual ou será acabada por ela. Não há como se sustentar uma sociedade que destruiu sua força criativa: a juventude. Os jovens inteligentes foram levados a tal estado de infelicidade que estão se tornando depressivos e suicidas, enquanto que os demais, por força da cultura da necessidade de enganar para tirar proveito, foram transformados em cordeiros de Deus, manada pronta a vagar para onde quer que haja alguma imagem a ser cultuada, sem nem de longe perceber o engodo que os falsos líderes escondem atrás disto tudo. Estas pobres criaturas, vítimas da lavagem cerebral que os faz querer serem ricos em vez de felizes, são indiferentes a tudo que não sejam futilidades como as brincadeiras do pão e circo envoltas em grossa corrupção que consome fabulosa quantidade dos recursos públicos dos quais depende o futuro de seus filhos. A consequência da cultura do TER é fazer com que a humanidade se aproxime mais e mais do precipício. E enquanto isto ocorre, seres humanos que se destacaram entre os demais em função do acúmulo de conhecimento adquirido sobre a espécie humana fazem devorteios em torno de assuntos que não dizem respeito à única coisa que deveria merecer a atenção de todos: a qualidade de vida e mesmo a sobrevivência da espécie humana, instinto que orienta os irracionais no que diz respeito à preservação da espécie. Quanto mais perto do abismo chega, mais os seres humanos festejam sua vida medíocre de reprodutores, fabricantes de bosta e enchedores de latrina. Se o ser humano tivesse permanecido irracional, vivendo em estado puramente natural, o mundo não poderia estar em piores condições do que as atuais. É desinteligente não se dedicar a tais assuntos para divagar inutilmente sobre o que Einstein pensava sobre Deus, ou o que quis Einstein dizer ao afirmar que acreditava no Deus de Spinoza, ou o que vem a ser esse tal de Deus de Spinoza, ou o que vem a ser deísmo, panteísmo, judaísmo, catolicismo, budismo, e o diabo a quatro. Tudo isto não é senão verborreia inútil que tem o mesmo papel do pão e circo de desviar a atenção do lugar onde deveria ela estar. O filósofo e físico Marx Jammer, colega de Einstein, diz no livro Einstein E A Religião, que o grande cientista teria afirmado que através da religião os jovens são enganados pelo Estado com mentiras e que teria desaprovado educação religiosa para seus filhos, considerando-a contrária a todo o pensamento científico. Vê-se, pois, que o tagarelismo inútil mais confunde do que esclarece. Como pode alguém, conhecedor da realidade de que a religião e a política, irmãs siamesas, fomentam a ignorância por ser dela que se nutrem, e, ao mesmo tempo, acreditar em um Deus, qualquer que seja esse Deus? Enquanto se perde tempo com tais futilidades, está a bater na porta uma triste realidade prenunciada pelos incêndios, enchentes, tsunamis, doenças e violência, anunciando para quem tem olhos de ver um futuro tão triste que leva os jovens inteligentes à depressão, ao suicídio, a disparar armas sobre outros jovens.

Em meio a todo esse imbróglio nos encontramos nós os brasileiros, infelizes e alegres de uma alegria de demente mental, pobres coitados submetidos a uma violenta tempestade de imoralidades sobre esse belo pedaço de chão transformado no paraíso da bandidagem que se apossou do poder de mando. Chegamos a uma posição tão desesperadora que o jornal Folha de São Paulo publica a seguinte notícia: Recessão e desemprego freiam as denúncias de assédio sexual no Brasil   -   Medo de perder o emprego ou sofrer violência ainda maior faz mulheres optarem pelo silêncio. Ser obrigado a engolir as injustiças é de uma crueldade sem limite. Mas os brasileiros estão acostumados. Afinal, como carneiros de Deus, devem esperar pela felicidade no céu, onde não lhe faltará pastagem. Somos um povo tão desgraçado que o funcionário público Rodrigo Janot, por ser cumpridor do dever, está sendo vítima de ataques por cumprir seu dever de denunciar malfeitores. Entretanto, para alento da esperança de moralidade, o jurista Lafayete Pondé Filho em matéria publicada no caderno Painel do Leitor do jornal Folha de São Paulo fez a seguinte e lúcida declaração: “O procurador Rodrigo Janot deve se orgulhar das críticas que vem recebendo. Demérito seria receber elogios de tipos tão desprezíveis. E não custa lembrar: só se atira pedra em árvores que dão bons frutos!”. Contudo, a preferência do brasileiro é pela erva daninha.  De acordo com estas palavras do deputado presidiário Eduardo Cunha, "Moro queria destruir a elite política e conseguiu", fica demonstrada a triste realidade de ter sido o poder político assaltado pela imoralidade, falta de decoro e pelo banditismo uma vez que a elite política a que se refere o deputado presidiário é isto que estamos vendo: criminosos condenando homens justos, contando inclusive com o aval da justiça. Não se pode ter dúvida da necessidade de outro tipo de sociedade. Uma sociedade na qual os responsáveis pela administração pública devem estar constantemente sob o olhar vigilante de uma juventude inteligente para que os responsáveis pelos recursos públicos, em função do vínculo empregatício, não sejam obrigados a se tornarem representantes dos interesses escusos do grupinho de um por cento que se tornou dono do mundo e que obriga o STF a proteger celerados e exigir que as escolas públicas ensinem religiosidade às crianças a fim de perpetuar a indiferença política, fonte de todos os males.

A evidência de ter falido a cultura atual do ajuntamento de riqueza acaba de ser mostrada pela notícia de que os ricos de Nova Iorque, incomodados diante de tamanha desigualdade social, estão evitando ostentar riqueza. O rico tem o mesmo comportamento da hiena que rosna se outra fera se aproxima da carniça, mesmo sendo esta superior à sua capacidade de consumo. Mas não é apenas em Nova Iorque que existem as hienas rosnando em torno de montanhas de riqueza. É o que mostra o relatório da ONG britânica Oxfam: Seis brasileiros têm a mesma riqueza que os 100 milhões mais pobres, e os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda que os demais 95% da população. Como se aceitar tamanho descompasso? Há de se cuidar do primeiro passo na efetivação da necessária mudança que se não acontecer por meios inteligentes acontecerá pela brutalidade da violência dada a realidade de se ter chegado à situação indiscutivelmente insuportável porquanto faltam recursos para as mínimas coisas enquanto fardos de dinheiro são roubados e as marionetes do pão e circo fazem apologia de monstruosidades antissociais como o agribiuzinesse e os bancos. O caderno País, do Jornal do Brasil de 07/08/2017, dá conta de que matéria do jornal ‘Le Monde Diplomatique' versa sobre dois assaltantes que se fizeram filmados enquanto roubavam um banco e diziam: "Ei, Temer, filho de p ...! Você acha que só você pode, hein? Filho de p ... Nós também podemos, veja!”.

A tal desmoralização chegou nosso país, debaixo do queixo ainda imberbe de uma juventude incapaz de sacudir fora o conformismo imbecil que lhe impõem falsos líderes políticos e religiosos e tomar atitude orientada pela sabedoria que recomenda o uso da inteligência em vez da brutalidade a fim de organizar uma sociedade realmente organizada. Esta outra notícia na imprensa dá o tom da merda moral em que foi transformado nosso pobre e infeliz Brasil: Descoberta de brasileiro rendeu Nobel de medicina a britânico. Inegavelmente, recai uma maldição sobre esta população de religiosos. Absolutamente ninguém responde a saudação “como vai” sem acrescentar um graças a Deus à resposta de estar bem. O religioso é um ser estúpido e incapaz de concluir que a religião é irmã siamesa da política. Matéria jornalística de autoria do jornalista Mauro Lopes, publicada no blog Outras palavras, intitulada RESGATE DE UMA HISTÓRIA OCULTADA, é ilustrada com a imagem de um Papa ao lado do ditador Pinochet, monstro que mandava helicópteros jogar jovens idealistas ao mar por divergência política. Chegará o tempo em que se perceberá a verdade de ter a religião por finalidade parasitar a credulidade da massa ignorante como prova a presença de chefes religiosos na revista Forbes e o banco do Vaticano. Nesse exato momento, o presidente desta sociedade infeliz faz doação à igreja católica de um terreno da massa bruta de povo, e diz estar com a alma lavada. Também está na imprensa que a Igreja Universal tem um império empresarial em nome de integrantes de sua cúpula de 23 emissoras de TV e 40 rádios, além de 19 empresas de segmentos diversos, como agência de turismo, jornais, editora, imobiliária e até uma empresa de táxi-aéreo, a Alliance Jet”. A religiosidade se nutre da ignorância, o que fica evidente ao se constatar que ela decresce à medida que cresce o esclarecimento. Embora demasiadamente lenta, é inegável haver progresso mental. Época houve em que o ateu seria torrado pela Inquisição, o que não ocorre atualmente. E quem afirma o enfraquecimento da religião não é apenas um Zemané ateu. É o que mostra este trecho da matéria publicada no jornal Folha de São Paulo: Pode levar séculos, mas as religiões vão cair em desuso. A predição é de Michael Shermer, historiador da ciência e escritor americano que fundou a Sociedade dos Céticos nos EUA. O mundo ficará bom a partir da segunda geração depois daquela cujos pais alfabetizarem politicamente os filhos e ensiná-los o motivo pelo qual professores são tratados a porradas e jogador de futebola a pão de ló. Por trás disso está a desgraça que grassa mundo afora. Inté. 

 

 

 

 

 

 

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