A origem
dos advogados que enriquecem jurando de pé junto que bandido rico não é bandido
pode ser encontrada nas páginas 53 e 54 do livro História da Civilização
Ocidental, de Edward McNall Burns, editora Globo, quando o grande historiador narra
sobre a religião dos antigos egípcios no tocante às exigências para que o morto
fosse admitido no céu, e que eram as seguintes: Na presença do deus Osíris,
seria o morto julgado de acordo com suas ações na Terra. Exigia-se que ele
declarasse inocência de quarenta e dois pecados. Depois de responder
positivamente as perguntas, a veracidade de suas alegações seria confirmada por
um teste final que consistia em ser posto na balança o coração do julgado e Tuma
pena, considerada o símbolo da verdade. Se o coração pesasse menos que a pena,
o morto seria aprovado e entraria num reino celestial onde gozaria de
bem-aventurança. Caso contrário, se o coração pesasse mais do que a pena,
denunciando falsidade naquilo que declarou, era o julgado condenado à fome e
sede eternas num lugar escuro. Mais tarde, em consequência do crescimento do poder
dos sacerdotes, aproveitando da credulidade das massas, passaram eles, os
sacerdotes, a vender fórmulas mágicas capazes de evitar que o coração do morto
denunciasse a falsidade de suas declarações, garantindo livre acesso aos gozos
celestiais até para bandidos. Consta, inclusive, que nestas fórmulas havia
ameaças aos deuses que não acatassem como verdadeiras as alegações do morto.
É incrível
que ainda hoje ocorram exatamente as mesmas coisas depois decorridos mais de
três mil anos. Aí estão chefes religiosos arrancando da massa crédula dinheiro
suficiente para lhes permitir fazer pose na revista Forbes, aí estão os
advogados que a troco de dinheiro também garantem fervorosamente serem
santinhos os malandros que da massa crédula arrancam mansões, iates, jatinhos e
vida regada a champanhe e caviar. O fato de contarem estes protetores de
bandidos com apoio de altas autoridades denuncia uma situação totalmente
insustentável de subverter a finalidade do governo de usar os recursos públicos
para promover a tranquilidade social. A materialização desta subversão está aí
à vista de quem tem olhos para ver. Como os brasileiros só têm olhos para as
igrejas e pão e circo, crimes e bandalheiras são as únicas coisas que provêm de
nosso governo. Na verdade, não há governo no mundo inteiro cuja preocupação com
a sociedade vá além de um faz de conta, o que merece debruçar sobre a situação
e meditar sobre ela. Afinal, absolutamente nada justifica suar a camisa para o
desfrute das “autoridades”. Como se admitir que só entre elas e seus chefes, os
ricos donos do mundo, uma criança não morra por falta do dinheiro de comprar o
remédio? Pois, apesar de ser inadmissível, é o que acontece. Enquanto isso, o
que faz a juventude? Se liga no que Xuxa tem a dizer sobre Pelé e no luxo do
jatinho de Neymar.
O que
acontece com governo do Brasil também acontece nos demais governos, apenas de
modo mais discreto porque os governantes dos povos “civilizados” que jogam
bombas sobre crianças deixam cair de sua mesa farta para seu povo migalhas
maiores e de melhor qualidade que os satisfazem de modo tão absoluto que se
consideram tão felizes quanto os porcos quando também migalhas lhes são
servidas. O fato de ter supurado a pústula da imoralidade do governo brasileiro
servirá para alertar a juventude do mundo sobre o fato de que em menor escala
também acontece em suas sociedades, uma vez que seus governantes também são
capachos dos ricos donos do mundo, sendo que alguns deles são chefes de muitos
governos. Não só o Brasil precisa ser passado a limpo como apropriadamente
clama Boris Casoy, mas o mundo inteiro carece de nova cultura. Uma cultura para
a qual todas as pessoas precisam comer, morar, vestir e elevar-se
espiritualmente. Inté.
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