quarta-feira, 18 de outubro de 2017

ARENGA 453


Feito barata tonta pelo efeito de inseticida, papagaios de microfone de matizes que vão de jornalistas a cientistas políticos e filósofos verborragiam sobre o que está errado, mas sem dedicarem uma sílaba sequer sobre o que se deve fazer para corrigir os erros. Falam, por exemplo, que na democracia é o povo que escolhe seu governante. No entanto, se assim é, por que então o povo brasileiro em sua democracia tem um governante que não quer? Matraqueia-se sobre o que acontece na Venezuela, na Catalunha, nos governos russo, americano, da Coreia do Norte, do Estado Islâmico e o diabo a quatro, como se fossem coisas isoladas, quando, na verdade, são ingredientes do mesmo prato da estupidez humana de acreditar dar certo uma organização social na qual noventa e nove por cento dos associados entre os quais grande contingente de miseráveis sejam obrigados a custear vida faustosa e perdulária para o um por cento restante. O que deve ser motivo de especulação é o motivo pelo qual pessoas de grande capacidade de discernimento como filósofos e escritores premiados serem rebaixadas à mesma mentalidade medíocre da ralé ignorante de povo, realidade que fica exposta quando aquelas pessoas fazem coro com a massa ignara e também se declaram apreciadores das duas armas capitalistas mais letais contra a sociedade: a religião e o pão e circo que anulam o poder criativo e inovador da juventude que apesar de ser a força viva da sociedade humana, teve amputada a inteligência ao ponto de não perceber o quanto distante da realidade estão coisas como o beijo do Papa no pé do desgraçado que a sociedade abandonou ao léu e a elevação à categoria de “celebridades” e “famosos” de pessoas de mentalidade medíocre. No que corre por trás dito daí está a causa de toda a desarrumação que infelicita a humanidade, uma força oculta e tão poderosa que leva jovens a comprar bíblias como proteção e serem indiferentes aos males que os afligem e que os infelicitarão depois de passado o vigor físico da juventude, quando, então, se abaterão implacavelmente sobre eles os achaques de uma velhice desassistida. O que deve ser motivo de cogitações é o que leva o filósofo Jacob Petry, na página 27 do livro Poder & Manipulação, da editora Faro Editorial, a afirmar acreditar ser verdade que Deus e a sorte determinam metade de nossas ações, quando a realidade é ser Deus apenas uma criação dos primeiros seres pensantes que precisavam ter em quem buscar proteção contra aquilo que lhes escapava à compreensão, vindo, posteriormente, a ser esta ficção usada como engodo para manter as massas ignaras na condição de carneiros, contentes com as delícias que as esperam no céu. O que será que torna um filósofo incapaz de perceber esta realidade? Aliás, o céu deve ser na verdade um lugar muito chato onde se ora em vez de tomar uísque e desfrutar das delícias que só as mulheres podem proporcionar.

O que as forças ocultas que a Lava Jato desocultou teme tanto quanto o Diabo teme a cruz é que as pessoas atinem com o significado daquilo que disse o Grande Mestre do Saber Leonardo da Vince de que erra muito quem pensa pouco. O maior temor das forças ocultas é que os seres humanos venham a tomar aquela atitude da figura criada pelo mestre Leonardo de um homem em atitude meditativa conhecida como o pensador porque quem a tal se dispuser chegará inevitavelmente à conclusão de haver algo de muito errado com a humanidade. É impossível a quem quer que seja, independentemente de inteligência, deixar de concluir que não corresponde à realidade tanto a afirmação de que os administradores públicos existem para zelar pela sociedade quanto a existência de um Deus de bondade infinita que ama todos os seres humanos, quando a realidade mostra os humanos afligidos por sofrimentos incontáveis devido à sua condição de marionetes manipuladas por mãos tanto inescrupulosas quanto perversas. Quando a antissociabilidade do capitalismo germinava na Inglaterra e ela era o país mais rico do mundo, já naquela época, excluída a ingenuidade de se acreditar descendermos de Adão e Eva, o fato de pensar levou alguém à lucidez de perceber a insustentabilidade da cultura capitalista de muitos com pouco e poucos com muito. É o que se afere da página 225 do livro História Geral e do Brasil, de Claudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, editora Scipione, onde consta a seguinte declaração sobre tal insustentabilidade: “... as coisas na Inglaterra não podem ir bem, nem vão melhorar, enquanto todas as riquezas não forem postas em comum ...”. Embora não seja possível uma comunhão dos bens materiais dos quais depende a paz social, a estupidez capitalista do individualismo exagerado chega ao absurdo de pressupor a existência de quem não precise satisfazer as necessidades básicas de comer, morar e vestir. No saite África 21 Online, matéria sobre a prospecção da riqueza mineral africana, com o título (PORQUE É QUE A RIQUEZA DE ÁFRICA NÃO ENRIQUECE OS AFRICANOS?), tem-se o seguinte: “A elite congolesa ficou muito mais rica, bem como os prospetores, mas a população, devastada pela pobreza, não ganhou nada”.

Por deixar seu destino a cargo de estranhos, a humanidade sempre se ferrou. Daí a necessidade de novo caminho por onde seguir em frente, mas um caminho bem iluminado e sem os labirintos que levam a justiça a obrigar que as inocentes crianças sejam infectadas pelo germe divino que corrói a capacidade de raciocinar encontrado na religiosidade e no pão e circo. Inté. 

 

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