O
desinteresse do brasileiro pela Copa do Mundo, o braço direito do pão e circo,
é clara evidência da veracidade contida na afirmativa de não se poder enganar a
todos o tempo todo. O tempo que tudo gasta, também gasta o tapa-olho que limita
o campo de visão e impede a observação das coisas da vida. Se o conhecimento
decorrente do intelecto pode ser manipulado, o conhecimento decorrente da
observação, ou conhecimento empírico, esse jamais será manuseado ao bel-prazer
de intelectuais que a troco do emprego garantido afirmam e assinam embaixo que
futebola não tem nada a ver com política, quando a realidade é ter tudo a ver. Tanto
tem que candidato a presidente da república se apresenta ao lado de iletrado
jogador de futebola para alcançar a preferência da massa bruta de povo,
brutalidade esta que começa a ter suas arestas desbastadas por ter a
esculhambação tomado proporções tão grandes que o tapa-olho já não consegue
evitar sua observação de haver algo de errado no alarde sobre o fato de Pelé
não poder ir aos jogos da Copa. Que importância tem isto para quem não pode
pagar o plano de saúde ou comprar o botijão de gás em função dos preços
exorbitantes? Para quem almeja um mundo menos infeliz é alvissareira a notícia
de que até mesmo seres mentalmente inferiores como os brasileiros despertam
para a realidade escondida a sete chaves pelos cupinchas que a serviço dos
ricos donos do mundo papagaiam através dos meios de comunicação a grande
falsidade de serem coisas distintas o futebola e a política porque ele representa
o mesmo pão e circo que representavam as competições no Coliseu usadas pelos
Césares para também passar mel na boca da massa bruta do povo romano. A canalhice
dos mantenedores do engodo chega à desfaçatez de louvar o ditador Médici por
gostar de futebola. A realidade é que enquanto a massa bruta de povo vibrava e
fazia coro com o presidente Médici cantando prá frente Brasil, salve a seleção,
estava sendo preparado o triste futuro que agora infelicita a mesma massa bruta
de povo e que vai infelicitar ainda mais a cada dia as futuras gerações.
Mais cedo
ou mais tarde a juventude que é a força vida do mundo perceberá o quanto tem
sido influenciada pelas Forças Ocultas que, como diz o seu nome, representa
algo de falso, ruim, onde há maldade, porque a verdade e a sinceridade não
precisam ser ocultas. Portanto, juventude futuro do nosso país e do mundo, vê
se apressa o desenvolvimento mental para perceber antes de ser tarde demais a
necessidade de escolher seu caminho em vez de simplesmente se deixar levar pelos
meios de comunicação feito bosta n’água. “É preciso acalmar o Mercado”. Dizem os
papagaios de microfone. Alguém conhece o senhor Mercado? Se não, lhes apresento:
é um monstro filho do monstro conhecido por Economia Política cuja
monstruosidade usa do sofisma “preço de mercado” para fazer alguém ter de
desembolsar possa ou não possa quantia exorbitante para adquirir algo de que
necessita e que a greve dos caminhoneiros fez rarear na praça.
A juventude robotizada começa a perceber que a
Copa do Mundo é menos importante para seus descendentes do que meditar sobre o
lucro dos bancos, Mercado Financeiro; elevação de nulidades à categoria de “famosos”
e “celebridades”, justiça que protege ladrões, advogados que dividem com
criminosos o resultado do crime. A vida no mundo estará melhor a cada dia em
que mais e mais jovens se tornarem capazes de perceber o que há por trás de
coisas tais como a pergunta que fazia uma papagaia de microfone se lhe emociona
mais a Copa do Mundo ou o Dia dos Namorados. Há uma armadilho por trás de
absolutamente tudo que vem dos meios de comunicação por encomenda da
administração pública vigente no mundo. A obrigatoriedade do ensino da língua
inglesa às nossas crianças é uma delas. É a base de sustentação da colonização
e o republicanismo de banana mostrado no capítulo intitulado NATAL BRANCO do
livro Diálogos Impossíveis, de Luis Fernando Veríssimo, que começa assim: “O condomínio se chama Happy Houses. No
portão de entrada está escrito “Entrance” e todas as ruas têm nomes em inglês,
como “Flower Lane” e “Sunshine Street”. O condomínio tem um “playground” com
serviço de “baby-sitters” e uma de lazer chamada “Relaxation and Recreation”.
Cada casa, em estilo americano, tem seu “swimming pool” e o policiamento é
fornecido pela empresa “Confidence”. O Natal, festeja-se na praça central, ou
“Central Park”, do condomínio ao som de “Jingle Bells”.
Por trás
disso daí está o motivo das filas de aviões lotados de apaixonados pelo
American Way of Life rumo a Me Ame com as carteiros recheadas do dinheiro que
ficará lá. O pouco entusiasmo com a Copa, entretanto, demonstra que pouco a pouco
a experiência da vida corrói o pano sob o qual se esconde a monumental
estupidez que tem orientado a vida dos seres humanos que em pleno século 21 são
tomados pelo mesmo encantamento que encantavam as pessoas da Idade Média ante o
casamento de príncipes. O aperto de mão entre Trump e King Jong-un, que os
meios de comunicação veem como algo de alvissareiro para o mundo, na verdade, é
motivo de tristeza por ainda haver inamistosidade entre dois chefes de estado,
demonstração de estar a humanidade ainda muito longe de generalizar a empatia fazendo-a
deixar de ser fato isolado para ser comum a toda a humanidade uma vez que os
seres humanos precisam viver juntos. Queiram ou não queiram os ricos donos do
mundo, é inevitável a marcha rumo à civilização, destino inevitável da
humanidade, uma vez ser impossível esconder eternamente a mediocridade em que
se tornou a vida do ser humano reduzida a fabricar riqueza para ser escondida
nos infernos fiscais. Não é senão uma referência à inevitabilidade de chegar a
humanidade ao esclarecimento e à razão que o filósofo Thomas Paine afirmou que
o tempo convence mais que a razão, e outro filósofo, Johann Wolfgang Goethe, afirmou
na peça Fausto que apesar dos pecados o homem caminha instintivamente rumo à
luz. Grande, filósofos. É isso aí! É tudo só uma questão de pensar. Inté.
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