quinta-feira, 19 de julho de 2018

ARENGA 502


O estado de degradação humana deveria convencer da falsidade da existência de uma Providência Divina, e o fato de apenas um por cento da humanidade estar de posse de noventa e nove por cento da riqueza do mundo deveria convencer da falsidade de ser a competição a melhor forma de se viver em sociedade. As pessoas não chegam a esta conclusão porque estão acostumadas a ter o falso por verdadeiro, comportamento que lhes é imposto por uma força exterior que modela a mentalidade humana graças à incapacidade de raciocinar por si próprias, razão pela qual a humanidade dependente de uma liderança que jamais a levará a um porto seguro. Mao Tsé-Tung é o último exemplo histórico da inutilidade de liderança no que diz respeito ao processo evolutivo da civilização humana. Na introdução do seu livro, O Livro Vermelho, consta que a influência da liderança de Mao foi capaz de provocar convulsões nos estaleiros de Londres e rebeliões entre os estudantes universitários de todo o mundo. Entretanto, de que adiantou toda esta movimentação se o mundo continua cada vez pior e o povo cada vez mais submisso à servidão? Na página 17 consta que Mao convocou a classe operária do mundo para se unir a fim de combater a agressão imperialista e os lacaios do imperialismo. Ora, tal discurso não teve efeito prático algum porque proletariado é povo, e povo que saber mesmo é de pão e circo. Na página 18 o grande líder chinês fala sobre a industrialização e modernização da agricultura chinesa como meio de promover o bem-estar do povo chinês. Na realidade, tal modernização beneficia mesmo é o agribiuzinesse através do qual os lacaios do imperialismo fazem o povo comer veneno e acumulam imensas fortunas nos infernos fiscais. Mas a maior demonstração de inutilidade da liderança maoísta está na orientação para emprego da violência como meio de evoluir para uma sociedade justa, portanto, civilizada, constante da página 24. A violência, inerente aos seres brutos, é justamente a causa do infortúnio do ainda bruto ser humano. A marcha rumo à civilização jamais será iniciada por espontânea vontade da massa bruta de povo como queria Mao porque o raciocínio do povo é fabricado justamente na indústria dos lacaios do imperialismo combatido pelo grande líder chinês e implantado no povo por um séquito de baba-ovos, ou papagaios de microfone, que garantem e assinam embaixo ser melhor do que qualquer outro o sistema que lhes paga o salário, mesmo sendo um sistema tão torpe e sem vergonha no qual os administradores públicos fogem da obrigação de trabalhar usando do eufemismo de que Estado melhor é o que menos trabalha. Então, deve a massa bruta de povo sustentar uma plêiade de parasitas aboletados em suntuosos palácios apenas para coçar o saco, entregando a tarefa de executar o trabalho que lhes compete a ladrões sedentos de riqueza como são os ricos empresários, uma vez ser impossível ser rico e honesto ao mesmo tempo, a tarefa de executar o trabalho que lhes compete? A humanidade nunca terá destino diferente do destino de manada rumo ao matadouro enquanto cada ser humano for incapaz de se conscientizar da realidade de estar vivendo de modo tão errado que sua vida em nada difere da vida de matança das feras.

Mas, nem tudo em Mao é tão inútil quanto sua esperança na massa bruta de povo cujos espécimes considerados mais civilizados ainda se encantam com realeza e viadagem de príncipe. Na página 27 do mesmo livro, O Livro Vermelho, Mao adverte sobre o perigo proveniente dos inimigos sem armas. Quem superou a fase bruta de povo percebe que da ação criminosa dos inimigos que não precisam de arma para roubar uma vez que detêm a chave do cofre que guarda o dinheiro público resulta em danos maiores à sociedade do que o roubo dos inimigos com arma na mão. Entretanto, a maior contribuição de Mao para o bem da humanidade está na observação constante da página 31 de que o socialismo acabará por substituir o capitalismo. Realmente, a necessidade de satisfazer as necessidades impostas pela natureza acabará convencendo as necessitados o erro de se conformar na em tal condição, e, da mesma forma, convencendo também aos responsáveis pela existência de necessitados do grande erro de sua crença de haver seres humanos que não precisam de comida, roupa, morada, instrução e dignidade. Inté.

 

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