O estado de degradação humana deveria
convencer da falsidade da existência de uma Providência Divina, e o fato de
apenas um por cento da humanidade estar de posse de noventa e nove por cento da
riqueza do mundo deveria convencer da falsidade de ser a competição a melhor
forma de se viver em sociedade. As pessoas não chegam a esta conclusão porque estão
acostumadas a ter o falso por verdadeiro, comportamento que lhes é imposto por
uma força exterior que modela a mentalidade humana graças à incapacidade de
raciocinar por si próprias, razão pela qual a humanidade dependente de uma liderança
que jamais a levará a um porto seguro. Mao Tsé-Tung é o último exemplo
histórico da inutilidade de liderança no que diz respeito ao processo evolutivo
da civilização humana. Na introdução do seu livro, O Livro Vermelho, consta que
a influência da liderança de Mao foi capaz de provocar convulsões nos
estaleiros de Londres e rebeliões entre os estudantes universitários de todo o
mundo. Entretanto, de que adiantou toda esta movimentação se o mundo continua
cada vez pior e o povo cada vez mais submisso à servidão? Na página 17 consta
que Mao convocou a classe operária do mundo para se unir a fim de combater a
agressão imperialista e os lacaios do imperialismo. Ora, tal discurso não teve
efeito prático algum porque proletariado é povo, e povo que saber mesmo é de
pão e circo. Na página 18 o grande líder chinês fala sobre a industrialização e
modernização da agricultura chinesa como meio de promover o bem-estar do povo chinês.
Na realidade, tal modernização beneficia mesmo é o agribiuzinesse através do
qual os lacaios do imperialismo fazem o povo comer veneno e acumulam imensas
fortunas nos infernos fiscais. Mas a maior demonstração de inutilidade da
liderança maoísta está na orientação para emprego da violência como meio de
evoluir para uma sociedade justa, portanto, civilizada, constante da página 24.
A violência, inerente aos seres brutos, é justamente a causa do infortúnio do
ainda bruto ser humano. A marcha rumo à civilização jamais será iniciada por
espontânea vontade da massa bruta de povo como queria Mao porque o raciocínio do
povo é fabricado justamente na indústria dos lacaios do imperialismo combatido
pelo grande líder chinês e implantado no povo por um séquito de baba-ovos, ou
papagaios de microfone, que garantem e assinam embaixo ser melhor do que
qualquer outro o sistema que lhes paga o salário, mesmo sendo um sistema tão
torpe e sem vergonha no qual os administradores públicos fogem da obrigação de
trabalhar usando do eufemismo de que Estado melhor é o que menos trabalha.
Então, deve a massa bruta de povo sustentar uma plêiade de parasitas aboletados
em suntuosos palácios apenas para coçar o saco, entregando a tarefa de executar o trabalho que lhes compete a ladrões sedentos
de riqueza como são os ricos empresários, uma vez ser impossível ser rico e honesto ao mesmo tempo, a tarefa de executar o trabalho que lhes
compete? A humanidade nunca terá destino diferente do destino de manada rumo ao
matadouro enquanto cada ser humano for incapaz de se conscientizar da realidade
de estar vivendo de modo tão errado que sua vida em nada difere da vida de
matança das feras.
Mas, nem tudo em Mao é tão inútil quanto
sua esperança na massa bruta de povo cujos espécimes considerados mais
civilizados ainda se encantam com realeza e viadagem de príncipe. Na página 27
do mesmo livro, O Livro Vermelho, Mao adverte sobre o perigo proveniente dos
inimigos sem armas. Quem superou a fase bruta de povo percebe que da ação
criminosa dos inimigos que não precisam de arma para roubar uma vez que detêm a
chave do cofre que guarda o dinheiro público resulta em danos maiores à
sociedade do que o roubo dos inimigos com arma na mão. Entretanto, a maior
contribuição de Mao para o bem da humanidade está na observação constante da
página 31 de que o socialismo acabará por substituir o capitalismo. Realmente,
a necessidade de satisfazer as necessidades impostas pela natureza acabará
convencendo as necessitados o erro de se conformar na em tal condição, e, da
mesma forma, convencendo também aos responsáveis pela existência de
necessitados do grande erro de sua crença de haver seres humanos que não
precisam de comida, roupa, morada, instrução e dignidade. Inté.
Nenhum comentário:
Postar um comentário