A imprensa noticia que o governo desperdiça
cento e setenta e três bilhões de reais em programas sem retorno. Ora, só uma
estupidez lapidar é capaz de ainda imaginar que os governos existem para outra
coisa. Aí estão os monumentais palácios onde a vida se assemelha aos contos de
fada, os passeios mundo afora e o enriquecimento também noticiado pela imprensa
em matéria jornalística cuja manchete era a seguinte: Estão todos ricos, referindo-se esse “todos” aos integrantes do
governo. O enriquecimento ou o aumento da riqueza é o motivo pelo qual ricos
empresários ocupam cargos públicos. Como a razão de ser da imprensa é falar,
falar e falar, a papagaiada de microfone rodopia em torno dos fatos, quando o
que se faz necessário é advertir a juventude dos horrores que estarão à espera
de seus descendentes a continuar a vida sendo vivida com total indiferença às
necessidades dos necessitados, os quais, em relação aos abastados, somam
infinita maioria de infelizes descontentes. De acordo com o livro Grandes
Batalhas, de Luiz Octavio de Lima, por conta de descontentamento com o modo dos
políticos, nada menos do que vinte e uma revoltas ocorrerem no Brasil, tendo
por consequência mortes, violência sexual, enfim, sofrimentos. Ante a realidade
do atual e justificado descontentamento com a política, não se justifica a
indiferença com que a juventude, a maior prejudicada, permaneça fazendo parte
da massa bruta de povo interessada apenas no pão e circo, indiferente ao total
descaso quanto à necessidade de uma vida digna, o que depende indiscutivelmente
de uma política responsável. O descaso com o povo chega ao cúmulo do escárnio
quando um deputado propõe que o SUS cobre pelo já péssimo tratamento da saúde
dos pobres e a criação de um tribunal de justiça ainda mais conivente com os criminosos
ricos do que o STF. O verdadeiro caráter antipovo da política já não precisa
mais dos subterfúgios com os quais disfarçava. Atualmente, ministros da mais
alta corte de justiça, indiferentes à perigosa insatisfação da massa bruta de
povo, juntamente com advogados que ganham rios de dinheiro com o trabalho
antissocial de defender ladrões do erário, com escárnio, açulam a ira de uma
população indignada e impotente ante tais desmandos.
Foi tudo
transformado numa esculhambação tão grande que se faz necessário arrumar tudo
antes de ser preciso reconstruir depois de uma inevitável destruição com
mortes, violência sexual e muita infelicidade, principalmente para a juventude festiva
e indiferente ao dia de amanhã. Erram fragorosamente os seres humanos ao
desconhecer a realidade de ser o dinheiro o único responsável pelo bem-estar.
No entanto, sendo esta a realidade, pior do que o desperdício do dinheiro
público é ser proposital este desperdício. Cada obra pública, em função dos
conluios mostrados pela Lava Jato, custa várias vezes o necessário. As tais
privatizações são uma forma de desbaratamento dos recursos públicos sob a
alegação de que o governo deve ser enxuto. Ao contrário, o governo deve ser gigantesco.
Deve ser atribuído ao Estado o nada escapa de uma ação corretiva atribuída a
Deus porque é do dinheiro público que depende o bem-estar social do qual
depende o bem-estar individual. As privatizações são formas de conluio entre os
políticos declaradamente inimigos da população e o empresariado que, por conta
da cultura do cada um por si, é também inimigo de uma sociedade livre de
injustiça. Para disfarçar a canalhice das privatizações o governo engana a
massa bruta de povo criando Agências Reguladoras supostamente encarregas de
fazer cumprir fielmente o dever de bem administrar um patrimônio construído com
dinheiro do povo e entregue à responsabilidade de Reis Midas disfarçados de
empresários que facilmente subornam os funcionários das tais agências e, como
os bancos, também esfolam impiedosamente o rabo da massa bruta de povo que, por
não pensar, vive justamente para ter o rabo esfolado. É o olho grande no rabo
da massa bruta de povo que dá origem à disputa ferrenha dos candidatos por
segundos de aparição na televisão. Acostumados a se deixar levar pela mídia,
graças ao sistema democrático tido como melhor apenas por ainda não se ter
inventado algo melhor, os eleitores votam naquele que aparece mais e têm mais
tempo para fingir interesse por uma administração correta através de frases de
efeito quando corruptos bradam de dedo em riste ser necessário acabar com a
corrupção.
O único setor da sociedade que poderia chegar
à conclusão de ser necessário procurar um sistema menos desinteligente de
administração pública, a juventude, o pão e circo fez dela uma massa amorfa de
imbecis futucadores de telefone capazes de considerar como seres merecedores de
fama e celebridade verdadeiras nulidades intelectuais cujo mundo gira em torno
de dinheiro, langerries, calcinhas, cuecas e bundas. No Yahoo, frequentado por
jovens, há fartura de tais assuntos. A disputa de unhas e dentes pelo tempo de
TV, enfim, é a materialização da realidade de ser a propaganda a arte de
explorar a ignorância humana. As propagandas marteladas incessantemente no pé
do ouvido da massa bruta de povo faz mentira virar verdade. A propaganda na
qual o ator Rodrigo Santoro recomenda ao povo as vantagens do Bradesco materializa
esta realidade uma vez que é por falta dos bilhões e bilhões que os banqueiros
arrancam da sociedade que, para infelicidade das criancinhas, a violência decorrente
da pobreza produzida pela falta desse dinheiro está assumindo contornos de
irreversibilidade como afirma o próprio ministro da Segurança Nacional, razão pela
qual, em busca de segurança, deixam seu país sessenta e dois por cento de brasileiros
imbecis e sem amor-próprio que não têm vergonha de ser mal recebidos pelos
presunçosos brutamontes dos países que se consideram civilizados, mas cuja
mentalidade é tão rasteira que seus cidadãos se encantam com viadagem de
príncipes, e, a fim de não deixar cair a peteca do pão e circo, um deles pagou
setenta e cinco milhões de Euros para que um pobre ignorante de sociabilidade
procurasse evitar gô para o Liverpool. A tecnologia anulou na juventude a
sagacidade que caracteriza o jovem mentalmente sadio e o resultado não será
nada bom. Inté.
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