terça-feira, 13 de junho de 2023

ARENGA 677

 

À luta para superar o analfabetismo político deve ser dedicada maior importância do que na luta da classe trabalhadora contra seus opressores, os empregadores, vista pelos seguidores do velho e sábio Marx como único meio ao alcance daqueles que precisam vender a força trabalho de alcançarem melhores condições de vida. É claríssima a necessidade de esclarecer o povo. Na democracia, não como negar ser o povo responsável pela política se é ele quem escolhe as autoridades que porão em prática a administração dos recursos públicos de cuja boa aplicação depende o bem-estar social.

Talvez este cantinho de pensar exagere na insistência da necessidade de esclarecer o povo, sobretudo a juventude quanto a seriedade de que carece a administração pública e que está tão longe de ser alcançada que embora o interesse das autoridades que deveria coincidir com o interesse da sociedade são totalmente opostos uma vez que voltados para assegurar tranquilidade própria e dos ricos.

 Nada ter mudado desde tempos anteriores a Cristo. Aqui na página 162 do livro História da Raça Humana, do historiador Henry Thomas, está descrita da seguinte maneira a escolha de autoridades no império romano: “...dentro da cidade de Roma havia constantemente brigas e desordens entre os políticos que disputavam o governo do Estado. Durante mais de um século os romanos foram governados por uma série de bandidos audaciosos e sem escrúpulos. Um após outro, apareceram Mário, Sila, Pompeu, César, Cássio e Augusto – e todos eles foram eleitos para a investidura suprema do Estado por um sufrágio agitado por pedradas, pauladas e punhaladas. Toda eleição em Roma era uma batalha e vencia aquele que tivesse maior séquito de capangas e degoladores. O lema era: “cada qual por si e ninguém pela República”. De vez em quando, Roma produzia um homem mais interessado no bem-estar da nação do que nos proveitos de suas ambições pessoais. Mas os políticos profissionais acabavam depressa com tais homens. Quando Tibério Graco tentou passar uma lei em favor da redistribuição das terras roubadas dos pobres, foi morto a pauladas, no edifício do senado. Seu irmão, Caio Graco, quando procurou baixar decretos semelhantes, teve a mesma sorte. Roma não era lugar seguro para um homem que procurasse viver honestamente”.

Portanto, é mais importante que as atenções se voltem para a necessidade de evolução cultural do que se limitar a apontar os erros da política porque na realidade não há erro algum. O que as pessoas chamam de erro, como os “representes do povo” “trabalharem” apenas três dias na semana, a Imunidade Parlamentar, O gasto astronômico com eleições, entregar dinheiro a deputados para ser aplicado nas suas chamadas bases eleitorais, tudo isto decorre de leis elaboradas exatamente para tudo isto ocorra legalmente. Portanto, embora esteja errado, está certo dentro da política distorcida na qual os homens de valor são perseguidos e bandidos valorizados.

 É por isso que sem esclarecer o povo nada será capaz de fazer frente à selvageria que predomina na personalidade humana e que deve ser atacada com inteligência em vez de violência, único meio de ser superada por comportamento civilizado. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário