Papagaios de microfone e cientistas de politicagem inventam mil e
muitas maneiras de explicar a origem da violência enquanto ela está justamente
em suas bocas porque também afirmam e assinam embaixo que a voz do povo é a voz
de deus, assertiva da qual não se abre mão principalmente autoridades pingando
suor na labuta de lavar escada de igreja. Uma vez estabelecido que a voz do
povo é a voz de deus, vejamos, então, a palavra de deus bem aqui no versículo
três do capítulo quinze do primeiro livro de Samuel, da bíblia dita sagrada: “Agora
vão, ataquem os amelequitas e consagrem ao Senhor para destruição tudo
que lhes pertence. Não os poupem; matem homens, mulheres, crianças,
recém-nascidos, bois, ovelhas, camelos e jumentos”. Diante disso a refrega
na Croácia parece troca de socos entre meninos num campo de futebola.
Sendo, pois, esta a voz que guia o povo não como buscar em outro lugar
a causa da violência como fazem os deformadores de opinião dizendo que a
violência tem origem na pobreza, na falta de luz nas ruas, da deseducação, do
tomate ou do pimentão porque a violência vem do alto, do muito alto para onde
se voltam o olhos e pergunta: “Mas se não existe deus, então, quem foi que fez
tudo isso?”.
Assim é que todo o mal do mundo tem uma só causa que é a ignorância
que por facilitar a vida dos aproveitados, tem sido fomentada séculos afora de
modo tão evidente que pessoas ligadas a diversão são as mais importantes do
mundo como se a vida fosse circo o que está longe de ser assim. Afinal,
conforme se vê aqui na página 17 do livro Filosofia, de Stephen Law, atribuído
a Sócrates, a afirmação de que a vida não examinada não merece ser vivida.
Houvesse reflexão sobre a vida não haveria tantos débeis causando tanto
sofrimento só para acumular tanta riqueza maior do que precisa. Afinal, só a
introspecção leva ao esclarecimento e à verdade. Como bicho ainda não raciocina, vive a humanidade
nas trevas da ignorância e da falsidade.
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