quinta-feira, 28 de agosto de 2014

ARENGA QUARENTA E OITO


O caso envolvendo a ação do ministro Joaquim Barbosa e a reação praticamente unânime dos demais juristas contra a atuação do primeiro é também evidência da inversão de valores que tomou conta da sociedade, bem assim como o prestígio social dispensado a verdadeiras nulidades e o desprestígio de quem realmente tem valor, o que é uma situação insustentável em termos de durabilidade. Engana-se, e muito, quem crê na eternidade desta situação de cabeça para baixo. A sociedade é orientada sempre para o mal. Um monte de papagaios com microfone vive a repetir para que as crianças bebam refrigerante, e para não desobedecer a ordem da televisão, pais babacas são encontrados com garrafas de dois litros de refrigerante no carrinho de compras e permitem que seus filhos embrenhem cada vez mais no tal mundo digital, comportamento que a ciência afirma causar danos ao sistema nervoso, não faltando quem tem a cara de pau e desfaçatez suficientes para justificar a ingestão de veneno nos alimentos em nome da produtividade, o que não passa de absurdo. Seria mais inteligente fuzilar o excedente capaz de fazer faltar comida. Assim, os demais teriam saúde.

É espantosa a desmoralização que os juristas ávidos por dinheiro de qualquer origem procuram na pequenez de suas honras impingir ao doutor Joaquim Barbosa, monumento de honradez e defensor da sociedade, fato comprovado na condenação de um candidato sabidamente corrupto que o ministro Barbosa cassou o direito de concorrer, mas que agora encontra entre os juristas quem diga não ser bem assim e coisa e tal. Não tenho a honra de ser parente do doutor Barbosa, mas é de causar espanto a indiferença com que se assiste dentro da inversão de valores pessoas moralmente pequenas como formiguinhas com o comportamento do pigmeu que por despeito encontra defeito no gigante. O futuro que todos os pais desejam para seus filhos terá mais chance de dar certo com homens do tipo do doutor Barbosa como ministro do que aquele outro ministro e jurista, companheiro dos detratores do doutor Barbosa, e que ficou com o nariz ainda maior do que já era com as mentiras cochichadas ao ouvido do bandidão do Mensalão.

Já ouvi que excremento de urubu atrasa a vida de quem tem contato com ele. Com o tanto de urubu voando sobre o Brasil, fica fácil compreender o motivo pelo qual este belo país é tão carente de sorte e farto em azar. Até sua empresa maior que tanto entusiasmo causou em outras épocas com o PETRÓLEO É NOSSO, passou a trabalhar contra seu país para beneficiar ladrões do colarinho branco. É tamanha nossa falta de sorte que a primeira pessoa na qual o povo pretende encontrar amparo para suas necessidades através do emprego honesto do dinheiro público, como presidente da república, pessoa esta de quem não se pode duvidar de sua sinceridade, é religiosa. Imagine só: depositar esperança em quem espera por Deus é o mesmo que borrifar água nos pés de milho para fazer chover. Uma pessoa religiosa ou é inocente, ou é desprovida de inteligência e capacidade de observação, ou é mal-intencionada. Não há necessidade mais do que olhar à volta para se perceber a falsidade que é a religião. Embora haja livros e mais livros sobre esse assunto, livros escritos por sábios, pessoas que não sabem fazer um “O” com um copo contradizem o que dizem estes sábios. Esta deveria ser uma característica capaz de mostrar algo de errado. Entretanto, como por esperteza a religião proíbe que se pense sobre estas realidades, ninguém vê nada de errado no fato de analfabeto contestar cienteista. Nem é preciso ler livro algum para perceber que nos lugares onde há maior religiosidade são exatamente os lugares mais atrasados, e, consequentemente, os mais infelizes. Percebe-se claramente que os religiosos são na grande maioria pessoas de baixíssimo nível de intelectualidade e tão infantis que pensam ter recebido um carro barato das mãos de Deus. Os religiosos estudados, estes, graças ao interesse exclusivo em dinheiro, não dedicam tempo algum a meditar sobre a realidade de ele mesmo ter mesma mentalidade do analfabeto, diferenciando-se deles apenas na habilidade de ganhar dinheiro.

Assim, tudo indica que este belo país de triste sorte continuará uma ilha cercada por tubarões que comem terra e se alimentam dela. Também pudera: em todo lugar onde se esteja, basta olhar para cima e lá estão eles, os urubus. Inté.

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